quinta-feira, 9 de junho de 2011

O termo cigano e a questão de sua origem - Gitanos, Gipzys, Tziganes, Manush, Zíngaros

O termo em português "cigano" (assim como o espanhol gitano e em inglês gypsy) é uma corruptela de egípcio, aplicado a esse povo pela crença errônea de que seriam provenientes do Egito. No século XVIII, o estudo da língua romani, própria dos ciganos, confirmou que se tratava de uma língua indo-ariana, muito similar ao panjabi o ao hindi ocidental. Isso demonstrou que a origem do povo rom está no noroeste do Subcontinente Indiano, na zona em que atualmente fica a fronteira entre os estados modernos de Índia e Paquistão. Esse descobrimento lingüístico acabou sendo também respaldado por estudos genéticos. É provável que os ciganos originaram-se de uma casta inferior do noroeste da Índia, que, por causas desconhecidas foi obrigada a abandonar o país no primeiro milênio d.C..

A procedência dos roma foi objeto de todo tipo de fantasias. Foram considerados descendentes de Caim, ou relacionados com a estirpe de Cam. Algumas tradições os identificam com magos caldeus da Síria, ou com uma tribo de Israel fugida do Egito faraônico. Uma antiga lenda balcânica os faz forjadores (ou ladrões) dos pregos da cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a errar pelo mundo, se bem que não há qualquer evidência que situe aos ciganos no Oriente Médio nessa época.

Primeiro movimento migratório do século X
Os estudos genéticos e lingüísticos parecem confirmar que os roma são originários do subcontinente Indiano, possivelmente da região do Punjab. A causa da sua diáspora continua sendo um mistério. Algumas teorias sugerem que foram originalmente indivíduos pertencentes a uma casta inferior recrutados e enviados a lutar ao oeste contra a invasão muçulmana. Ou talvez os próprios muçulmanos conquistaram os roma, escravizando-os e trazendo-os para o oeste, onde formaram uma comunidade separada. Esta última hipótese baseia-se no relato de Mahmud de Ghazni, que informa sobre 50 mil prisioneiros durante a invasão turco-persa do Sindh e do Punjab. Por que os roma escolheram viajar para o oeste em vez de regressar para a sua terra é outro mistério, se bem que a explicação pode ser o serviço militar sob o domínio muçulmano. O que é aceite pela maioria dos investigadores é que os ciganos poderiam abandonar a Índia em torno do ano 1000, e atravessar o que agora é o Afeganistão, Irã, Armênia e Turquia. Vários povos similares aos ciganos vivem hoje em dia na Índia, aparentemente originários do estado desértico de Rajastão, e à sua vez, povoações ciganas reconhecidas como tais pelos próprios roma vivem, todavia, no Irã, com o nome de lúrios.

Partiram em direção à Pérsia onde se dividiram em dois ramos: o primeiro, que tomou rumo oeste, atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, chegando à Síria, Egito e Palestina. No século XII, os ciganos enfrentaram o avanço dos muçulmanos, que tentaram impor sua religião na Índia, e lutaram contra os Sarracenos por muitos séculos, inclusive durante a Idade Média. Apesar de que as provas documentais começam a ser fiáveis só a partir do século XIV, alguns autores contemporâneos rebaixaram a data do ano 1000 e inclusive antes. Certas referências sugerem que as primeiras referências escritas da existência do povo rom são anteriores: um texto que relata como Santa Atanásia de Egina repartiu comida em Trácia a uns "estrangeiros chamados atsinagi durante a escassez do século IX, em plena época bizantina. Inclusive antes, nos primórdios do mesmo século, no ano 803, Teófanes o Confessor escreve que o imperador Nicéforo I usa mão de obra de certos atsigani, que com a sua magia, ajudariam-no a conter uma revolta popular.

"Atsinganoi" foi um termo usado também para referir-se a adivinhadores ambulantes e ventríloquos e feiticeiros que visitaram ao imperador Constantino em 1054. Um texto hagiográfico ("Vida de São Jorge anacoreta") refere como os "atsigani" foram chamados por Constantino para ajudá-lo a limpar as fragas de feras. Mais tarde, seriam descritos como feiticeiros e malfeitores e acusados de intentar envenenar o galgo favorito do imperador. A extensão desse termo geraria os modernos substantivos tzigane, Zigeuner, zingari e zíngaros. Um relato histórico-lendário do século X titulado Crônica Persa, de Hazma de Ispaham, menciona a certos músicos solicitados ao rei da Índia, aos que chamou zott. O Livro dos Reis (ou Shahnameh, datado de 1010), do poeta Ferdusi conta uma história similar: vários milhares de Zott, Rom ou Dom ("homens") partiriam do atual Sindh (pode ser do rio Indo) com objetivo de entreter o rei da Pérsia com os seus espetáculos. A partir daí, depois de uma longa estância nessa região, e já descritos como um povo que rejeitava viver da agricultura, espalhar-se-iam em dois grupos migratórios: o primeiro, que tomou rumo oeste, atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, chegando à Síria, Egito e Palestina.

Evidências linguísticas da origem asiática dos ciganos
Desde a sua chegada a terras européias, uma das faces da comunidade cigana que mais chamou a atenção dos demais povos era a sua estranha língua, muito diferente das faladas na Europa. A primeira reprodução escrita do romani remonta a uma enciclopédia de título: First Book of the Introduction of Knowledge. (Primeiro livro de introdução ao saber) escrito por Andrew Boorde. Esta obra, completada em 1542 e publicada em 1547, recolhia exemplos de frases do que o autor chamava Egipt speche (Fala egípcia), dando por válida a crença popular de que os ciganos procediam do Egito. Durante os dois séculos seguintes aparecem mais menções escritas da língua romani. Na Espanha, o marquês de Sentmenat publicou em 1750 um pequeno vocabulário do romani falado na Península Ibérica. Um dos primeiros ou o primeiro documento em que se propõe identificar a língua romani como uma língua indiana é um trabalho de Szekely de Doba na Gazeta de Viena em 1763. Neste artigo, comentou que o predicador Vali, que na Universidade de Leiden estudou o idioma de uns estudantes de Malabar do distrito de Zigânia, nome que lhe recordou o dos zíngaros e que posteriormente expôs o vocabulário a ciganos de Almasch (Komora, Eslováquia), comprovando que estes entendiam as palavras.

Em nível acadêmico, o descobrimento da origem indiana do romani corresponde ao alemão Johann Rüdiger, catedrático da Universidade de Halle-Wittenberg, que em 1782 publicou um artigo de investigação lingüística, no que analisava a fala de uma mulher cigana, Barbara Makelin, e a comparava com a língua recolhida numa gramática alemã do hindustani (o nome pelo que se conhecia antigamente os atuais hindi e urdu). No seu artigo, Rüdiger reconhecia a influência nas suas investigações do dicionário de romani de Hartwig Bacmeister, de 1755, a quem já em 1777 comunicara as suas idéias, assim como a sua dívida com seu professor Christian Büttner, que anos antes aventurara a possibilidade duma origem indiana ou acaso afegã dos ciganos. Entretanto, foi Rüdiger que estabeleceu, mediante a sua comparação entre a descrição gramatical do hindustani e a fala de Barbara Makelin, que as similitudes entre ambas variedades lingüísticas evidenciavam uma origem comum.

Estudos subsequentes da língua romani mostraram um estreito parentesco com o punjabi e o hindi ocidental, tanto no seu vocabulário fundamental como nas suas estruturas gramaticais e nas mudanças fonéticas. As investigações de Alexandre Paspati (Études sur les Tchinghianés, publicado em Constantinopla em 1870), de John Sampson (The dialect of the gypsies of Wales, 1926) e dos suecos Gjerdman e Ljungberg (A língua do cigano sueco trabalhador do cobre Dimitri Taikon, publicado em 1963) evidenciam que existe uma unidade dentro do romani que se estende por toda Europa. Os estudos citados recolhiam mostras do romani grego, galês e sueco, respectivamente. Fica demostrado assim que o vocabulário básico coincide de modo relevante (nota: não se transcreve a grafia original):
•Português: grande. Sânscrito: vadra; hindi: bara; greco-romani: bara; romani galês: baro; romani kalderash (sueco): baró.
•Português: cabelo. Sânscrito: vála; hindi: bal; greco-romani: bal; romani galés: bal; romani kalderash (sueco): bal.
Determinadas características gramaticais indianas mantém-se no romani contemporâneo (e algumas inclusive no caló espanhol atual):
•o final em -e para o masculino e em -i para o feminino.
•a formação de abstratos por junção de -ben ou -pen: taco (certo) converte-se em taciben (verdade).
•substituição do genitivo por um final adjetivado: dadésko gras (o cavalo do pai onde dad é pai e gras cavalo).

Evidências lingüísticas da migração cigana
De acordo com os estudos de Terrence Kaufman (1973), a origem da língua romani, baseado nos dialetos europeus, pode localizar-se na Índia central e posteriormente, podem documentar-se empréstimos lingüísticos que foi adquirindo nos territórios por onde migrava, que iriam desde o século II a.C. ao XIV d.C: assim tem empréstimos do persa da sua passagem pela Pérsia, mas não da língua árabe, o que demostra que a sua passagem pela Pérsia foi anterior à sua islamização, no ano 900. Dos séculos XI - XII, tem empréstimos de línguas do Cáucaso (osseto, georgiano e armênio). Logo, detecta-se a migração em direção à atual Turquia, onde recebe empréstimos do grego, mas não do turco, o que indica que a sua passagem foi anterior à invasão turca. No ano 1300, procederia a entrada nos Balcãs, onde adquiriu palavras das línguas eslavas. Posteriormente, os dialetos europeus do romani dividem-se, ainda que Kaufmann indica uma distinção entre os que tem influência léxica do romani e os que não, que seriam os ciganos da Bulgária e os da Espanha.

