segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Você é luz (video: Contato Imediato de último Grau - Ademir de Paula)


Sozinhos,somos estrelas que cintilam...

Juntos,compomos o corpo de luz deste planeta.

Trazemos na memória o amor e as conquistas de nossas caminhadas....

Porque temer?

É chegada a hora de “Ouvir” as nossas vibrações pessoais...

Cada um... ouça o seu som!

Sinta sua Luz!

Perceba a verdade que habita seu coração.

Sinta o seu propósito ao longo das eras...

Aquiete-se!

“Ouça” as estrelas...

O universo está aí...

Bem dentro de você!

Cada astro, cada estrela, cada lua, cada sol... tem seu lugar.

Há mais vida, há mais organização do que suspeitamos...

É hora de mostrar ao mundo a sua luz.

De fazer vibrar o seu som...

É hora de contribuir para o plano maior!

Por um mundo melhor...

Rituais de passagens são movimentos de renovação e de silenciosas transformações...

Deixe-se levar por seu coração.

Ele sabe o caminho...

Deixe a luz penetrar...

Inspire a força que vem do cosmos, erga a cabeça e caminhe, guiado pela verdade.

Seja pleno, feliz,pois você é...

“Filho amado de Deus”.

Confia em mim - A Reencarnação Através dos Tempos


Por que te agitas e confundes pelos problemas que te trazem a vida?
Deixa-me controlar todas tuas coisas e irão tornando-se melhores.
Quando te entregares totalmente a mim, todas as coisas serão resolvidas com tranqüilidade, de acordo com meus planos. Em vez disso, feches os olhos de tua alma e com paz diga-me:

"JESUS EU CONFIO EM TI".

Trate de evitar esses pensamentos que te angustiam ao querer compreender as coisas que te passam.

Não arruínes meus planos tratando de impor tuas idéias, deixa-me ser teu DEUS e atuar livremente em tua vida. Entrega-te a mim com completa confiança e deixa teu futuro em minhas mãos.
Diga-me freqüentemente:

"JESUS EU CONFIO EM TI".

O que mais lastimas é quando tratas de analisar tudo de acordo com teus pensamentos, e tentas resolver teus problemas a tua maneira.
Quando me disseres:

"JESUS EU CONFIO EM TI", não sejas como o impaciente que diz ao Médico: "cure-me", mas sugere a "melhor" forma de fazê-lo. Deixa-te curar por meus braços divinos, não tenhas medo, eu te amo.

Se vês que as coisas se tornam piores ou mais complicadas, ainda quando tu estás orando, mantenha-te confiante em mim, fecha os olhos de tua alma, e continua dizendo a cada hora:

"JESUS EU CONFIO EM TI".

Confia em mim, descansa em mim, entrega-te a mim.

Eu faço milagres na medida em que tu te entregas a mim e de acordo com a fé que me tens.

Assim não te preocupes, dá-me todas tuas frustrações e dorme em paz, e sempre diga-me:
"JESUS EU CONFIO EM TI", e verás grandes milagres. Te prometo com todo meu amor. 

JESUS

Link para arquivo digital em (.PPT) - A Reencarnação através dos Tempos.
A Reencarnação atráves dos tempos.pps

22 de Abril, Sábado


Chamando-nos por nossos verdadeiros nomes, Jesus nos convidou a sentar a seu lado. Obedeci de pronto. Meu irmão, ao contrário, mudo e trêmulo, continuou em pé. Seus olhos estavam presos à relva que o Rabi acabara de esmagar com os pés. E Jesus, repetindo o convite com ambas as mãos, interrompeu os pensamentos de Eliseu:

Os espíritos, se é o que crês que sou, não esmagam a relva. Também tu deves aprender a confiar.

E em verdade vos digo que chegará o dia em que não duvidareis e, do mesmo modo que meus mensageiros de hoje, também vós (de outra maneira, em outro tempo e lugar) proclamareis a boa-nova do reino.

Nós?

Por que credes que estais aqui?

Digo-vos que nos universos do nosso Pai nada que diga respeito ao domínio do Espírito fica escravizado ao acaso. Tudo é obra do amor, da sabedoria e da misericórdia.

Não te compreendemos, Senhor.

... Quando fordes devolvidos ao mundo e ao momento de onde vindes, uma só realidade brilhará em vossos corações: ensinai a vossos semelhantes, a todos, o que houvestes visto, ouvido e vivenciado a meu lado. Sei que, à vossa maneira, terminareis por confiar em mim. Sei também que não temeis os homens nem o que eles possam representar. E que proclamareis a Verdade. E outros muitos, graças ao vosso esforço e sacrifício, receberão a luz de minha promessa.

A Jasão:

Por que te atormentas? Tem fé. Já te disse: também as criaturas a meu serviço têm um “código” que, como vós, não podem profanar. Recorda minhas palavras a Lázaro: “Meu filho, o que te sucedeu ocorrerá a todos aqueles que crêem no Evangelho, mas ressuscitarão sob uma forma mais gloriosa”.

Eu sou a Ressurreição... e a VIDA! Isto que vedes e podeis tocar não é fruto de fantasias nem de milagres. Olhai bem! É uma das formas de que desfruta toda criatura mortal dos mundos do tempo e do espaço, uma vez vencido o sono da morte...

Não estranheis se notardes que esta forma carnal pouco ou nada tem a ver com o que conheceis.

Lá, onde sereis devolvidos à vida verdadeira, as limitações que vos acossam aqui “embaixo” não têm sentido. Lá sentireis outra categoria de fome. E de sede. Outra classe de sentimentos e necessidades. Repito-vos: não vos atormenteis. Agora é muito difícil que o homem mortal possa alcançar as estrelas. Deve bastar-vos saber que elas estão ali e que, no momento próprio, não apenas as estrelas farão parte de vosso conhecimento.

A “estrada” para o Pai Universal é prodigiosamente reveladora. Nada ficará oculto. Não esqueçais
que vossos conhecimentos são finitos e que toda compreensão, por parte das criaturas mortais é relativa. Qualquer informação, mesmo a que procede de fontes elevadas, só é relativamente completa, localmente exata e pessoalmente verdadeira. Só isso. Os fatos físicos podem ser uniformes, mas a verdade é uma realidade viva e flexível na Filosofia do Universo.

As pessoas que evoluem como vós estais fazendo agora só parcialmente são sábias e relativamente
verazes em suas mensagens. Só podem ter certeza nos limites da experiência pessoal. Algo que pode parecer certo em determinado lugar pode ser relativamente verdadeiro em outro segmento da criação.


A Verdade divina, a Verdade final, é uniforme e Universal. A história das criaturas espirituais, tal como é contada por numerosas individualidades originárias de esferas diversas, pode mudar, às vezes, nos detalhes. Isso obedece à relatividade na plenitude de seus conhecimentos e de sua experiência pessoal, assim, como à extensão e amplitude dessa experiência...

Parece-me que te contradizes, Senhor... A vida e as vicissitudes dos seres humanos opõem-se a essa idéia da soberania universal de Deus.

O plano de nosso Pai é fruto do amor e, em conseqüência, perfeito. E até tal ponto é assim que as criaturas evoluídas, como vós, vêem-se necessariamente assaltadas por toda sorte de possibilidades, só para seu próprio benefício.

Possibilidades? – replicou meu irmão com amargura – Eu empregaria um termo mais duro. Que me dizes da desesperança, da mentira, da injustiça?...

Vejamos: a esperança é desejável? Pois bem, então é necessário que a existência humana seja permanentemente confrontada com a incerteza e a insegurança.