Evidências genéticas da origem asiática dos ciganos
Os estudos genéticos corroboram a evidência lingüística que situa a origem do povo cigano no subcontinente indiano. Estudos genéticos realizados em ciganos búlgaros, bálticos e valacos sugerem que cerca do 50% dos cromossomos Y e do ADN mitocondrial pertencem ao haplogrupo homem H e ao haplogrupo mulher M, amplamente estendidos na Ásia meridional e Ásia Central.
Os homens correspondem maioritariamente com os haplogrupos H (50%), I (22%), J2 (14%) e Rlb (7%) ; as mulheres com H (35%), M (26%), U3 (10%), X (7%), e outros (20%). Tais haplogrupos são raros nos não ciganos, e o resto encontram espalhados por toda Europa. Os haplogrupos femininos U2i e U7 praticamente não existem nas mulheres ciganas, mas estão presentes na Ásia meridional (entre 11 e 35%). Pode-se calcular que aproximadamente a metade do patrimônio genético cigano é parecido ao dos grupos europeus circundantes. Mas os homens ciganos do grupo sinti da Europa Central são H (20%), J2 (20%) com uma frequência elevada de R2 (50%), frequência que se encontra também na Índia, concretamente na Bengala Ocidental e entre os cingaleses do Sri Lanka. O marcador M217, presente em 1,6% dos homens ciganos, encontra-se também em Bengala Ocidental (Kivisild et alter, 2003). Os haplogrupos L, que se encontram nos 10% dos indianos e paquistaneses, não são registrados entre os ciganos (a equipe de Greshman não parece ter investigado o haplogrupo L), assim como tampouco nos originários de Bengala Ocidental. A partir da base de dados YHRD (Y Chromosome Haplotype Reference Database), pode-se comprovar que algumas populações ciganas européias possuem uma grande porcentagem de haplogrupos masculinos R1A1. Os dados de YHRD informam poucas correspondências, em geral, com a população do subcontinente, mas uma alta correlação no haplogrupo H com a comunidade de origem sul-asiática de Londres, na que há uma porcentagem muito alta de indivíduos procedentes de Bengala Ocidental e do Sri Lanka.
As investigações genéticas de Luba Kalaydjieva mostram que o grupo original apareceu há umas 32 a 40 gerações, e que esse grupo era pequeno, de apenas uns 1.000 indivíduos.

Parada na Ásia Menor no século XIV
Em 1322, um monge franciscano chamado Simon Simeonis descreve um povo com características similares aos "atsigani" vivendo em Creta, e em 1350 Ludolphus de Sudheim menciona um povo similar, com uma língua única, ao que chama "mandapolos", uma palavra que segundo se pensa deriva do grego "mantes" (profeta ou adivinho). Em 1360, um feudo cigano independente (chamado de Feudum Acinganorum) estabeleceu-se em Corfu e converteu-se numa «comunidade estável, e uma importante e consolidada parte da economia». Dado que a região ocupada por essas comunidades rom era chamada "o pequeno Egito", os peregrinos que a atravessavam para ir à Terra Santa estenderam por toda Europa o apelido de "egipcianos", de onde procederiam os nomes de egiptanos, gitanos, gitans, egypsies e gypsies. Além dos assentamentos gregos, está documentada uma longa parada nos Balcãs, em terras de sérvios, búlgaros e romenos, no século XIV.

O século XV, a primeira grande diáspora
Devido às frequentes guerras entre bizantinos e turcos, os roma iniciaram uma nova migração, a primeira que está documentada. As evidências lingüísticas permitem a reconstrução desta nova peregrinação. Partindo de que os ciganos abandonaram o Subcontinente Indiano, e dali passariam pelo Irã, supõe-se que mais tarde tomariam duas rotas. A primeira, desde a Armênia até Bizâncio (o que explicaria a presença de vocabulário greco-bizantino na língua dos ciganos). A outra rota, através da Síria e Oriente Médio e o Mediterrâneo (da que ficariam vestígios de vocabulário árabe). Em sua estadia nos Balcãs, a língua cigana absorveu o vocabulário germânico, mas a ausência desse resto lingüístico nos ciganos espanhóis faz pensar que a migração dividiu-se em dois, antes desse assentamento centro-europeu. Uma dirigiria-se ao oeste, ao interior de Europa, e outra ao sul, até a Síria. A primeira ponta estender-se-ia por todo o continente europeu, enquanto a segunda cruzaria a África do Norte para reaparecer na Europa depois de cruzar o estreito de Gibraltar no século XV, reencontrando-se ambas correntes migratórias em algum ponto do sul da Europa. Dessa maneira, a chegada dos ciganos à península Ibérica é também um assunto controverso, analisado mais adiante.

O certo é que a migração foi massiva e extraordinariamente rápida, e foi objeto de uma acolhida desigual. No século XV, foram encontrados em diversos locais, e os documentos multiplicam as testemunhas da sua presença por toda a Europa, que foi muito estudada. Em 1416, sabe-se da presença de ciganos na Romênia, Boêmia (República Checa) e em Lindau (Alemanha). Em 1471, o rei de Boêmia Sigismundo II concedeu-lhes um salvo-conduto, e entre 1418 e 1419, os ciganos já circulavam pela Suíça. Entraram na França em 1419, e em 12 de agosto um grupo chegou às portas de Sisteron e logo circulou pela Provença.
Em janeiro de 1420, estavam em Bruxelas, e em outubro em Flandres e o norte da França. Em 1421 chegaram a Bruges e depois foram a Arras. Em 18 de julho desse mesmo ano, um grupo chegou a Bolonha para solicitar ao Papa um salvo-conduto como peregrinos cristãos. Na Espanha, há informações da sua presença pela primeira vez em 1415, e em 8 de maio de 1425 localizam-se em Saragoça a sua estadia. Em 1427, já se encontravam em Roma.
Também em 1427, produziu-se uma das chegadas de ciganos melhor documentadas, conservada na obra "Temoignage d'un bourgeois de Paris". Em 12 de agosto desse ano, chegaram a Paris, onde causaram grande fascinação pelo seu aspecto miserável e estranho, e o povo acudiu em massa para vê-los adivinhar o futuro. Viviam da magia e dos pequenos roubos, até que o bispo expulsou-os em setembro desse mesmo ano e partiram em direção a Pontoise. Segundo Helena Sánchez Ortega essa crônica resume o quadro de tipificação negativa dos ciganos que se manteve até os nossos dias.
O seu périplo europeu não se deteve, e em 1430, circulavam por toda França sob uma acolhida desigual: Arles, Brignoles, Metz, Troyes, Grenoble, Nevers, Romans, Colmar, Orleães e Le Luc. Em 1435, foram vistos em Santiago de Compostela, e em 1462 foram recebidos com honras em Jaén. A Suíça expulsou-os em 1471. Em 1493, estavam em Madri. Nessa última cidade no Concelho «…acordaram de dar esmolas aos do Egito porque o rogo da Vila passaram adiante, dez reais, para evitar os danos que poderiam fazer trezentas pessoas que viriam…».

A questão da entrada na península Ibérica
Como e quando chegaram os ciganos à península Ibérica é uma questão que está longe de se chegar a um consenso. Uma primeira teoria diz que eles procedem do norte de África, desde onde cruzariam o estreito de Gibraltar para reencontrar-se na França com a rota migratória do norte. Distinguiriam-se assim os ciganos do norte, que entraram por Perpignan, os do sul, ou tingitanos (na sua pronunciação deturpada, ciganos, é dizer, procedentes de Tingis, hoje Tânger), e os do leste (ou grecianos) que penetraram pela ribeira mediterrânea na década de 1480 provavelmente por causa da queda de Constantinopla. A entrada melhor documentada é a do norte. O primeiro documento conservado é de 1415. Nele, Afonso (logo o Magnânimo) concede salvo-conduto a um tal Tomás Sabba, peregrino a Santiago de Compostela. Esse mesmo monarca concede outra carta de passagem em 1425 a outro chefe cigano com a sua gente, ordenando que seja bem tratado:

Como nosso amado e devoto dom João do Egito Menor… entende que deve passar por algumas partes de nossos reinos e terras, e queremos que seja bem tratado e acolhido… sob pena de nossa ira e indignação… o mencionado dom João do Egito e os que com ele irão e o acompanharão, com todas suas cavalgaduras, roupas, bens, ouro, prata, alforjas e quaisquer outras coisas que levem consigo, sejam deixado ir, estar e passar por qualquer cidade, vila, lugar e outras partes de nosso senhorio a salvo e com segurança… e dando àqueles passagem segura e sendo conduzidos quando o mencionado dom João o requeira através do presente salvo-conduto nosso… Entregue em Saragoça com nosso selo em dia doze de janeiro do ano de nascimento de nosso Senhor 1425. Rey Alfonso

Nesses anos sucederam-se os salvo-condutos, outorgados a supostos nobres ciganos peregrinos. O prosseguimento desses salvo-condutos por toda a geografia espanhola revela aos investigadores (como Teresa San Román, ou Helena Sánchez) algumas evidências:
•O número de ciganos que entraram ou habitaram na península no século XV é calculado próximo a 30 mil pessoas.
•Os ciganos viajavam em grupos variados, de 80 a 150 pessoas, lideradas por um homem.
•Cada grupo autônomo mantinha relações à distância com algum dos outros, existindo talvez relações de parentesco entre eles (algo comum nos nossos dias entre os ciganos ibéricos).
•A separação entre cada grupo era variada e em ocasiões uns seguiam aos outros a curta distância e pelas mesmas rotas.
•A estratégia de sobrevivência mais comum era a de apresentar-se como peregrinos cristãos para buscar a proteção de um nobre.
•A forma de vida era nômade, e se dedicavam à adivinhação e ao espetáculo.