E que nos dizes da mentira?

Dizei-me: é bom o amor à verdade? Nesse caso é preciso que o homem cresça em um mundo em que o erro esteja presente e a falsidade seja sua cotidiana companheira.

Que podes dizer diante da decepção? E que podes dizer sobre a dor? Tu a experimentaste com acréscimos. Era necessário? Foi justo?

Tu desejas a felicidade, não é verdade?

Mais do que qualquer outra coisa neste mundo!

Então deverás viver em um mundo no qual a alternativa da dor e a probabilidade do sofrimento sejam possibilidades experienciais sempre presentes. As atribulações são a maior fonte de sabedoria para os mortais. Em verdade, em verdade vos digo que não se pode perceber a realidade espiritual se antes não a tivermos sentido pela experiência. E muitas dessas verdades só se
intuem e compreendem em meio à adversidade...

Quanto ao meu próprio sofrimento, em nada foi diferente do de muitos outros mortais. Quando alguém sucumbe à dor, eu, ou meus anjos, estamos ali...

Para que?

Ainda que o inferno não o perceba claramente, com o único fim de recordar-lhe que, como eu fiz, deve abandonar-se às mãos do Pai. Eu vos disse: nada no Reino do nosso Pai é obra do acaso.

O Pai! Falas tanto do Pai!... Mas, na verdade, Mestre, agora que ninguém nos ouve, que é o Pai?

Realmente crês que ninguém nos ouve? Tu amavas o teu. Isso te permite aproximar-te um pouco, só um pouco, da magnífica realidade de nosso verdadeiro Pai.

O Pai Universal não é um ser humano, com longas barbas brancas, como às vezes o pintam suas criaturas. Mas o exemplo é válido. Ele é o Deus de toda a criação. A “Causa Central Primeira” de todas as coisas e de todos os seres.

Deveis pensar nele como um criador. Depois, como um controlador. Por último, como um apoio infinito. A verdade sobre o Pai Universal começou a despontar sobre a humanidade quando o profeta disse: ‘Tu, Deus, estás só e ninguém existe a teu lado. Tu criaste os céus dos céus com todos os seus exércitos. Tu os preserva e os controla. Pelos Filhos de Deus é que os universos foram feitos. O Criador cobre-se de luz como uma roupagem e estende os céus como um manto’.

Todos os mundos iluminados reconhecem e adoram o Pai Universal, o autor eterno e o sustento infinito de toda a criação. Em incontáveis universos, criaturas dotadas de vontade têm empreendido a longa, muito longa viagem para o Paraíso e a luta fascinante da aventura eterna para alcançar Deus, o Pai. As criaturas que conhecem Deus não têm mais que uma ambição suprema, um único e ardente desejo: o de perecer-se em seu próprio mundo ao que Ele é em sua perfeição paradisíaca personalizada...

Mundos iluminados, dizes? – Eliseu, atento às mínimas palavras de Jesus, desceu a um plano mais mosaico. – Será que há vida inteligente e organizada fora da Terra?

... Jesus apanhou um molho daquela erva fresca e, arrancando-o pela raiz, mostrou-o e perguntou-nos:

Dizei-me o que é mais importante: isto ou vós? Ante nosso Pai, vós, sem dúvida. Credes, então, que o Pai pode permitir que a erva seja mais numerosa que sua prole?

Não respondeste à minha pergunta, Senhor: quem é o Pai?

Já respondi, Jasão... Mas colocar-vos-ei um exemplo. Há milhares de milhões de “éons” de tempos, o primeiro Inteligente que alcançou a consciência entrou no não-tempo, depois de experimentar um processo que também durou milhares de milhões de “éons” de tempo. No mesmo instante da transição ao não-tempo soube que, com isso, iniciava um longo caminho de realização absoluta de si mesmo que igualmente se prolongaria por milhares de milhões de “éons” de tempos, à espera de que as humanidades em caminho chegassem a fazer parte dele. E aquele Ser pensou: “Eu serei vossa meta, ainda que me ignoreis. Eu serei vosso propósito, quando apenas me presumirdes. Eu serei vossa imagem quando crerdes em mim. Eu só serei Deus quando formardes um todo comigo: quando chegardes a ser Deus comigo. E juntos voltaremos a começar um processo para além do não-tempo, pois que o tempo terá perdido sua razão de ser”.

E tu que nome dás ao Pai? Porque, segundo creio, tu também és Deus... Como se entende este quebra-cabeças? Sendo tu Deus, por que o Pai é mais do que tu?

Responde primeiro a uma pergunta: crês que poderias beber a água do mar (yan)?

Não, Mestre...

Pois nosso Pai é um lago que esqueceram de cercar... Não te empenhes em compreender a natureza de Deus: sente-a! Os nomes que as criaturas lhe atribuem dependem da forma com que eles concebem o Criador. A “Causa Central Primeira” do Universo nunca se revelou por seu nome: só por sua
natureza. Ao Pai pouco se lhe dá como o chames. Ele não impõe nenhuma forma de reconhecimento, nem de culto oficial, nem de adoração servil, às criaturas dotadas de inteligência e vontade.

O importante é que no mais fundo dos vossos corações o reconheçais, o ameis e o adoreis... voluntariamente.

O Criador recusa exercer pressão sobre o livre-arbítrio espiritual de suas criaturas
materiais e muito menos forçá-las à submissão...

Mas as religiões...

Sabeis qual é o dom mais precioso do homem?

Jasão: a liberdade?

A consagração amorosa da vontade humana à do Pai. De fato, meus filhos, é o único dom válido que o homem pode oferecer a Deus.

Eliseu: Queres dizer que nada mais podemos oferecer?

Fazer a vontade de Deus é tudo. Nele, os humanos vivem, movem-se e têm sua existência. Esse é o verdadeiro culto, que satisfaz plenamente à natureza do Pai Criador, dominado pelo amor.

E tu, Mestre, como o chamas?

Já te disse: Ab-bã.

Em espírito, todos os nomes outorgados a Deus guardam idêntico significado, embora, em palavras e símbolos, cada uma das denominações expresse o grau e a profundidade com que o Pai é entronizado no coração de suas criaturas...

E ali – meu irmão apontou o céu – como o chamam?

Junto ao centro do Universo dos universos, o Pai Universal é geralmente conhecido por nomes que vêm a significar “Causa Primeira”. Mais além, no exterior, nos universos do espaço, os termos empregados para designá-lo correspondem a “Centro Universal”. Mais adiante, na criação estrelada, é conhecido por “Primeira Causa Criadora” e “Centro Divino”. Em outra: o “Apoio Infinito”.

Na direção do oriente recebe o nome de “Divino Controlador”. Também foi qualificado como o “Pai das Luzes”, o “Dom da Vida” e o “Único Todo-Poderoso”.

Antes mencionaste o Paraíso. Existe, na realidade, ou se trata de uma bela metáfora?

Vós associais a um lugar pleno de felicidade e não estais equivocados. Mas, enquanto permanecerdes sujeitos à carne, jamais podereis aproximar-vos sequer de seu magnífico e imenso esplendor.

Poderias defini-lo em quatro palavras?

Centro de gravidade absoluta. Ou melhor, ilha nuclear de luz.

Meu Deus! – exclamou meu irmão – Então é certo?... Muitos seres humanos pensam que, ao morrer, entrarão imediatamente no Paraíso. Estão errados?

Querido amigo, o homem é como uma criança: possessivo, inconsciente e aferrado unicamente ao mundo que o rodeia. Eu te disse que o caminho para a perfeição, para o Paraíso, ou, se preferes, para nosso Pai, exige uma longa preparação em outras “moradas”...