O século XVI pode ser considerado como a idade de ouro dos ciganos na Europa. Vagavam de cidade em cidade, e se bem é certo que foram expulsos com frequência, haveria que esperar ao século XVI para que se desatasse uma onda de perseguição só comparável ao anti-judaísmo secular dos europeus. No século XV os estereótipos negativos ainda não estavam enraizados, e entre a hostilidade e a fascinação, a cultura cigana dispersou-se pelo continente, misturando-se com as culturas e línguas locais. Lentamente, foi-se convertendo em um desafio para os poderes estabelecidos, para a população sedentária e para a religião dominante.
Quando teve lugar o descobrimento da América, em 1492, os ciganos já estavam espalhados por toda a Europa, onde apesar de uma boa acolhida inicial começaram a ser perseguidos, marginalizados, expulsos, severamente castigados, escravizados (como na Romênia, onde a escravidão cigana não foi abolida até 1864) ou simplesmente exterminados. O desencontro entre os ciganos e os não ciganos perduraria desde o século XVI até a atualidade.
Assim, na Espanha, a pragmática de Medina do Campo do ano 1499 obrigou-os a abandonar a vida nômade. Em 1500, o mesmo ano em que entraram na Polônia e Rússia, a Dieta de Augsburgo expulsou-os da Alemanha. Em 1505 Jaime IV da Escócia concedeu-lhes um salvo-conduto e saltaram à Dinamarca. Chegaram à Suécia em 1512, e em 1514 a Inglaterra, de onde seriam expulsos, sob pena de morte, em 1563. Antes disso, na Espanha foi-lhes dado a "escolher", em 1539, entre a sedentarização ou seis anos de galeras e, em 1540, os bispos da Bélgica ordenaram a sua expulsão sob pena de morte. A partir do final do século XVI, sucederam-se em toda a Europa autorizações, leis e decretos contra o modo de vida dos ciganos. A dinâmica dessas disposições será contraditória (são obrigados a sedentarizar-se ao tempo que se lhes impede a entrada em muitas cidades; são obrigados a assimilarem a cultura local ao tempo que se são concentrados em determinados bairros; são obrigados a trabalhar em ofícios reconhecidos ao tempo que são impedidos de entrar nos grêmios…). A tenacidade dos ciganos, as suas estratégias de ocultamento, de multi-ocupacionalidade (como a chama Teresa San Román), de semi-nomadismo ou itinerância circunscrita, de adaptação às circunstâncias instáveis da legislação, a capacidade para cruzar fronteiras ou para aliar-se em determinadas ocasiões com a população autóctone realizando trabalhos imprescindíveis, faz que os ciganos de toda Europa resistam à assimilação e conservem as suas próprias características culturais mais ou menos intactos até a atualidade.
Ante a ausência de testemunhas escritas próprias e a visão negativa dos outros, resultam valiosas as referências de uma personagem peculiar que se acercou do mundo cigano com interesse e curiosidade romântica na primeira metade do século XIX: George Borrow. Nas suas viagens por boa parte da Europa, como pregador protestante, teve oportunidade de contatar com grupos ciganos, aprendendo a sua língua e traduzindo e inclusive publicando o Evangelho em caló (entre a sua produção literária encontra-se La Bíblia en España, interessante livro de viagens estudado por Manuel Azaña).

A ida dos ciganos para a América correu paralelo à própria diáspora dos europeus. O incansável povo cigano empreendeu então uma nova migração. Sabe-se que Cristóvão Colombo, na sua terceira viagem, em 1498, introduziu os primeiros três ciganos que pisavam o Novo Mundo. É sabido também que a Inglaterra e a Escócia enviaram remessas de ciganos às suas colônias americanas da Virgínia, no século XVI e Luisiana. A prática da deportação à América foi seguida nesse mesmo século por Portugal Segundo este autor, os ciganos espanhóis só podiam viajar à América com permissão expressa do rei. Filipe I decretou em 1570 uma proibição de entrada dos ciganos na América, e ordenou o regresso dos já enviados. É conhecido o caso de um ferreiro cigano (Jorge Leal) que conseguiu autorização para viajar à Cuba em 1602. Teria que esperar à autorização de 1783 para que os ciganos tivessem permissão de residência em qualquer parte do reino.
Entre final do XVII e meados do XIX produziu-se outro movimento em direção ao oeste de uma numerosa população cigana, fugindo da escravidão ou aproveitando a sua abolição na Moldávia e Valáquia em 1860, ou como consequência do recrudescimento da perseguição na Europa ocidental (especialmente na França e Alemanha). Os ciganos emigraram à América Latina num número que, como sempre, segue sendo um mistério. Segundo Koen Peeters, a independência da Sérvia em 1878 acelerou essa saída, e as causas que explicam o novo êxodo massivo podem ser várias: "Em primeiro lugar, à pressão de assimilação de costumes; em segundo lugar, às novas possibilidades nas suas atividades laborais; e, em terceiro lugar, a motivos comuns a outros emigrantes da Sérvia, como podem ser, por um lado, a idéia de que no Novo Mundo tinham muitas possibilidades de conseguir grandes fortunas, as leis que favoreceram a imigração ou também a aparição de novas possibilidades no que diz respeito a meios de transporte". Também em torno de 1860, registra-se a saída de ciganos britânicos ("romnichels") e no início do século XX houve uma nova partida em massa de ciganos valáquios. A onda migratória diminuiu com o começo da Primeira Guerra Mundial, e não voltou a reiniciar até 1989, ano em que começou a terceira grande diáspora, ainda em curso.

A detenção do fluxo migratório no início do século XX não significou uma melhora das condições de vida dos ciganos. As disposições legais continuaram sendo inúteis (como já o foram antes) na hora de assimilá-los. Na França, por exemplo, uma "lei sobre o exercício das profissões ambulantes e sobre a circulação de nômades" obrigava em 1912 a serem providos de um "carnê antropométrico de identidade" que deveria ser selado em cada final de prazo.
A medida que se aproxima a Segunda Guerra Mundial, a perseguição fica mais dura. O governo prussiano, por exemplo, decidiu acabar com a "moléstia cigana" mediante um acordo internacional desenhado para acabar com a sua forma de vida. Na Baviera, foi elaborado em 1905 um "Livro cigano", com um censo inicial de 3 mil indivíduos que logo aumentaria com a colaboração de outros estados germânicos. O estado da Baviera autorizou o castigo a trabalhos forçados a todo cigano que não pudesse demonstrar ter um trabalho estável, e a República de Weimar estendeu essa medida à toda Alemanha. Os censos de ciganos multiplicaram-se em toda a Europa (França, Inglaterra) e na Suíça, em 1926, começou o costume de sequestrar meninos ciganos para serem educados entre não ciganos, prática que só seria abandonada em 1973. O auge do nazismo e os excessos da Segunda Guerra Mundial fartaram-se com a crueldade com os ciganos. Tomando como base os censos anteriores, o Centro de Investigação para Higiene Racial e Biologia Populacional do Reich começou a analisar a questão cigana. Depois de uns momentos de dúvida, nos que se esteve perto de classificar aos ciganos dentro da raça ariana, Himmler ordenou a sua internação, e finalmente a sua execução em massa. Em língua cigana, chama-se a esse processo de extermínio "o porraimos", ou "porajmos", a destruição. Como sempre, é desconhecido o número exato de vítimas. As estimativas vão desde 50 mil a 80 mil (Denis Peschanski, La France des camps, l'internement 1938-46, Gallimard, 2002, p. 379) até 500 mil a 1 milhão e meio.

Só em Auschwitz-Birkenau morreram mais de vinte mil ciganos. E num só dia, em 3ago1944, os últimos 2.897 habitantes das barracas ciganas de Auschwitz, incluindo mulheres e crianças, deixaram para sempre de cantar e dar-se ao entusiasmo. O genocídio cigano é um fenômeno relativamente desconhecido, no que colaboraram com mais ou menos interesse (igual ao ocorrido no genocídio judeu) às populações autóctones. Na Europa central e do leste, sob regimes comunistas, os ciganos sofreram políticas de assimilação e restrições da liberdade cultural. Na Bulgária, proibiu-se o uso da língua romani e a representação de música rom em atos públicos. Na antiga Checoslováquia, dezenas de milhares de ciganos da Eslováquia, Hungria e Romênia foram reassentados em regiões fronteiriças da Morávia, e foi proibido o estilo de vida nômade. Na Checoslováquia, onde foram classificados como "estrato social degradado", mulheres ciganas foram submetidas a esterilizações como parte da política do Estado para reduzir o seu crescimento demográfico. Essa política foi posta em prática mediante incentivos financeiros, ameaças de retirada de subsídios sociais, desinformação e esterilização involuntária. No início da década de 1990, a Alemanha deportou a dezenas de milhares de imigrantes à Europa Central e Oriental. Cerca de 60% de uma população de 100 mil cidadãos romenos deportados, de acordo com um tratado de 1992, eram ciganos. No terceiro quarto do século XX começou também um importante movimento associativo cigano, em especial, a partir do Primeiro Congresso Cigano de Londres, de 1971.

Com a queda do muro de Berlim em 1989, o desmantelamento dos estados autoritários da Europa Central e do leste e a crise econômica e, especialmente, por causa da guerra da Iugoslávia, começa a terceira grande diáspora cigana. Esse movimento migratório (que novamente passa despercebido para a opinião pública), realiza-se, como é habitual, do leste para o oeste. As estimativas são de 200 a 280 mil ciganos desprezados do leste ao oeste europeu desde 1960 a 1997. Com a deterioração política da antiga Iugoslávia, 40 mil ciganos chegaram à Itália e outros 30 mil à Áustria. A crise econômica gerou, também, uma intensa rota migratória desde a Romênia aos países da Europa próspera numa quantidade ainda por calcular. As leis de cidadania discriminatórias na república Checa, por exemplo, são um expoente de velhas e novas formas de discriminação. Segundo informações do Banco Mundial na Europa há uma população entre 7 e 9 milhões de ciganos, dos que ao redor de 568mil (2002) vivem na Romênia, ainda que percentualmente a presença maior do povo cigano é a da República da Macedônia, onde representa 11% da população. A maior parte da população cigana da Europa central na zona balcânica vive com menos de 3 euros por dia per capita e 89% dos ciganos búlgaros não podem cursar estudos primários.