Então, quando veremos Deus face a face?

Às vezes pareceis cegos... Por que buscais fora se Ele te doou parte de sua Essência?

O Pai disse: “Vós não podeis ver meu rosto, já que nenhum mortal pode me ver e viver”.

Pois bem, digo-vos que nenhum ser material poderia contemplar o Espírito de Deus e preservar sua existência terrestre. É impossível aos grupos inferiores de seres espirituais e a todas as classes de personalidades materiais captar a glória e o resplendor espiritual da presença da personalidade divina. A luminosidade espiritual da presença do Pai é uma luz que nenhum mortal pode suportar, que nenhuma criatura material jamais viu nem poderá ver.

Em resumo – deduziu Eliseu em sua honesta simplicidade – depois da morte tão pouco O veremos...

Meu filho, na imensidade da criação, Deus não trata diretamente com as personalidades dotadas de vontade. Isso faz Ele de outra maneira: como te disse, “instalando-se” no mais íntimo de cada ser e através de um vasto circuito de personalidades celestes.

Avalias bem o que acabas de dizer?

Se não te entendi mal – prosseguiu Eliseu -, Deus “instala-se” em cada um de nós...

Essa, meu pequeno curioso, é a maior verdade que poderás ouvir de meus lábios.

Teu irmão o sabe: a falsidade não pode aninhar-se em minha alma. E te digo que cada criatura mortal dotada de inteligência e vontade recebe diretamente do Pai uma “centelha” dele mesmo, enviada do Paraíso, e que vive no órgão mental dos mortais, ajudando-os a desenvolver sua alma imortal, destinada a sobreviver por toda a eternidade.

A presença deste “ajustador divino” (como poderíamos qualificá-lo) na mente humana é revelada graças a três fenômenos experienciais: a aptidão intelectual para conhecer Deus, a necessidade espiritual de encontrá-lo e o intenso desejo de toda personalidade de parecer-se com Ele.

“Feito à sua imagem e semelhança”.

Assim é, Jasão! E em verdade te digo que em todas as vossas aflições Ele se aflinge. Em todos os vossos triunfos, Ele triunfa convosco e em vós. Seu divino espírito é realmente uma parte de vós, conquanto a imensa maioria dos humanos jamais chegue a descobri-lo.

“Ajustador divino”...Gostei da tua definição! – Eliseu, avesso aos rodeios, mais uma vez questionou: Se é como dizes, Senhor, se cada ser humano recebe essa “centelha” do próprio Deus, que acontece com aquelas criaturas que não chegam a nascer? Tu não ignoras que ontem, hoje e “amanhã” o aborto provocado é uma realidade...

Olha a teu redor. Que vês?

Não sei... campos florescentes, formosas colinas, o lago...

Diz-me agora: crês que tudo isso é resultado da casualidade?

Tenho-vos repetido: a Criação inteira é obra de nosso Pai. O maarabit não sopraria, as tilápias não alimentariam os homens, as messes não amadureceriam se Ele não houvesse desejado. Tudo obedece a uma ordem baseada no amor. Qualquer profanação dessa ordem repercute no resto. Por isso, e até por puro egoísmo pessoal, as criaturas humanas devem respeitar as Leis da Natureza.

Credes de verdade que nosso Pai está sujeito ao erro? Suas leis são fruto do amor. E asseguro-vos que o amor é a única moeda válida no universo, impossível de falsificar...

Se o Pai é amor – intervim – por que consente no mal?

O mal, meu atormentado amigo, é o conceito relativo. O mal potencial é inerente ao caráter necessariamente incompleto de Deus, como expressão da infinitude e da eternidade limitadas pelo espaço-tempo. O fato do elemento parcial, em presença do total aperfeiçoado, constitui a relatividade da realidade.

Em todo o Universo, cada unidade é considerada como parte do Todo. A sobrevivência da fração depende da cooperação com o plano e a intenção do Todo, do desejo sincero e do consentimento de fazer a vontade do Pai. Se existisse um mundo evolucionário sem erro, sem possibilidade de julgamentos imprudentes, seria um mundo sem inteligência livre. Em meu Universo há milhões de mundos perfeitos, com seus habitantes perfeitos, mas é preciso que o homem em evolução seja falível, se verdadeiramente deseja ser livre. É impossível que uma inteligência livre e inexperiente seja uniformemente sábia a priori. Mas não confundais erro com “pecado”. A possibilidade de juízo errôneo só se torna “pecado” se a vontade humana assumir e adotar conscientemente um juízo imoral intencional.

Nesse caso – perguntei -, crer que as desgraças são enviadas por Deus pode ser uma absoluta estupidez?

Mais do que uma estupidez, Jasão, uma conseqüência da cegueira humana. O Deus Eterno é incapaz de sentir a cólera ou castigar seus filhos. Essas são emoções humanas, vulgares e desprezíveis, indignas de ser chamadas humanas e muito menos divinas.

Eliseu: Por que não nos fala um pouco mais desse Paraíso?

Falarei, se assim o desejais, mas será como se vós tentásseis fazer compreender a meus pequeninos de hoje o sentido de vossa missão... Antes deveriam conhecer muitas coisas.

O Paraíso ou a Ilha Nuclear de Luz deriva da Deidade ainda que não se possa dizer que seja uma Deidade. As crianças materiais não são apenas uma parte da deidade: são uma conseqüência.

Poderíamos dizer que, sem qualificação especial, é o Absoluto do controle material gravitacional, pela “Causa Central Primeira”. Essa imensa “Ilha”, cujas dimensões não podeis conceber com a limitada mente humana, permanece imóvel. É a única criação estática no Universo dos universos. A Ilha do Paraíso tem seu lugar no Universo, mas carece de posição no espaço.

Trata-se de uma Ilha Eterna, origem efetiva dos universos físicos passados, presentes e futuros.

O Paraíso é um termo que inclui os Absolutos centrais pessoais e impessoais de todas as fases da realidade Universal. O Paraíso pode implicar e reunir todas as formas da realidade.

Deidade, Divindade, personalidade e energia espiritual, mental ou material.

Tudo tem o Paraíso como ponto de origem, defunção e de destino, no que se refere a seu valor, seu significado e sua existência de fato. Mas nada de confusões. A Ilha Eterna não é um Criador.

É um controlador único de numerosas atividades universais. De um extremo a outro dos universos
materiais, o Paraíso influi na conduta de todos os seres relacionados com forças, energias e potências. Em si mesmo, porém, é único, exclusivo e isolado dos universos.

Não representa nada e nada significa. Não é uma força nem uma presença. O Paraíso é, simplesmente, o Paraíso.

E todas essas coisas – ponderou Eliseu com melancolia – por que não são reveladas claramente? Os homens talvez encontrassem um verdadeiro sentido para sua vida...

Meu filho, é conveniente que os homens não recebam uma revelação excessiva...

Isso asfixiaria a imaginação. O progresso exige que a individualidade se desenvolva.

A mediocridade busca perpetuar-se na uniformidade. Fora do contato com o Pai Universal, nenhuma revelação poderá jamais ser completa. Porque vosso mundo ignora geralmente a origem das coisas, mesmo as físicas, tem-se julgado conveniente dar-lhe, de quando em quando, noções de cosmogonia, mas isso sempre provocou confusões. As leis que governam a revelação limitam grandemente porque proíbem, como ocorre agora a vós, a transmissão de conhecimentos imerecidos ou prematuros.

A revelação é uma técnica que permite economizar séculos e séculos de tempo no trabalho indispensável de seleção e análise minuciosa dos erros da evolução, a fim de extrair as verdades adquiridas pelo espírito...

Mas essas revelações – interveio meu irmão nervosamente – ajudariam a Ciência...

A revelação não deve engendrar a Ciência, nem tampouco religiões. Sua função é coordenar ambas com a verdade da realidade.

Mas a Ciência...

Vossa Ciência, como a de todos os tempos, é apenas um espelho, que reflete vossa própria imagem cambiante. E te direi mais: tanto a Ciência quanto a religião estão permanentemente necessitadas de uma autocrítica mais corajosa e de uma consciência mais clara da insuficiência dos seus estatutos evolutivos.

Nos dois terrenos, os educadores humanos caem com freqüência no dogmatismo e na autoconfiança excessiva.

Mestre, não pareces muito amante das religiões. Quem o diria?

O sectarismo, querido amigo, é uma enfermidade das religiões institucionais.

Quanto ao dogmatismo, uma escravização da natureza espiritual. É muito melhor ter uma religião sem igreja do que uma igreja sem religião.

Isso me interessa. Quais, em tua opinião, são os perigos das igrejas?

Em outra oportunidade falei disto com teu irmão. Mas repetirei para ti, se esse é o teu desejo.

As religiões formalistas tendem à fixação de crenças e à civilização dos sentimentos; fossilizam a Verdade; desviam-se do serviço de Deus para o da igreja; lutam entre si e entre os irmãos, em nome do amor, propiciando a formação de seitas e provocando as divisões; dão lugar a autoridades eclesiásticas opressivas; conduzem à instalação de um falso estado mental aristocrático de “povo eleito”; mantêm idéias falsas e exageradas sobre a santidade; tornam-se rotineiras e petrificadas e acabam venerando o passado e ignorando as necessidades do presente.

Meu Deus! Mas tu também formarás uma igreja!

Se não desejas escutar minhas palavras, escuta ao menos as de Jasão. Quando o Pai permitir que me acompanhes, analisa bem meu proceder. Busca então no mais íntimo do teu ser e recorda o que acabas de afirmar. É importante que transmitas a verdade.

Eu não vim ao mundo para criar igrejas. Só para dar testemunho do nosso Pai. A natureza humana é débil (eu sei) e, involuntariamente, minha mensagem será deturpada, surgindo assim uma nova religião... ”a pretexto” de minha pessoa.

E qual é tua religião?

Já vos disse: fazer a vontade do Pai. Entregar-se generosamente ao amor e à fascinante aventura da busca pessoal de Deus. Eu não quero credos nem tradições que fossilizem a alma humana. Os que aceitarem minha mensagem jamais serão dogmáticos. São as metas (não os credos) que devem unir os
homens. E a que eu vos revelei é simples e cristalina: chegar ao Pai. Fazer sua vontade.

Descansar nele.

Perguntei pelo destino da caótica humanidade a que pertenço.

Em verdade vos digo que o futuro do mundo é esplêndido. As atribulações passarão. E chegará o dia em que os homens esquecerão rixas e interesses obscuros. Nesse dia, as nações da Terra, como um só povo, aceitarão a dupla mensagem que vos trago: que o Pai existe e que todos sois irmãos.

Vosso destino é a Luz. E ninguém vos arrebatará esse direito. Então, só então, achareis a Paz.

Para chegar a isso devereis aprender primeiro a gozar dos privilégios sem abusar deles, a dispor da liberdade como de um delicado recipiente de cristal que convém manipular com delicadeza e a assumir o poder recusando utilizá-lo para ambições pessoais. Esses são os sinais de uma “alta civilização”.

Eliseu: Então estamos muito longe...

Ide, pois...

21 de Abril, Sexta-Feira - 13a


13a. – Pouco depois do amanhecer (6 horas). Praia de Saidan, no lago Tiberíades. Testemunhas: dez dos apóstolos (faltou Simão, o Zelote), o adolescente João Marcos e este que aqui escreve.

Várias conversas com os discípulos, dois a dois.

Rapazes! Pescastes alguma coisa?

Lançai a rede à direita do barco... e encontrareis peixes!

Os discípulos saem dos barcos ao encontro de seu Mestre e João Marcos se adianta, lançando-se a seus pés: Meu Senhor e meu Mestre!

João, estou contente devoltar a ver-te na Galiléia, onde poderemos ter uma boa conversa. Fica conosco para o desjejum.

Dirigindo-se aos discípulos:

Trazei vossos peixes e preparai alguns para o nosso desjejum. Temos fogo e muito pão.

Caminhando ao lado de João:

João, tu me amas?

Sim, Mestre!...De todo coração!

Então, renuncia à tua intolerância e aprende a amar os homens como eu te tenho amado. Consagra tua vida a demonstrar que o amor é a maior coisa que há no mundo. É o amor de Deus que conduz os homens à salvação. O amor é a bondade espiritual e a essência da verdadeira beleza.

A Pedro:

Pedro, tu me amas?

Senhor, sabes que te amo com toda a minha alma!

Se me amas, apascenta minhas ovelhas. Não regateies teu ministério aos fracos, aos pobres e aos jovens. Prega o Evangelho sem temor nem preferências. Não esqueças que Deus não faz exceções.

Serve a teus contemporâneos como eu te servi. Perdoa os homens como eu te tenho perdoado. Deixa que a experiência te demonstre o valor da meditação e o poder da reflexão inteligente.

Pouco tempo depois:

Pedro, amas-me realmente?

Sim, Senhor, sabes que te amo.

Cuida bem de minhas ovelhas. Sê um bom pastor para o meu rebanho. Não traias a confiança que tenho em ti. Não te deixes surpreender pelo inimigo. Está sempre vigilante. Vigia e reza!

Pela terceira vez:

Pedro, amas-me verdadeiramente?

Conheces todas as minhas coisas, Senhor!... Portanto, sabes que em realidade te quero!

Apascenta minhas ovelhas!... Não abandones o rebanho! Serve de exemplo e inspiração a todos os teus companheiros pastores!... Ama o rebanho como eu fiz contigo! E segue-me!... Segue-me até o fim!

Se eu te seguir, este o que fará? (apontando para João).

Não te preocupes com o que façam seus irmãos. Se eu quiser que João permaneça aqui e que tu partas, até que eu volte, que te importa? Cuida apenas de seguir-me!

Com André e Tiago:

André, tens confiança em mim?

Sim, Mestre, tenho absoluta confiança em ti... e tu sabes.

André, se tens confiança em mim, tem mais confiança em teus irmãos e, sobretudo, em Pedro.

Antigamente, dei-te tua direção. Agora é preciso que lhes dês confiança, enquanto te deixo para ir ao Pai. Quando teus irmãos se dispersarem por causa das perseguições, sê um sábio e previdente conselheiro para Tiago, meu irmão de sangue, já que terá de suportar uma carga pesada
demais para sua experiência. Depois, continua tendo confiança.

Não te faltarei!

E por fim ele virá junto a mim.

A Tiago de Zebedeu:

Tens confiança em mim?

Sim, Mestre, de todo coração...

Tiago, se é certo que tens confiança em mim, deverias ser menos impaciente com teus irmãos. Se realmente desejas desfrutar de minha confiança, isso te ajudará a ser melhor para com a irmandade dos que crêem. Aprende a pensar nas conseqüências de tuas palavras e atos.

Recorda que a colheita é obra da semeadura. Reza pela tranqüilidade de espírito e cultiva a paciência. Com fé viva, essas graças te sustentarão quando chegar a hora de beberes o cálice do sacrifício. Não temas nunca. Quando tiveres terminado sua missão na Terra, virás morar junto de mim.