Ciganos na Umbanda

Poucos tiveram contacto com os maravilhosos Ciganos do Povo do Oriente. O Povo do Oriente nos abençoa com a presença de espíritos de diferentes culturas. Tal e qual os Ciganos da Terra, os do espaço tem idiomas diferentes, não só o espanhol (o mais conhecido), e Clãs diferentes mostram diferentes hábitos e alimentos.

Para realizarmos uma festa que homenageie os ciganos precisamos estar atentos aos ciganos que trabalham na Casa Espiritual. Consulta-los para montar uma mesa que possa expressar nosso carinho e retribuição pelos trabalhos que realizam durante o ano.

Sabendo que a padroeira dos ciganos é Santa Sara, e seu dia de homenagem é 23 e 24 de maio, a figura central da mesa é a imagem dela que deve ser acompanhada do munro, pão com sal e uma vela azul. As frutas frescas ou secas participam com o simbolismo de cada uma delas. Os ciganos dizem que o sabor adocicado das frutas está ligado a um bom destino. Por isso, têm o costume de comer frutas e alimentos derivados delas, assim como beber vinhos licorosos ou tomar banhos regados a açúcar e mel para atrair sorte e quanto mais doce for a fruta melhor.

Significados de Algumas Frutas em Rituais

Romã: é uma fruta bastante antiga, usada em chás e essências como atrativo de dinheiro e felicidade. Se utilizada em banhos ou talismãs, garantem fertilidade.

Damasco: afrodisíaco, é originário de paises mediterrâneos. A cor laranja-vivo traz vitalidade e fortalece a energia sexual. Os ciganos costumam transformá-la em óleo aromatizante para incrementar o sexo

Melancia: tem a ver com a prosperidade, abundância (representada pelas sementes) e fertilidade (por causa da cor de seu interior)

Morango: também bastante empregados nas poções de amor. A cor vermelha e o sabor marcante fornecem energia necessária para fisgar o coração do amado. Ainda é usado para curar males como a desilusão amorosa.

Figo: potente estimulante sexual, ainda usado para combater depressão e falhas na memória e ansiedade.

Pêra: uma das frutas prediletas dos ciganos. Está ligada à imortalidade e à boa saúde. Também traz prosperidade, por causa da cor amarela.

Uvas: simbolizam a amizade e a prosperidade. Os povos ciganos costumam comer doze uvas no Reveillon - uma para cada mês do ano - é tradição se sua própria cultura, assim como o hábito de enfeitar a mesa de Natal com frutas secas.

Maçã: está presente em todos os rituais ciganos, que incluem essa fruta vermelha em perfumes, banhos, óleos e poções. Nas festas de casamento as mesas devem ser enfeitadas com maçãs, que simbolizam o amor e a paixão.

Vejam como detalhes são importantes na mesa para os ciganos

Vem Cigano ê ê
Vem Cigana á á
Minha Tenda está em festa
Prá te homenagear
Com perfumes, flores, laços de fitas
Com alegria te recebo a cantar
Se tua roupa é de seda ou de chita
Não importa vamos todos dançar
A fogueira vai queimar
Os males do coração
Toda e qualquer maldição
Nos ensina os mistérios da vida
Com a sua devoção
E na mesa é bem farta
Com bom vinho vamos todos brindar
A vitória e o sucesso na vida
Com humildade e com fé alcançar
A fogueira vai queimar
Os males do coração...

Musica do Album CIGANO - MINHA SINA É MUDAR grupo Wal hei e Seus Irmãos.

Como diz a canção a mesa deve ser farta, com alimentos diversos que seja o predileto do Cigano ou Cigana, que pretende se homenagear.

Se o Cigano é de origem espanhola, oferece-se um belo Cozido com legumes e diversos tipos de carne. Ou puchero, grão de bico feito com diversos tipos de legumes e carnes. Carnes de cordeiro cozida ou assada, ou pernil de porco.

Se é ladino, ou com origem judia, aí nem pensar em carne de porco. Somente frango assado, ou cozido, mas pernil de cordeiro pode.

Se é francês, podem oferecer charutos de folhas de uva com arroz e carne moída, ou ainda em vez de usar folhas de uva as de repolho. Fiz para o Mestre Gilles um Choux de Provence, que é um repolho recheado com carne.

Para os húngaros, romenos o Goulash, carne cortada em cubos cozida com batata doce.

Os gregos gostam de berinjela com muito azeite, ou moussaka, que parece uma lazanha feita com fatias de berinjela.

Aos árabes as famosas esfihas, kibes, homus, abobrinhas recheadas, e também o charuto de folhas de uva.

Uma mesa simples, pode conter muitos pães, diversos tipos de queijo, frios, doces como geléias, frutas em calda. Bolo com frutas, pães de mel. Suco de Uva com frutas, Chá mate ou de flores(camomila, rosas, hibisco) com frutas secas como damasco, uva passa, etc..
O mais importante é antes da refeição propriamente, o ritual com oração para Santa Sara. Pedir a Bênção dos Ciganos incorporados, para os alimentos que serão compartilhados.

Opcha! Opcha! Opcha!
Salve o Povo do Oriente!
Salve o Povo Cigano

A magia do pão é tão somente a intenção de quem o faz, a sua energia pessoal, por isso na hora de prepara-lo é bom estar com pensamentos bons e puros, pensando somente coisas boas.

É símbolo da vida, da harmonia e da amizade.
INGREDIENTES PARA 3 PÃES.
1 quilo de farinha de trigo
1 litro de leite morno
50 gramas de fermento para pão
3 ovos inteiros
1 colher e meia de manteiga
sal a gosto
manteiga derretida
1 punhado de Erva-Doce
1 pouco de Cravo da Índia
Canela em casca.

MODO DE PREPARAR: Misture a farinha de trigo e o fermento dissolvido no leite morno.
Acrescente os ovos e a manteiga, trabalhe a massa, sem sová-la. Acrescente um punhado de cravo da índia e sal a gosto. Deixe descansar coberta com um pano úmido, até crescer. Depois forme três ou mais pães redondos, e coloque para assar em um tabuleiro untado e polvilhado com farinha de trigo. Decore os pães com gravos e canela em casca. Derreta 3 colheres de manteiga e regue os pães. Deixe assar em forno pré aquecido a 250 graus, por 40 minutos. Caso ao final deste tempo ainda não estejam dourados e crescidos, mantenha-os no forno até que fiquem prontos.

BOLO LIBANITZA (CIGANO)

INGREDIENTES:
3 e ½ xícaras de farinha de trigo com fermento (controlar)
2 xícaras de amido de milho
1 xícara de açúcar refinado
1 colherinha de essência de baunilha
3 ovos batidos
1 xícara de leite
100g de manteiga em temperatura ambiente

RECHEIO:
1 lata de leite condensado
½ xícara de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
3 ovos
1 colherinha de essência de baunilha
50g de queijo parmesão ralado
200g de ricota picada
50g de coco ralado desidratado
1h 00min 20 porções

Os Mistérios de Santa Sara

Podemos associar o culto dos ciganos à Santa Sara com o nosso jeito de reverenciar Yemanjá.
Santa Sara é escoltada por cavaleiros, chamados Cavaleiros de São Jorge, até dentro da água do mar. E nós umbandistas fazemos o mesmo com nossa amada Yemanjá, em dezembro. Uma das oferendas que costumo fazer para Mamãe Yemanjá, é um Manjar. Pois bem, encontrei outra coincidência, existe o Manjar para Santa Sara!

Passo para vocês duas receitas, a da FONTE: Os Mistérios de Santa Sara, O retorno da Deusa pelas mãos dos Ciganos Sibyla Rudana = ed. Cristális

O manjar é servido durante a slava de santa Sara, no dia 24 de maio. Mas poderá também fazer esta receita, sempre que desejar atrair a presença de Virgem Sara para sua vida. É uma receita comum de manjar, a maneira de servir e a oferenda pessoal, é que recebem tratamentos diferentes.

Receita do Manjar: leite de coco, açúcar, 1 fava de baunilha, amido de milho e coco ralado. Ameixas secas, claras de ovos e limão.
Misture os ingredientes e leve ao fogo brando para cozinhar, até que se faça um mingau consistente. Depois disso, colocar numa forma de pudim, deixar esfriar e levar à geladeira até endurecer totalmente. Quando desenformar, bater algumas claras em neve, acrescentando açúcar, caldo e raspa de limão branco. Cobrir todo o manjar e levar rapidamente ao forno pré-aquecido para dourar. Serve-se em seguida.
Para Oferenda Pessoal: deve acrescentar as claras em neve, cobrir com pétalas de flores brancas e levar ao mar, acendendo velas à Sta. Virgem Sara, Sta. Maria Salomé e Santa Maria Jacobé. O manjar deve ser recheado dos pedidos de graça de cada pessoa presente.

Agora a minha receita de Manjar de Coco Especial
Ingredientes Do Manjar
1 litro de leite
1 lata de leite condensado
100 g de coco ralado
5 colheres bem generosas de amido de milho
2 vidros de leite de coco (200 ml)
Da Calda
400 de ameixas pretas sem caroço
3 xícaras de açúcar
3 cravos da índia
1 pedaço de canela em pau
1/2 litro de água

Modo de Preparo
Do manjar: Coloque o leite, o leite condensado e o coco ralado em uma panela, misture bem e leve ao fogo até levantar fervura. Acrescente o amido dissolvido em meio copo de água e mexa até engrossar. Junte o leite de coco e deixe ferver por dois minutos mais ou menos. Retire do fogo e despeje em fôrma umedecida. Deixe esfriar.

Da calda: Coloque o açúcar em uma panela, leve ao fogo para caramelar. Junte a água e o restante dos ingredientes e deixe ferver por quinze minutos. Deixe esfriar.
Desenforme o manjar, cubra com a calda, espalhe as ameixas.

Na culinária cigana são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as pêras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca.

Pratos Tradicionais

Armiana: Salada de alface (em rodelas) com champignon; queijo de cabra, cenoura, beterraba (em pedaços) e beringela frita (em tiras). Enfeitas com uvas-passas, raminhos de hortelã e pétalas de flores.

Assados: Pernil de carneiro (Bakró); Pernil de leitão (Baló); Cabrito frito com arroz e brócolis (ou lentilha ou nozes); e/ou roletes de carne bovina ou frango com pedaços de cebola, pimentão (verde e amarelo) e tomate.

Brynza: Queijo de cabra (cru ou frito).

Chivuiza: Destilado à base de trigo (espécie de aguardente).

Civiaco: Torta salgada ou doce.

Manouche: feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e de ossos de pernil de porco, alhos-porós em pedaços, salsão com as folhas em pedaços, alhos comuns inteiros com casca, cenouras e batatas cortadas em pedaços grandes, sal e pimenta-do-reino (moída na hora) à gosto; arroz branco que deve ser incorporado na última etapa do cozimento.

Goulash: Cozido de arroz, batata, pedaços de carne bovina e páprica ardida.

Malay: Pão de milho.

Manrô/Lolako: Pão redondo de Farinha de Trigo.

Mamalyga: Polenta.

Naut: Grão de Bico com lingüiça.

Paprikach: Costela defumada (bovina ou suína) e bacon ao molho vermelho de tomate e pimentão com batatas pequenas, cozidas (na casca) e páprica doce.

Papuchá: Pirão de Milho.

Sifrite: Ponche de Frutas com Champagne, Vinho e/ou refrigerante. Enfeitar com pétalas de rosa

Sarmá: Arroz com lentilha, carne seca desfiada e nozes.

Sarmy/Salmava: Charutos ou Rolinhos feitos em folhas de repolho recheados com lombo ou carna bovina moída, azeitonas, bacon e molho dourado; e/ou em folha de uva com recheio de bacalhau.

Tchaio/Kavi: Chá Cigano feito com Chá Preto ou Mate com pedaços de frutas (maçã: felicidade; uva fresca: prosperidade; uva passa ou ameixa: progresso; morango: amor; damasco: sensualidade; pêssego: equilíbrio pessoal; limão: energia positiva e purificação da alma). Fazer o chá em água fervente e deixar amornar. Colocar as frutas maceradas, misturar bem, coar e beber.

Varensky: Pastel cozido podendo ser doce (recheado com uva) ou salgado (recheado com batata ou queijo de cabra).

Vino: Vinho tinto.

Chá Cigano
INGREDIENTES:
1 litro de Água
3 cravos-da-Índia
4 saquinhos de Chá Preto
3 pedaços de canela em pau
1 rodela de limão
1 fatia de maçã
1 morango
1 uva
1 damasco
MODO DE FAZER: Ferva a Água, colocando os saquinhos de Chá Preto, o cravo-da-Índia e a canela. Após ferver, apague o fogo e coloque os outros ingredientes. Adoce a gosto e sirva.

Comida Cigana para os dias de festas

Estas comidas são servidas em dias de festa cigana, não são oferendas para ciganos astrais, espíritos, são comidas que nós ciganos degustamos em nossas festas. Foi retirados de um livro de receitas antigos de meus bisavós que por graças ainda existe.

Papo-de-anjo cigano
Ingredientes
Meio cálice de vinho do Porto(ou similar)
1 ovo inteiro
Mais 12 gemas
3 xícaras de água
Manteiga para untar as forminhas
800 gramas de açúcar
8 cravos-da-índia
Canela em pau
Modo de Preparar
Bata o ovo com as 12 gemas muito bem batido. Unte as forminhas de empada, despeje nela o ovo batido e coloque pra assar. Prepare uma calda com o açúcar e a água. deixe essa calda no fogo, em uma panela funda, até dar ponto, enquanto os doces assam. Depois de prontos, retire os papos-de-anjo das forminhas. Coloque na calda o vinho do Porto. mantenha-a fervendo no fogo e vá jogando, um a um, os papos-de-anjo dentro dela, para que cozinhem mais um pouco. Depois de retirar todos os doces da panela, acrescente na calda o cravo-da-índia e a canela em pau, deixando ferver mais um pouco. Coe a calda em uma peneira, leve-a de volta ao fogo e jogue dentro os papos-de-anjo por mais uns 5 minutos. Deixe esfriar e coloque numa compoteira.

Mãe-Benta Cigana
Ingredientes
200 g de manteiga
200 g de açúcar
5 ovos(gemas e claras separadas)+4 gemas
200 g de farinha de arroz
meio coco ralado(150g)
Açúcar Cristal
Manteiga para untar as forminhas
Modo de preparar
Bata a manteiga com o açúcar até ficar um creme liso e bem claro. Junte todas as nove gemas, uma a uma, batendo sempre entre uma e outra gema. A seguir, bata as claras em neve e junta-a a massa.Por último, acrescente a farinha de arroz e o coco ralado(se quiser uma massa mais fina, pode colocar só leite de coco). Misture até formar uma massa homogênea. Coloque em forminhas untadas e asse em forno quente. Quando tirar do forno, peneire por cima açúcar cristal.

Bolo do Sol
Ingredientes
1 coco
2 copos de água quente
15 espigas de milho verde
1 colher de sopa de maisena
meia xícara de açúcar
1 pitada de sal
1 colher de sopa de manteiga para untar a forma
Modo de preparar
Rale o coco e esprema seu leite, apertando o coco ralado num pano. Este é o leite de coco puro. Junte ao bagaço um copo de água quente e torne a espremer. Repita mais uma vez do mesmo jeito. E você terá um leite de coco mais ralo. Rale o milho verde e misture com o leite ralo do coco. Junte a maisena, o açúcar e o sal e misture tudo muito bem. Separe em duas partes o leite de coco puro; misture metade dele na massa, junte a manteiga e volte a bater. Despeje a massa em uma forma untada e asse em forno quente. Quando o bolo estiver quase pronto, derrame ou pincele o restante do leite de coco por cima e deixe terminar de assar. Este bolo só pode ser retirado da forma depois de frio.

Bolachinhas Ciganas
Ingredientes
150g de manteiga
1 e meia xícara de açúcar
1 ovo inteiro
Mais 2 gemas
1 e meio copo de leite
2 e meia xícaras de fubá fino passado na peneira
2 xícaras de maisena peneirada
1 pitada de sal
Manteiga para untar as formas
Modo de preparar
Bata a manteiga com o açúcar até obter um creme liso e esbranquiçado; junte os ovos e as duas gemas e bata mais um pouco. Acrescente o leite, batendo sempre; coloque a maisena, o fubá e o sal e volte a bater para ficar consistente. Faça bolinhas de massa, achate-as com um garfo e arrume-as em tabuleiros untados. Asse em formo quente, até ficar douradas ou coradas.

Salada Cigana
Ingredientes
1 mamão(400g)
1 manga(500g)
4 colheres de sopa de suco de limão
2 colheres de sopa de rum branco
3 colheres de chá de casca de limão ralada
1 colher de café de pimenta-do-reino branca em pó.
50 g de castanha de caju
200 g de presunto em fatias finas(pode ser cubinhos)
Meia xícara de creme deleite
2 colheres de iogurte natural
Modo de Preparar
Descasque a manga e corte ao meio, no sentido vertical, retire o caroço e corte a polpa em fatias finas. Faça o mesmo como mamão. Arrume as frutas em circulo, em uma saladeira aberta redonda. Misture o suco de limão com o rum e respingue sobre as frutas. depois misture a casca de limão ralada com a pimenta e polvilhe por cima. Parta as castanhas de caju ao meio na vertical. toste cuidadosamente em uma frigideira sem óleo e jogue por cima. Arrume o presunto picadinho bem no meio de tudo. Misture o creme de leite sem soro com o iogurte e sal a gosto; coloque esta mistura sobre os pedacinhos de presunto.

Planter Punch Cigano
Ingredientes
1/2 xícara de suco de laranja
1/2 xícara de suco de maçã
4 colheres de sopa de rum branco
1 colher de xarope de groselha
Pedaços de maçã para enfeitar
Modo de preparar
Misture todos os ingredientes líquidos em um copo de vidro alto(tipo long drink). Enfeite com pedaços de maçã.

Mojito Cigano
Ingredientes
2/3 de xícara de rum escuro
suco de laranja
2 colheres de sopa de hortelã moído picadinho
Modo de preparar
Coloque o rum em um copo de vidro alto, acrescente a hortelã e o suco de laranja. Enfeite com um galhinho inteiro de hortelã.

Ponche Cigano
Ingredientes
3 garrafa de suco de uva
1 garrafa de suco de caju
1 garrafa de extrato de groselha
1 vinho tinto de ótima qualidade
1 vinho branco de ótima qualidade
3 champanhe
Frutas picadinhas a seu gosto de escolha.
Modo de preparar
Em uma poncheira ou jarra misture todos os ingredientes e sirva bem gelado.
Importante: Os vinhos dever ser doces e suaves. Caso queira deixar o ponche mais alcoólico acrescente licor de menta. As quantidades são para 6 pessoas exceto o ponche, é só acrescentar as quantidades de acordo com o numero de pessoas. São iguarias deliciosas, que podem ser servidas em festividades ou para sua família.