A Tomé e Bartolomeu:

Tomé, tu me serves?

Sim, Senhor... Sirvo-te agora e sempre.

Se queres servir-me, serve a teus irmãos mortais como eu te tenho servido. Não te canses de trabalhar nesse sentido e persevera, já que recebeste ordem de Deus para este serviço de amor. Ao terminar tua missão na Terra, servirás comigo na glória.

Tomé, tens de deixar de duvidar. Faz crescer tua fé e teu reconhecimento da Verdade! Se o desejares, crê em Deus como um menino, mas não ajas infantilmente.

Tem coragem! Sê forte na fé e no Reino de Deus!

A Bartolomeu:

Tu serves a mim?

Sim, Mestre, com total entrega.

Se me amas de todo coração, esforça-te por trabalhar pelo bem-estar de meus irmãos terrestres. Une a amizade a teus conselhos e junta o Amor à Filosofia.

Serve a teus contemporâneos como eu te servi. Sê fiel aos homens, do mesmo modo que velei por ti. Não sejas crítico e espera menos de alguns homens. Assim, tua decepção será menor. Ao cabo de teu trabalho na Terra servirás em cima, comigo.

A Felipe:

Felipe, obedeces-me?

Sim, Senhor, te obedecerei ainda que à custa de minha vida.

Se queres obedecer-me, vai ao país dos gentios e proclama o Evangelho. Os profetas disseram que mais vale obedecer do que se sacrificar. Pela fé, conhecendo Deus, és filho do Reino. Só há uma lei a observar: difundir o Evangelho. Deixa de temer os homens! Não te causes receio pregar a boa-nova da vida eterna a teus semelhantes que se debilitam nas trevas e que têm sede de
luz e de verdade! Não te ocupes mais do dinheiro, nem das provisões. De agora em diante, do mesmo modo que teus irmãos, estás livre para anunciar a boa nova, serviço em que te precederei e acompanharei até o final.

A Mateus Levi:

Teu coração, Mateus, está disposto a me obedecer?

Sim, Senhor, sou inteiramente devotado à tua vontade.

Então, se queres me obedecer, vai ensinar a todos os povos o Evangelho do Reino.

Não proporcionarás a teus irmãos as coisas materiais da vida. Em vez disso, proclamarás a boa-nova da saúde e da salvação espiritual. A partir de agora, não terás outro objetivo que o de executar o mandamento de pregar esse Evangelho do Pai. Como eu tenho seguido na Terra a vontade do Pai, tu cumprirás também tua missão divina. Lembra-te de que judeus e gentios são todos teus irmãos. Não tenhas temor de homem algum quando proclamares as verdades salvíficas do Evangelho do Reino dos Céus. Lá para onde eu vou, tu irás logo.

Aos gêmeos:

Tiago e Judas, credes em mim?

Sim, Mestre, cremos.

Muito breve vou deixar-vos. Já vistes que o fiz fisicamente. Estarei pouco tempo em minha forma atual, antes de ir ter com o Pai. Crede em mim. Sois meus discípulos e sempre o sereis.

Segui crendo quando eu tiver partido e recordai sempre vossa associação comigo. Até quando regressardes a vosso antigo trabalho. Não deixeis jamais que a mudança de atividade influa em vossa obediência. Tende fé em Deus até o fim dos vossos dias terrestres. Não esqueçais que sois filhos de Deus pela fé e que todo trabalho honrado é sagrado para o Reino. Nada de quanto faça um filho de Deus pode ser desprezível.

Portanto, fazei agora vosso trabalho como se fosse para Deus. Quando houverdes terminado a tarefa neste mundo, tenho outros melhores, onde trabalhareis também para mim. Nesta obra, neste e em outros mundos, trabalharei convosco e meu Espírito viverá em vós.

... Logo depois... O Mestre despediu-se com as seguintes palavras:

Adeus! Até que eu volte amanhã para todos, à hora sexta, na montanha da vossa ordenação.

21 de Abril, Sexta-Feira


Aparição a Jasão, cerca de duas horas antes do amanhecer.

Não te preocupes em saber “como”. Em vez disso, meu querido e assustado Jasão, pergunta “por quê?”...

Existem realidades que dificilmente poderão ser provadas pela Ciência ou pelas deduções da razão pura. Ninguém pode conceber essas verdades enquanto permanecer no reino da experiência humana.

Quando tiverdes acabado aqui embaixo, quando houverdes completado vosso tempo de prova da carne,
quando o pó que forma o tabernáculo mortal for devolvido à terra de que procede, então, só então, o Espírito que vos habita retornará ao Deus que vô-lo concedeu e tua pergunta ficará plenamente respondida.

Então, é certo que a morte é apenas uma passagem?

Tão natural e obrigatória quanto a calma que sucede à tempestade. Mas os homens da Ciência não crêem...

A corrente de ferro da Verdade, que vós qualificais de invariável, vos mantém cegos em um círculo vicioso. Tecnicamente pode-se ter razão nos fatos e, no entanto, estar eternamente equivocado sobre a Verdade. Eu sou a Verdade. Tu me tocaste e agora me vês e escutas minha palavra. Por que continuas duvidando?

O fato de não compreenderes não significa que essa realidade superior seja uma quimera ou fruto de mentes visionárias. Quando chegar a tua hora, meus anjos ressuscitadores te despertarão em um mundo que nem sequer podes intuir.

Teus anjos ressuscitadores?

Tu, querido amigo, à tua maneira, já respondeste a essa pergunta: em meu Reino há muitas moradas...E uma delas é passagem obrigatória para os mortais que procedem dos mundos evolucionários do tempo e do espaço.

E tu, também foste ressuscitado?

Não, meu filho. Acabo de dizer-te que eu sou a Vida. Meus anjos, não a meu pedido, só dispuseram de meu envoltório carnal. Mas o poder de ressuscitar no Espírito é um dom que só devo ao Pai.

Algum dia, quando passares para o outro lado, o compreenderás.

Desculpa a minha ignorância. Se não entendi mal, nenhum dos seres humanos tem o poder de auto-ressuscitar-se...

Assim é. Todavia, podeis desfrutar a esperança de que ninguém, ninguém pode perder esse direito. Todos, como eu o fiz, despertareis para uma vida que é só o princípio de uma longa caminhada para o Paraíso. Uma continuada ascensão para o Pai Universal. Uma “viagem”... sem retorno.

Que queres dizer com isso de que teus anjos apenas dispuseram de teu invólucro carnal?

Eu te disse, mas, em tua perplexidade, não escutaste minhas palavras... Eu sou a Vida! Em verdade te digo que nenhuma de minhas criaturas pode devolver-me o que é meu e que só compartilho com meu Pai. Meus discípulos e a maioria dos homens dos tempos vindouros têm associado e associarão a maravilhosa realidade da volta à vida eterna e espiritual com a mera desaparição de meu corpo terrestre. Enganaram-se. A desintegração deste envoltório carnal foi um
fenômeno posterior à minha verdadeira ressurreição. Um fenômeno necessário, fruto do poder de meus anjos.

Desintegração? Todo mundo pensa que a desaparição do corpo foi um milagre...

A ti, isso pode ser dito. Os milagres, tal como os concebem muitos seres humanos, não existem. O poder de meu Pai é tão imenso que não necessita alterar a ordem das coisas criadas. O verdadeiro milagre é vossa cega crença nos milagres.

Continuo sem entender. Esse cadáver volatizou-se... Será que teus anjos conhecem uma técnica?...