A receita, a seguir, é um prato típico cigano.
Charr Tsulhardo
Ingredientes do cozido:
1 repolho médio;
1/2 quilo de costelinha do porco defumada;
1kg de bisteca do porco;
100 gramas de bacon picado
2 tomates vermelhos;
1/4 de xícara de arroz;
1/4 de copo de vinagre
sal, a gosto;
pimenta do reino e pimenta dedo-de-moça, a gosto.
Modo de fazer: Colocar as carnes para cozinhar, em dois litros de água. Juntar o repolho cortado bem fininho, o arroz, os tomates inteiros, a pimenta do reino e o vinagre. Quando o tomate estiver cozido, tirar num prato, amassar e retomar a panela. Acrescentar a pimenta dedo-de-moça e deixar continuar a fervura.

Ingredientes do molho Prejala:
3/4 de xícara do óleo;
1 concha de sopa de farinha de trigo;
2 colheres de colorau (colorífico);
2 folhas de louro.
Modo de fazer: Numa panela do ferro pequena, esquentar o óleo. Colocar a farinha do trigo, mexendo sem parar, até dissolve-la bem. Depois que a farinha estiver dourada, juntar o colorau.
Juntar esse molho à panela do cozido que está fervendo. Deixar ferver por mais 2 minutos e estará pronto. Servir com arroz branco e uma salada. Nota: Essa receita tem a característica de um creme

Bebidas ciganas

Filtro do Amor

Compre uma garrafa do melhor vinho branco. Logo em seguida, embrulhe a garrafa em tecido vermelho. Deixe-a embrulhada por duas luas cheias. É importante deixar o pacote exposto à Lua Cheia – que ele pegue as influências da Lua e do sereno... da noite de uma forma geral.

Passadas as 2 luas, retira-se o pano; ele vai ser o coador da bebida. Pegue, então, dois pêssegos sem casca e sem caroço. Amasse-los e passe a polpa pelo coador, de forma que o sumo caia no vinho branco. Acrescente raspas de limão. Para servir, coloque um morango dentro de cada copo, juntamente com um pedaço (pequeno) de canela em pau. Uma outra dica é acrescentar damasco. Para ser tomado com a pessoa amada...

Chá cigano
Este chá é para ser servido quente. Ele é feito em duas etapas. Na primeira, pique de coloque nas xícaras ou copos nos quais o chá será servido, as seguintes frutas frescas: maçã, ameixa, damasco, morango, limão e uva. Ferva chá preto/ mate com cravo-da-índia, canela e casca de maçã. Para servir, o chá é colocado no copo com as frutas frescas.

Vinho cigano Este vinho pode ser servido tanto quente como frio.
Quente; Numa panela misture vinho tinto, cravo-da-índia, canela em pau. As frutas em pedaços: maçã, abacaxi, uva, morango, cereja (pode ser ao marasquino).

Gelado; Os ingredientes são os mesmos, mas tiramos o cravo e a canela. Acrescentamos laranja e folhas de hortelã.

Champagne cigano; Essa bebida é um delicioso afrodisíaco. Mistura-se em partes iguais: champagne com cerejas picadas e guaraná – refrigerante. É servido gelado.

Uma música que toca nossa alma, considerada um hino cigano, pela sua essência e alegria.

Frutas a maneira cigana - Albino Granada

Abacate Ativa o racional e a inteligência (devido à sua cor); Eficaz contra a caspa e a queda de cabelos: esfregue a polpa no couro cabeludo.

Abacaxi Energético e refrescante; Ativa a confiança / auto-confiança.

Kumpania Romai dança na Festa de Albino Granado - Associação Cultural Ananke e Escola Holística Harmonia-Primavera e Fundação Harmonia, realizada dia 18jul09, no Clube dos Alemães, Sampa, SP.

Ameixa Representa o seio feminino: amor materno, poder feminino, doador da vida; Expressa as qualidades maternais; Pratos em ameixa são oferecidos às parturientes; Semente: representa o desapego ao lado material; eficaz contra o reumatismo e controle de vias respiratórias.

Banana Representação do falo: poder masculino; Usado em simpatias/ feitiços de amor pelos homens; Recuperação de energia masculina; Ativa a firmeza e a energia; Eficaz para tratamento de obesidade, renal e enxaqueca.

Caqui Afrodisíaco para homens; Umidade da polpa da fruta está ligada ao suco vaginal; Eficaz no tratamento de hepatite e tuberculose.

Cereja Fruta do amor erótico, da volúpia; Depura o sangue durante a menstruação.

Coco Atrai paz e saúde (pela cor branca da polpa e verde da casca); Calmante.

Figo Ligado à elevação espiritual; Amor universal; Transcendência; Eficaz no tratamento de bronquite, escarlatina e problemas de uretra (podendo ser ministrado até para animais).

Laranja Ativa o raciocínio; Revigorante; Eficaz no tratamento de sinusite, laringite, faringite e dores de cabeça.

Limão Pela sua forma circular e a cor verde, está ligado à saúde; Purificador e neutralizador; Eficaz contra todas as doenças.

Mamão Representa o útero; Desperta a sensibilidade masculina; Regulador do intestino.

Morango Representa o coração; Felicidade e amor; Ativa a energia sexual.

Maçã Conhecimento espiritual; Sabedoria e intelecto; Calmante; Eficaz no tratamento de anemia, brônquios, insuficiência hepática.

Maracujá Atua no sistema nervoso; Traz clareza de raciocínio; Trata da insônia.

Melão Símbolo do renascimento; Força física; Deve ser sempre ingerido sozinho.

Pêra Associada ao útero; Ativa a criatividade; Também relacionada à energia sexual.

Uva Fruta: poder da consciência; Chá: fertilidade; Ingerida pela mulher em rituais; Relacionada ao sêmen masculino.

Encantamentos ciganos com frutas

Maçã da Prosperidade
Espete numa maçã cravos-da-índia. Tem de cobrir todo a superfície da fruta. Enquanto se procede, visualize os seus pedidos de prosperidade, fertilidade e riquezas. Essa maçã tem poder atrativo. Deve-se, porém, retirar a “pimentinha” da cabeça do cravo.
Uma curiosidade sobre a maçã: quando a cortamos para encantamentos/simpatias, o sentido do corte é de extrema importância para o resultado: horizontal, para prosperidade; vertical, para sentimentos.

Coco calmante
O coco verde é usado para acalmar pessoas de temperamento forte. Abre-se uma tampa nele e serve-se a água – não toda – para a pessoa que está agitada ou de humor “complicado”. A água restante fica dentro do coco, no qual colocamos um pedaço de papel com o nome da pessoa e selamos a tampa com cera de vela. O coco deve ser pendurado pela casa.

Limão Neutralizador
Para neutralizar energias negativas/ desarmônicas, cruza-se dois pregos em um limão e pendura-se na casa. Se o problema for pessoas com energias negativas ou pessoas que precisam ser neutralizadas por quaisquer razões, escreva o nome da pessoa e finque o papel com os pregos dentro do limão e pendure. Esse limão tende a apodrecer muito rápido. Dispense o limão ruim e troque sempre que necessário.

Melão da Riqueza
Pegue um melão e abra-o, tirando uma tampa. Limpe-o, enterrando as sementes. Dentro da fruta oca (só com a polpa), colocamos um papel com todos os pedidos de prosperidade e riqueza. Junto, colocamos 21 moedas. Para terminar, preencha o resto da fruta com açúcar cristal. Feche a tampa do melão, selando com cera de vela. Num local ligado à Natureza, acenda 6 velas coloridas (não use vela preta!) em forma de um hexagrama, o melão no meio. Quando as velas se consumirem, leve o melão para uma árvore e antes de deixa-lo, coloque um pano verde sob ele.
Obs: uma questão a se ter atenção é que sempre que preparamos esses encantamentos, devemos respeito à Natureza que nos proporcionou esses frutos e aos próprios. Então, sempre converse com a fruta, explicando para ela que será parte de uma transformação (transformação do mana – liberação de energia) e deixe clara sua gratidão. Outra coisa é em relação com a dispensa das frutas já usadas: sempre as deixe na Natureza: perto de árvores, em rios ou enterre-as. Durante a execução de um encantamento, é sempre recomendável que se morda ou coma um pedaço da fruta (ou frutas) usada e também que a passe embaixo da língua, pois lá se encontra um ponto de energia. Não podemos esquecer que somos parte do mesmo Organismo e devemos respeitá-lo e preservá-lo. Manter o nosso meio em equilíbrio é um grande trabalho mágico!

Frutas no altar cigano

As frutas deixadas no altar cigano são de significação impar para as pessoas e a casa per se. Essas frutas alimentam o espírito doméstico. Elas são:
maçã: força feminina = força, sabedoria e amor da casa;
pêra: força masculina = trabalho e saúde da casa;
uvas: prosperidade da casa;
romã: espiritualidade da casa.
As frutas também podem ser oferendas: sempre aos seus antepassados. Elas são um pedido de riqueza pessoal: fartura, alegria, prosperidade material, saúde e espiritualidade. Sempre que deixar as frutas, acenda alguma forma de fogo, pois ele representa o espírito dos antigos, para os ciganos.

Ciganos é um exônimo para roma (Wikipedia)

singular: rom; em português, "homem" e designa um conjunto de populações nômades que têm em comum a origem indiana e cuja língua provinha, originalmente, do noroeste do subcontinente indiano. Essas populações constituem minorias étnicas em inúmeros países, entre a Índia e o Atlântico, e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela União Romani Internacional (em romani: Romano Internacional no Jekhetanipe) e pelas Nações Unidas.