Tu o disseste. Mas, tal qual ocorre com vosso código moral, o código dessas criaturas a meu serviço tampouco deve ser violado. Sei que compreendes. Não é o lugar nem o momento para fazê-lo.

Desculpa minha curiosidade. Tem essa “técnica” alguma coisa que ver com a manipulação do tempo que nós mesmos estamos utilizando?

Quando compreendereis que o tempo é apenas a imagem em movimento da Eternidade? Quanto mais precisareis para considerar que o espaço é tão somente a sombra fugidia das realidades do Paraíso?

Vós vos orgulhais de vossas descobertas e pensais que a Verdade Absoluta está ao vosso alcance.

Não compreendeis que sois como meninos recém-chegados a uma ordem imensamente velha e inconcebivelmente sábia.

E tu, Mestre, que lugar ocupas nessa ordem?

Sou um Filho do Criador. Não queiras agarrar o que ainda é invisível a teus olhos de mortal.

Bastar-te-á a fé na existência do Pai. Muitas de minhas criaturas, apesar de haver transposto a barreira da morte, também não estão preparadas para enfrentar, face a face, a luz cegante do Pai Universal.

Tudo parece tão simples!... Falas da morte sem medo. Mas nós...

Vós fazeis empenho em apagar a “luz” que bate em cada coração e que foi depositada aí precisamente para vencer o medo. Se os homens escutassem sua própria voz, ninguém temeria essa passagem.

Por que crês que voltei? É preciso que uns poucos me vejam agora para que outros muitos creiam e
aprendam a olhar para si mesmo. A morte, meu filho, é só uma porta. Não temais cruzá-la.

Alguns seres humanos temem a incógnita do “depois” da morte do que o fato físico da morte...

Esses, no escandaloso troar de suas dúvidas, silenciam a íntima e sábia “voz” de sua consciência. Deixai que seja ela quem vos guie. Tudo, na criação de meu Pai, está meticulosa e misericordiosamente disposto para o vosso bem. Ninguém morre. Tudo é contínuo progresso para o Paraíso. E nem sequer esse é o fim...

Mas as religiões e algumas igrejas pregam a salvação e a condenação...

Não meças nosso Pai Universal com a vara dos homens. Nem confundas a religião da autoridade com a do Espírito. Algum dia, todos os mortais compreenderão que só o caminho da experiência e da busca pessoal é digna da “centelha” divina que alimenta cada um de vós. Até que as raças não evoluam, o mundo assistirá a essas cerimônias religiosas, infantis e supersticiosas, tão características dos povos primitivos. Enquanto a humanidade não alcançar um nível superior, assim reconhecendo as realidades da experiência espiritual, muitos preferirão as religiões autoritárias, que só exigem a concordância intelectual. Essas religiões da mente, apoiadas na autoridade das tradições religiosas, oferecem um cômodo refúgio às almas confusas ou assediadas pelas dúvidas e pela incerteza.

O preço a pagar por essa falsa e sempre provisória segurança é o fiel e passivo assentimento intelectual a “suas” verdades. Durante muitas gerações, a Terra acolherá mortais tímidos, temerosos e vacilantes, que preferirão esse tipo de “pacto”. E eu te digo: ao unir teus destinos ao das religiões da autoridade, colocarão em risco a sagrada soberania de tuas personalidades, renunciando ao direito de participar da mais apaixonante e vivificante de todas as experiências humanas: a busca pessoal da Verdade e tudo quanto isso significa...

E que representa essa “busca pessoal”?

E tu, embarcado nesta apaixonante aventura, me perguntas isso? Que me dizes da alegria e das emoções que compensam todo o esforço exigido pelas vossas descobertas? Não valeu a pena?

Os descobrimentos intelectuais, meu amigo, constituem sempre uma “aventura” e um risco. Mas só os audazes, os que obedecem ao seu próprio “eu”, estão capacitados para enfrentar isso. Só esses, os autênticos “buscadores” da Verdade, sabem explorar com determinação e sem medo as realidades da experiência religiosa pessoal. Tu mesmo e teu irmão estais experimentando a
suprema satisfação do triunfo da Fé sobre as dúvidas intelectuais!

E essas vitórias, único objetivo da existência humana, só conduzem a um fim: a busca pessoal de Deus. Em verdade, em verdade te digo que todo homem que se empenhe nessa suprema aventura encontrará o Pai, até mesmo no desalento das dúvidas. A religião do Espírito significa luta, conflito, esforço, amor, fidelidade e progresso. O dogmatismo, ao contrário, só exige de seus fiéis uma parte ínfima desse esforço.

Não esqueças, Jasão, que a tradição é o caminho fácil e um refúgio seguro para as almas fracas e temerosas, incapazes de afrontar as lutas do espírito e da incerteza. Os homens de fé viajam sempre pelos difíceis oceanos, à busca de novos horizontes. Os submissos limitam-se a navegar pela costa ou a fundear suas inquietudes ao abrigo de portos limitados, inadequados a “navios” construídos para audazes e distantes singraduras...

Essas palavras, em meu tempo, te levariam de novo à morte...

Não esqueças que minha passagem pelo mundo será motivo de divisão e confrontação...

Diz-me: que deve fazer um homem que deseja encontrar a Verdade?

Nem mesmo tu compreendeste minha mensagem? Confiar em nosso Pai. Só isso. Cada amanhecer, cada momento de tua vida, põe-te em suas mãos. Luta pela fraternidade entre os humanos. Luta pela tolerância e pela justiça. Luta pelos fracos. Ele se encarregará do resto.

O Pai! Deve ser um grande homem!

É tão imenso, que mede os mares na concha de sua mão e os universos na distância de um palmo!

É Ele quem está sentado na órbita da Terra. É Ele quem estende os céus como um manto e lhes põe ordem para que sejam habitados.

Mas não confundas: Deus é um mero símbolo verbal, que designa todas as personalidades da divindade... Não esqueças que uma parte desse Deus, de nosso Pai, entrou em ti há muitos anos.

Quando?

Digamos, para simplificar, que no momento em que tomaste tua primeira decisão moral.

Então eu sou Deus?

Tu o disseste. E a partir de hoje busca-te no mais íntimo de tua alma.

Como te chamas?

Em meu reino, minhas criaturas me conhecem por Micael.

E por que não adotaste esse mesmo nome na Terra?

A princípio, por expresso desejo meu, nem eu mesmo tomei consciência de quem era aquele jovem de Nazaré. Assim o exigia minha experiência entre os humanos evolucionários do tempo e do espaço.

Só uns poucos, muito chegados a Micael, souberam desse segredo e o guardaram ciosamente. Meu nome na Terra tinha de ser outro. Satisfeito?

Então, tu, durante tua infância e juventude, nunca soubeste... Então, quando?...

Isso, querido Jasão, é algo que devereis descobrir por vós mesmos... em seu momento.

Por que falas de “minha experiência entre os humanos”?

E que outra coisa posso dizer?

Experiência? Só isso?

Segundo tu, como deveria qualificá-la?

De desperdício. Um desperdício, se me permites, desnecessário, e, a julgar pelos resultados próximos e “futuros”, catastrófico.

O Soberano Criador deste Universo também faz a vontade do Pai. Uma vez satisfeita minha sede de conhecimento dos humanos, pude abandonar o mundo e receber do Pai Universal o definitivo reconhecimento de minha soberania.

Mas, como te disse, não era essa a vontade do Pai.

Queres dizer que o Pai podia desejar para ti uma morte tão cruel e sanguinária?

Antes de minha Encarnação na terra os homens podiam crer em um Deus colérico, sedento de justiça. Sua ignorância era perdoável. Agora revelei-lhes um Pai misericordioso que só conhece a palavra Amor. Crês, então, que um Pai pode desejar essa morte para um filho? Sua vontade era que eu permanecesse em vosso mundo até o final e que esgotasse o cálice que todos os mortais, por
sua natureza, têm bebido e beberão. Se eu concordei com a morte foi para demonstrar-vos que a fé em Deus nunca é estéril.

Sei que, apesar de minhas palavras, muitos deformarão o sentido de minha morte na cruz. Eu não vim ao mundo para saldar uma suposta velha conta dos homens para com Deus. Sei o que estás pensando. Estás enganado, como se enganam todos os que assim pensam. O Pai Celestial não pode conceber jamais a grave injustiça de condenar uma alma pelos erros dos seus antepassados.

Então, essas idéias dos cristãos sobre a redenção pela cruz...

A tendência ao vício pode ser hereditária. O pecado, ao contrário, não se transmite de pais a filhos. O pecado é um ato consciente e deliberado de rebeldia contra a vontade de nosso Pai Universal e contra as leis do Filho. Toda idéia de resgate ou expiação, portanto, é incompatível com o conceito de Deus.

O amor infinito do nosso Pai ocupa o primeiro posto dentro da natureza divina.

Em verdade te digo, Jasão, que o senso de salvação pelo sacrifício está arraigado no egoísmo. Eu tenho pregado que a vida de serviço é o conceito mais elevado de fraternidadeentre os que crêem.

E te direi mais: a salvação é crer na paternidade de Deus. A maior preocupação dos fiéis do Reino não deveria ser seu desejo egoísta de salvação pessoal. Só a necessidade de amar os seus
semelhantes acima de si mesmos. Os autênticos crentes não se preocupam com o possível e futuro castigo de seus erros. Interessam-se tão somente pelo restabelecimento do contato com Deus.

Decerto um pai pode castigar seus filhos, mas o faz por amor e com um objetivo e um sentido puramente disciplinares.

Logo, há um castigo futuro...

Não como tu o imaginas. Nosso Pai é amor. E o amor é contagiante e eternamente criador. Crês que não existem outros meios melhores do que o castigo para corrigir os erros das limitadas criaturas mortais?

Antes de eu vir a este mundo (e até mesmo se eu não tivesse vindo), todos os mortais do Reino
dispunham já da salvação. Nosso Pai, repito, não é um monarca ressentido, severo e implacável, cujo principal prazer consiste em localizar e perseguir criaturas que agem na obscuridade ou no pecado. A própria idéia de um resgate ou expiação colocaria a salvação em um plano de irrealidade. Esse conceito é puramente filosófico. A salvação humana é inegável e se baseia em dois únicos princípios: Deus é nosso Pai e, conseqüentemente, todos os homens são irmãos.

Quando isso ocorrerá? Quando desaparecerão a maldade e a injustiça?

Só há um caminho: o amor. O amor dissolve o pecado e as fraquezas. Ama teu semelhante, Jasão!

Ama-o na penúria e na riqueza! Ama-o ainda quando creias que ele esteja errado! Ama-o, simplesmente!

18 de Abril, Terça-Feira


12a. – Pouco depois das 20 horas. Residência de Rodã (cidade de Alexandria, no Egito).

Testemunhas: cerca de oitenta gregos e judeus que compartilhavam os ensinamentos do Mestre.

O Ressuscitado, segundo Natã, diz textualmente:

Que a paz esteja convosco... O Pai me enviou para estabelecer algo que não é propriedade de raça ou nação alguma, nem de algum grupo especial de educadores ou pregadores. O Evangelho do Reino pertence aos judeus e gentios, ricos e pobres, homens livres e escravos, mulheres e homens e, inclusive, crianças. Espalhai este Evangelho de Amor e Verdade através de vossas vidas.

Amai-vos com um novo amor, como eu vos amei. Servi a humanidade com uma devoção nova e surpreendente, como eu vos servi. Então, quando os homens virem como vós os amais, e quanto trabalhais em seu favor, compreenderão que entraste pela fé na comunidade do Reino dos Céus.

Então seguirão o Espírito da Verdade, que eles descobrirão em vossas vidas, até encontrar a salvação eterna.

Assim como meu Pai me enviou a este mundo, eu também vos envio. Todos sois chamados a difundir esta boa-nova àqueles que se debatem nas trevas. O Evangelho do Reino pertence a todos aqueles que acreditam nele...

Prestai atenção: este Evangelho não deve ser confiado exclusivamente aos sacerdotes...

Em breve, o Espírito descerá sobre vós e vos guiará à verdade. Ide, pois, e pregai essa grande notícia...

E não vos esqueçais de que estarei convosco até o final dos tempos.

16 de Abril, Domingo


11a. – 18 horas. Cenáculo, na casa dos Marcos (Jerusalém). Portas novamente trancadas. Testemunhas: os onze íntimos e este que escreve este diário.

Que a paz esteja convosco.

...Esperei uma semana, até que estivésseis todos reunidos, para aparecer de novo e dar-vos, uma vez mais, a ordem de correr o mundo divulgando o Evangelho do reino. Repito-vos: assim como o Pai me enviou ao mundo, eu vos envio. Assim como revelei o Pai, vós estendereis o amor divino não só com palavras, mas também com vossa vida de todos os dias. Envio-vos não para amar as almas dos homens, mas para amar os homens. Não basta que proclamais as alegrias do céu.

Também é necessário mostrar as realidades espirituais da vida divina em vossa experiência diária. Sabeis pela fé que a vida eterna é um dom de Deus. Quando tiverdes mais fé e o poder de cima ( o Espírito da Verdade) tiver penetrado em vós, não ocultareis sua luz.

Aqui, atrás das portas cerradas, dareis a conhecer a toda a Humanidade o amor e a misericórdia de Deus. Por medo, fugis agora diante de uma desagradável experiência. Mas quando estiverdes batizados pelo Espírito da Verdade, ireis, felizes e alegres, propagar as novas experiências da vida eterna no Reino do Pai. Podeis permanecer aqui ou na Galiléia durante um curto período.

Assim podereis refazer-vos do golpe da transição entre a falsa segurança da autoridade do tradicionalismo e a nova ordem da autoridade dos fatos, da verdade e da fé nas realidades supremas da viva experiência. Vossa missão no mundo se baseia no que vivi convosco: uma vida revelando Deus e em torno da verdade de que sois filhos do Pai, assim como todos os homens.

Esta missão se concretizará na vida que levareis entre os homens, na experiência afetiva e vivente do amor a todos eles, assim como eu vos amei e servi. Que a fé ilumine o mundo e que a
revelação da verdade abra abra os olhos cegados pela tradição. Que vosso amor destrua os preconceitos engendrados pela ignorância. Ao aproximar-vos de vossos contemporâneos com simpatia compreensiva e uma dedicação desinteressada, vós os conduzireis à salvação pelo conhecimento do amor do Pai.

Os judeus exaltaram a bondade. Os gregos, a beleza. Os hindus, a devoção. Os antigos ascetas, o respeito. Os romanos, a fidelidade... Eu, contudo, peço a vida de meus discípulos. Uma vida de amor a serviço de seus irmãos na carne.

E tu Tomé, que disseste que não acreditarias a menos que me visses e pusesses teus dedos nas feridas dos cravos em meus pulsos, agora me vês e me ouves, apesar de que não vês nenhum sinal de cravos...

O Ressuscitado levanta os braços. As mangas deslizam e ele mostra a Tomé a pele limpa, sem sinal algum de feridas. E lhe diz:

... Já que agora vivo sob uma forma que tu também terás quando deixares este mundo, que dirás aos teus irmãos?