A história do povo cigano ou rom é ainda hoje objeto de controvérsia. Existem várias razões que explicam a obscuridade que envolve a esse assunto. Em primeiro lugar, a cultura cigana é fundamentalmente ágrafa e despreocupada por sua história, de maneira que não foram conservados por escrito sua procedência. Sua história foi estudada sempre pelos não ciganos, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista. Os primeiros movimentos migratórios datam do século X, de sorte que muita informação se perdeu, se é que alguma vez existiu. É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca de suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como posta em cena de seus espetáculos e atividades.

Outro problema que se deve ter em conta é que a inserção (ou não) na comunidade cigana é uma questão disputada. Não existe uma delimitação clara dentro da própria comunidade (nem fora) acerca de quem é cigano e quem não o é. As principais fontes de informação são os testemunhos escritos, as análises lingüísticas e a genética populacional. Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:
•Rom ou roma propriamente ditos, presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
•Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamados manoush;
•Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
•Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes. Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturais levantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.

Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos", no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.

Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e c. 1000 d.C.. Iniciaram a sua migração para a Europa e África do Norte, pelo planalto iraniano, no século XI, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão Mahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão). Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019 - 1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2.300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.

Por volta do século XI a língua romani apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas.
Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É segunda onda migratória, que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.

Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422 chegam a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.

A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na Europa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam ainda a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim.

Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo Bastos, eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e na Holanda, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro. Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países. A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos. Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãs e no sul da Espanha. Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.

Durante a Segunda Guerra Mundial, entre 200 e 500 mil ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970. No dia 2abr2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8abril. Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007. Em fins de jul2010, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o retorno em massa dos roma à Romênia e Bulgária, o que suscitou uma grande polêmica.

Os roma não têm uma religião própria, um deus próprio, sacerdotes ou cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado, no decorrer dos séculos, crenças em uma divindade particular, nem mesmo primitiva, do tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas, numa espécie de zoroastrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que, em época remota, atravessaram o Irã. Ademais, as crenças ciganas incluem uma série de entidades, cuja presença se manifesta sobretudo à noite. Mas, em geral, os roma parecem ter-se adaptado, ao longo da história, às confissões vigentes nos países que os hospedaram, embora sua adesão pareça ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como as procissões e as peregrinações, próprias de uma religiosidade popular, sobretudo católica. Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 1950, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se todavia profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que a adesão a essa religião impõe, dada a natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por induzir os roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais.

A maioria dos roma fala algum dialeto do romani, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão, tais como o prácrito, o marati e o punjabi. Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também reflete parcialmente o vocabulário sânscrito. Com as migrações, os roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas, distinguem-se dialetos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o espanhol.

"Aumentar o sucesso dos ciganos, do povo roma e das crianças nômadas é responsabilidade de todos dentro do sistema de educação, uma importante medida na eficácia das políticas de combate à exclusão escolar e social." Segundo o relatório de Ofsted de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no Reino Unido. O relatório Swann revela diversos fatores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes fatores, os que têm maior peso foram identificados como o racismo e discriminação, mitos, estereótipos e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas. No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a se formar num curso superior. Formou-se em direito na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, em 1973.

Maiores concentrações rom no mundo
País População rom (est.)
Albânia 70.000
Alemanha 110 / 130mil
Argentina 317.000
Brasil 678.000 (est. do governo) – 1milhão
Bósnia 17.000
Bulgária 370.908 (censo) ou 700 / 800mil
Canadá 80.000
Croácia: 9.463
Espanha 600 / 800mil
Estados Unidos 1milhão
Finlândia: 10.000
França 280 / 340mil
Grécia 300 / 350mil
Hungria 189.984 (censo 2001) ou 450 / 600mil
Índia 2.274.000
Irã 110.000
Itália 90 / 110mil
Macedônia 53.879 - 260.000
Montenegro: 2.601
Polônia: 15 / 50mil
Portugal: 40.000
Reino Unido :40.000
República Tcheca 11.746 (censo) ou 220,000
Romênia: 535.140 (2002 censo) ou 1,5 / 2milhões
Rússia: 183.000
Sérvia: 108.193
Eslováquia: 92.500
Turquia 5.000.000
Ucrania: 48.000

Os roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e homogêneo. Mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que a migração desde a Índia tenha sido fracionada no tempo e que, desde a origem, eles fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialetos diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e sintáticos das línguas faladas nos países que atravessaram no decorrer dos séculos acentuou fortemente tal diversificação, a tal ponto que podem ser tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si. As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns, contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver pacificamente.

Em linhas gerais poder-se-ia afirmar que os sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura ancestral. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. Em comunicação apresentada durante o encontro Ciganos no século XXI, realizado em Lisboa, em set2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na Galiza, apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. Galegos e castelhanos dividem-se. E há discriminação também entre os ciganos transmontamos, de nacionalidade portuguesa, e os espanhóis", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e exclusão social destes grupos.

Quanto aos roma de imigração mais recente, nota-se, ao invés, uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos. Sua origem, de países essencialmente agrícolas do leste europeu, favoreceu certamente a conservação de modos de vida tradicionais. Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza ligada ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. O aleitamento ainda dura muito tempo, às vezes se prolongando por alguns anos. No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. É possível a um rom casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições rom. Vige naturalmente o dote.

No grupo dos sintos, geralmente o casamento é precedido pela fuga do casal. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os sintos parece prevalecer o costume de se queimar a kampína (o trailer) e os objetos pertencentes ao morto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.

Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo, ao mesmo subgrupo ou a subgrupos afins. O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, é entretanto devido o respeito para com os mais velhos, que sempre são solicitados a dirimir eventuais controvérsias. Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos pelo krisnitóri. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada. Em tempos recentes a controvérsia se resolve, em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa. No passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em castigos corporais.

Ciganos famosos
•Mircea Lacatus, escultor cigano, formado pela Universidade Nacional de Arte, em Bucareste, Roménia.
•Ceija Stojka, escritora austríaca, foi a primeira escritora de etnia cigana a escrever um livro sobre o Holocausto.
•Juana Martin Manzano, designer de moda espanhola, ganhou vários prémios no mundo da moda.
•George Bramwell, jornalista da BBC, escritor de livros de história natural.
•Jarmila Balazova, jornalista e editora checa de etnia cigana.
•Alija Krasnici, escritor da ex-Iugoslávia.
•Ricardo Quaresma, futebolista português.
•Zlatan Ibrahimovic, futebolista sueco.
•Eugene Hütz, cantor e ator ucraniano.

São várias as pessoas de etnia cigana que, em diversas partes do mundo, destacaram-se em áreas tão diversas como literatura, escultura, música, desporto ou ciências. Outras pessoas como o ator Michael Caine, Sofia Kovalevskaya ou o prêmio Nobel Schack August Steenberg Krogh têm antepassados ciganos.

Cigana, Uma Linda Princesa - Luis Alberto Pimenta

Esta Página Conterá uma Linda História, Onde Vocês Saberão quem É a Verdadeira Cigana. Espero que Entendam esta História e que Possam Sentir o Quanto é Maravilhoso Ter um Espírito de Luz e Deus ao Nosso Lado!

Os ciganos são misteriosos, são como uma porta aberta para o além do que podemos ver com nossos olhos físicos. Talvez pelo fato de serem movidos pela eterna busca da liberdade. Movidos por esta busca que é renovada a cada respiro, a cada sopro de vida, e assim, desta forma os ciganos caminham pelas estradas buscando um rumo certo: a "busca da eterna liberdade do viver". Porque os ciganos são e vão.

Há muito tempo, em uma comunidade cigana haviam um Rei e uma Rainha, onde a riqueza de seus corações eram maiores que a riqueza material. Amaram-se como nunca houve igual e com tal amor Deus mandou uma criança. Os ciganos preferem filhos homens para continuarem seus nomes, mas Deus resolveu mandar uma "Fada", uma linda menina que encantou desde o primeiro momento. Uma "Princesa Cigana".
Ciganinha, a quem todos os segredos e mistérios de como "descobrir os caminhos da verdade" foi transmitido por sua mãe. A Rainha Cigana, ensinou previsões, leitura das linhas das mãos, leitura das cartas e a forma mais correta de usar o amor que é o maior dom de Deus. Entre os ciganos estes ensinamentos são processos naturais e intuitivos que é passado de mãe para filha. Mas com esta ciganinha foi especial. A seu pai competiu ensinar a "verdadeira maneira do viver".
O Rei Cigano ensinou que viver é fazer o presente de futuro, de forma que, tudo que se faz no presente haverá recompensa ou não para o futuro. Sentados em um tronco de árvore, próximo de sua tenda, o Rei Cigano disse-lhe:
- Minha Princesinha, lembre-se, o futuro é espelho do presente. Temos rumos traçados que nunca poderão ser mudados, mas podemos alterá-los, diante do livre arbítrio dado por Deus, única força cósmica e universal, afagou seus cabelos negros e continuou...
- Filha, somos um povo diferente, aprenda usar esta diferença e tenha sempre amor em tua alma e em teu coração. Olhai sempre para frente e nunca para trás, porque o passado não move nada. Aprenda a buscar em ti a tua melhor parte, tua parte guerreira porque na hora certa tu saberás fazer a justiça. Mas filha, tua justiça será julgada por Deus, então cuidado ao julgamento da justiça, pois sem Ele não somos nada.
E assim ciganinha foi aprendendo, mas se nada fosse ensinado tudo ela saberia, pois Deus a fez abençoada. Um dia durante ao cair da noite, Anjos e Estrelas, enviados por Deus, desceram do céu para buscar a "Princesa Cigana" e a levaram em seus braços. Muitos ciganos choraram. Mas assim estava escrito pela mão de Deus no destino de ciganinha. Sua partida do acampamento teve o perfume das flores e o sabor das frutas. Houve paz no coração de cada cigano, todas as flores em botões se abriram e aos pés de cada cigano caiu uma estrela. E este foi o sinal de Deus para mostrar que "Princesa Cigana" estaria sempre viva.
Hoje, "Princesa Cigana" uma Alma de Luz, caminha por todas as estradas e está em todos os cantos desse mundo seguindo apenas uma religião: a que resume Deus, Amor, Respeito e Liberdade. É livre como um pássaro, que bate asas e voa para onde bem quer, livre como uma folha que o vento leva. Caminha sob o sol, a chuva, a lua e as estrelas com um jeito tão faceiro de menina-moça e ao mesmo tempo com a beleza de uma linda e sensual mulher. Formosa com suas vestes. Sua saia possui rosas e flores bordadas com fios de prata e ouro, digna da "Princesa Cigana" que é. Formosa com suas jóias: pulseiras, anéis, colares e brincos de ouro de prata. Andar formoso e firme marcado pelo seu tamanco de ouro. Seu negro e longo cabelo é penteado pelo vento e limpo pela chuva tornando-o tão brilhante e belo quanto ao céu estrelado. "Princesa Cigana" vive sempre em festa, adora música e dançar. Quando dança em volta da fogueira ao som da música cigana, move suas mãos e seu corpo de maneira misteriosa, simples e sensual hipnotizando e transmitindo emoções aos olhos e o coração de quem Ela deseja, mas somente de quem Ela deseja. Roda suas setes saias a volta da fogueira que ilumina parte de suas pernas mostrando um pouco de seu mistério carnal. Enquanto dança seus cabelos longos seguem seu ritmo, seu sorriso largo mostra o quanto é feliz, pois a vida para ela é uma festa!

E sendo a vida uma festa, ela adora brincar. Brinca com o coração de quem ela deseja de maneira bonita. "Princesa Cigana" marca sua presença, fica por um tempo e depois vai embora ao seu destino: as estradas, para buscar sua eterna liberdade. "Princesa Cigana", que anda e cavalga pelas estradas sem fim com o vento em seu rosto e em seus cabelos, possui uma morada. Mora em uma choupana confortável como um afago, como o abraço do verdadeiro amor. Prata, ouro e pedras preciosas lá tem, mas a mais valiosa e preciosa de todas as pedras é Ela mesma. Aprecia a vida de uma forma que muitos não sabem fazer, crê que o melhor momento é aquele que se está vivendo e faz de tudo para vivê-lo.

Segue quem a segue pelas estradas acolhendo-os em seu coração, e, infelizmente aqueles que não conseguem segui-la talvez por medo, insegurança ou descrença, Ela, a eles responde apenas com sorriso deixando-os para trás porque o importante é ir em frente com força e fé naquilo que Deus e ela proverão. Pois quem nela não crê, não é nada para ela, não existe. É apenas mais um ser nessa terra fria e que nunca terá o prazer de encontrar a felicidade através dela. Mas felizes aqueles que conseguem vê-la, senti-la e principalmente amá-la. Com eles estará sempre presente trazendo paz, força, dignidade e felicidade.

"Princesa Cigana", não dá explicação nem aceita interrogação porque aqueles com quem ela anda nunca poderão duvidar de sua proteção, de seu amparo e de seu amor. Nunca!
Ela sabe que as estradas possuem pedras, as rosas possuem espinhos, a vida é uma luta, mas todos com quem ela caminha nunca se machucarão de todo; poderão tropeçar e cair, poderão ferir no espinho de uma rosa ou até mesmo perder uma batalha, mas nunca uma guerra!
Ela estará lá para amparar um tombo, curar um ferida e dar força para continuar a guerra. Basta amar e crer, pois assim como Deus prova seus filhos ela também prova os seus para saber se realmente são merecedores do seu amor, do seu amparo e da sua proteção. Pois quem com ela anda nunca estará só.

"Princesa Cigana", Alma de Luz, de Força e de Amor que vive nessa terra fria, que anda pela estradas, cachoeiras, pela beira do mar sagrado, que possui força, beleza e amor. Tu és o tudo, para quem te ama, és o nada para quem não te ama, pois teu lema é ir em frente, seguir cada estrada, cada caminho, e nunca olhar para trás, pois o que passou, passou. O melhor sempre há de vir, trazido por Ela e por Deus a quem neles acreditam.

Senhor Meu Deus, Obrigado Pela Minha Mente, Pelo Meu Corpo E Pela Minha Alma, Obrigada Por Ter Permitido Que " Ciganinha " Cruzasse O Meu Caminho. Permita Senhor, Que Eu Na Minha Ignorância, Nunca Faça Nada Que A Desagrade. Faça-me Senhor Merecedora Dela E De Ti. Cigana, Quem De Ti Precisar, Que Você Possa Sempre Estar Fazendo Tudo Que Você Pode Fazer.

Os ciganos e a Atlântida - Luis Alberto Pimenta


Embora tenham passado por quase todas as partes do mundo (afinal são considerados o Povo da Estrada), não se sabe, ao certo, sobre uma passagem efetiva dos Ciganos pela Atlântida, mas há uma relação sim, mesmo que indireta. Alguns Sábios do Antigo Continente, prevendo que a tragédia estava próxima, partiram em busca de novas terra, onde pudessem transmitir seus ensinamentos. E muitos foram para o Egito, passando aos Sacerdotes de lá toda a bagagem mística acumulada no Continente Perdido. Por sua vez, os Sacerdotes Egípcios, sempre cuidadosos com os ensinamentos secretos daquele povo, trataram de ensinar esses mistérios somente aos seus discípulos, receosos de que caíssem em mãos inescrupulosas, tendo assim usos errados. Para reforçar essa providência, gravaram esses ensinamentos em lâminas de metal, estando, assim criado o Tarot. De passagem pelo Egito, os Ciganos tiveram contato com essas lâminas, porém, como precisavam de um oráculo mais adaptado ao seu cotidiano nas estradas, ou seja, um oráculo capaz de fazê-los entender o passado, presente e futuro, criaram assim o Tarot Iniciático ou Cigano, repleto de símbolos ligados à magia do Povo do Oriente, linha espiritual que os guia e protege.

O PUNHAL NOS RITUAIS CIGANOS: Acredita-se que os punhais tenham o poder de eliminar de forma efetiva tudo aquilo que precisa ser eliminado ou cortado (negatividades, feitiços), tendo , também, um papel purificador, além de simbolizar a força e o poder.

CIGANA THAÍS, A CIGANA DAS FLORES: A Cigana Thaís é morena, cabelos castanho-escuro, olhos pretos e de um temperamento muito meigo, até mesmo no ato de falar. Costuma-se dizer que Thaís é a Cigana das flores, e tanto é que todas as suas magias são feitas com pétalas de flores das mais variadas cores. Seu traje é saia estampada de flores bem coloridas, blusa azul, lenço amarelo e como enfeite, na cabeça, usa uma tiara com flores de variadas cores. As pessoas que "carregam" a Cigana Thaís ou tem por ela afeição , devem ter sua casa, trabalho ou local de incorporação enfeitados com flores bem coloridas. O mistério dessa Cigana está exatamente nas flores e nas essências. Normalmente essa Cigana só incorpora na Lua Cheia e Crescente e quando está "em terra", costuma trabalhar com um girassol na mão esquerda.

OS BANHOS DE PURIFICAÇÃO DENTRO DA MAGIA CIGANA: Os chamados "banhos de purificação" são banhos feitos na Lua Cheia, é que de preferência se usa uma garrafa de água mineral sem gás para fazê-lo. Para quem é de Áries, por exemplo deve colocar nessa água 7 gotas de essência de Madeira do Oriente, ligada nesse caso a Áries. Escolha o melhor dia e jogue essa água do pescoço para baixo.

ENERGIZANDO A CASA COM A AJUDA DOS ESPÍRITOS CIGANOS: Às vezes nossa casa tem até uma boa energia, só que está negativamente carregada por circunstâncias momentâneas, portanto, vamos falar em termos de limpeza. Para quem é do Signo de Virgem, por exemplo, deve fazer um braseiro com canela em pó, folha-de-louro e açúcar cristal e passe por toda a casa, começando de dentro para fora.

ENTIDADE CIGANA, COMO TRATAR?
Infelizmente ainda persiste um modismo com relação aos Ciganos e que foi despertado por uma novela global... a verdade é que se proliferou uma onda de "ciganólogos", abrindo Espaços para ajudar as pessoas a descobrir e a tratar de suas Entidades Ciganas (quero aqui abrir exceção para pessoas sérias e que realizam trabalhos igualmente sérios na área).

Aproveitando o ensejo do tema, quero lembrar que as Entidades Ciganas estão ligadas à Tradição Espiritual da Umbanda, especificamente à Linha do Povo do Oriente, portanto, é muito perigoso pessoas sem o mínimo de conhecimento da Umbanda, "cuidar" do desenvolvimento da Cigana ou Cigano de alguém, despertando, muitas vezes, uma mediunidade precoce e que, em alguns casos, nem era para ser despertada, causando, com isso, desajustes psíquicos na pessoa ou, quando não, obsessões, por ligarem-se à Espíritos levianos e zombeteiros.

Mas, quanto à pergunta de como tratar, é necessário se saber qual a Entidade que se tem, e como ela gosta de ser tratada, porém, de um modo geral, Ciganos são tratados às quartas-feiras, de preferência em uma Lua Crescente ou Cheia.

Em termos de bebida, Ciganas gostam de vinho branco fino e Ciganos de vinho seco, também fino (nunca vinho vermelho, que lembrem sangue). Quanto à frutas, de preferência as de cascas lisas e não cítricas.

No oferecimento podem entrar, ainda, fitas coloridas, velas também coloridas, ou somente uma vela azul, em intenção de Santa Sarah. Quanto ao local, depende da Entidade, e que poderá ser num descampado, praia ou qualquer outro lugar determinado pela Entidade.

JcShow

O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.