Reconhecerás a Verdade, já que em teu coração havias começado a crer, embora te manifestaste com tua incredulidade. É este o momento em que as dúvidas começam a desmoronar...

Tomé, peço-te que não percas a fé. Crê...Sei que crerás com todo o teu coração.

Creio, meu Senhor e Mestre!

Tu creste, Tomé, porque me viste e ouviste. Benditos sejam, nos tempos vindouros... Benditos sejam nos tempos vindouros os que me creiam sem me haver visto com os olhos da carne nem ouvido com os ouvidos humanos!

Agora, ide todos à Galiléia. Lá vos aparecerei logo.

11 de Abril, Terça-Feira


10a. – Pouco antes das 8 horas. Interior de uma das sinagogas de Filadélfia (adiante de Peréia). Testemunhas: Lázaro e mais de cento e cinqüenta seguidores do Mestre.

A paz esteja convosco... Já sabeis que tendes um só Pai no céu e que existe um único Evangelho do Reino: a boa-nova do presente da vida eterna que os homens recebem pela fé. Ao regozijar-vos em vossa fidelidade ao Evangelho, rogai a Deus para que a verdade se estenda emvossos corações com um novo e mais belo amor aos vossos irmãos. Amai a todos os homens como eu vos amei e
servi-os como eu vos servi. Recebei em vossa comunidade, com agradável compreensão e afeto fraternal, todos os irmãos consagrados à divulgação da boa-nova.

Sejam judeus ou gentios. Gregos ou romanos. Persas ou etíopes. João pregou o Reino por vir. Vós, a força do Evangelho. Os gregos já anunciam a boa-nova e eu, em breve, vos enviar o Espírito da Verdade à alma de todos esses homens, meur irmãos, que tão generosamente consagraram suas vidas à iluminação de seus semelhantes, afundados nas trevas espirituais. Todos sois filhos da luz.

Não tropeceis no erro da desconfiança e da intolerância. Se, pela graça da fé, vos enobrecestes amando os não-crentes, não deveríeis, igualmente, amar vossos companheiros crentes da grande família da fé? Lembrai que da maneira que vos amardes uns aos outros, todos os homens reconhecerão que sois meus discípulos.

Percorrei, pois, o mundo todo, anunciando o Evangelho da paternidade de Deus e da irmandade dos homens. Fazei-o com todas as raças e nações. Sede prudentes ao escolher os métodos para a divulgação dessa verdade. Recebestes gratuitamente esse Evangelho do Reino e gratuitamente o entregareis.

Não temais... Eu estarei sempre convosco, até o final dos tempos.

Deixo-vos minha paz...

Ressurreição – 9 de Abril, Domingo



Diante do sepulcro. Um silêncio estranho e anormal caiu sobre a área.

13h10 – Como um rugido, como uma mão de ferro que se arrastasse sobre uma rocha, ouviu-se um lento, muito lento, deslizar de uma pedra sobre outra. De repente, o rangido cessou. Quase simultaneamente, brotou da galeria uma labareda. Mas não era fogo. Era luz. Tampouco se podia definir o fenômeno como uma explosão. Entre outras razões, porque não houve estampido algum.

Uma língua, ou bolha de radiação luminosa, de um branco azulado indescritível. Aquela “explosão” luminosa saiu do sepulcro. E prolongou-se instantaneamente até as árvores mais próximas, situadas a pouco mais de quatro metros dos degraus de acesso ao panteão. Sua trajetória foi oblíqua e seguiu uma linha natural de escape. Em décimos de segundo a luz desapareceu, e tudo ficou no mais absoluto silêncio. Uma tumba vazia...

APARIÇÕES DE JESUS RESSUSCITADO

9 de Abril, Domingo

1a. – Pouco antes do romper do dia (ao redor das 5h47). Horto de José de Arimatéia. Testemunhas: Maria Madalena e mais quatro mulheres. Quando Madalena tenta abraçá-lo, o Ressuscitado não permite:
Que buscais?...
Buscamos Jesus... enterrado na tumba de José... Mas já não está. Sabes para onde o levaram?
Este Jesus não vos disse, já na Galiléia, que morreria mas que ressuscitaria?
Maria!
Meu Senhor!... Meu Mestre!
Não me toques, Maria! Não sou aquele que conheceste na carne... Sob esta forma permanecerei entre vós antes de ir para junto do Pai. Agora ide todas e dizei a meus apóstolos e a Pedro que ressuscitei e que me falastes!

2a. – Por volta das 9h35. Na plantação do velho de Arimatéia. Testemunha: Madalena.

Não fiques em dúvida. Tem coragem... Crê no que viste e ouviste. Volta aos apóstolos e diz-lhes outra vez que ressuscitei... que aparecerei diante deles e que logo, como lhes prometi, os precederei na Galiléia.

3a. – Hora “sexta” (meio-dia) mais ou menos. Betânia. Jardim da propriedade da família de Lázaro. Testemunha: Tiago.

Passeiam juntos e o “Homem” fala de “certos fatos” que deveriam acontecer.

4a. – Por volta da “nona” (15 horas). Betânia. No umbral de um dos aposentos da casa de Lázaro. Vinte testemunhas: entre outros, a família de Lázaro, Davi Zebedeu, Salomé, a Senhora, Tiago (irmão de Jesus) e Madalena.

5a. – 16h15, aproximadamente. Interior da casa de José de Arimatéia, em Jerusalém. Testemunhas: Maria Madalena e vinte e quatro mulheres.

Na comunhão do Reino não haverá nem judeu nem gentio. Nem rico nem pobre. Nem homem nem mulher. Nem escravo nem senhor... Vós também sois chamadas a proclamar a libertação da Humanidade pelo Evangelho da união com Deus... Ide pelo mundo inteiro anunciando este Evangelho e confirmando
os crentes na fé neste Evangelho. Quando fizerdes isso, não vos esqueçais dos enfermos, e alentai os tímidos e temerosos. Estarei sempre convosco até os confins da Terra.

6a. – 16h30. Jerusalém. Interior da casa de Flávio, antigo conhecido de Jesus. Testemunhas: mais de quarenta gregos, seguidores dos ensinamentos do Mestre.

Que a paz esteja convosco. Ainda que o Filho do Homem haja aparecido na Terra entre os judeus, trazia o ministério para todos os homens. Dentro do Reino do meu Pai não haverá judeus nem gentios. Todos sereis irmãos... Os Filhos de Deus. Ide, portanto, pelo mundo inteiro espalhando este Evangelho da Salvação, como o recebestes dos mensageiros do Reino e eu os receberei na
comunhão da fraternidade dos filhos do Pai na fé e na verdade... Embora o Filho do Homem tenha aparecido na Terra entre os judeus, trazia seu ministério para todos os homens.

7a. – Por volta das 18 horas. No caminho da Cidade Santa a Emaús. Testemunhas: os irmãos Cleófas e Jacó, pastores.

Quais eram as palavras que trocáveis com tanta seriedade quando me aproximei de vós?

É possível que vivas em Jerusalém e não saibais dos acontecimentos que ocorreram?

Que acontecimentos?

Se desconheces esses fatos, és o único na cidade que não está a par dos rumores referentes a Jesus de Nazaré, que era um profeta rico em palavras e obras diante de Deus e do povo. Os chefes dos sacerdotes e os dirigentes judeus o entregaram aos romanos, exigindo sua crucificação. Mas isso não é tudo. Ademais, hoje estamos no terceiro dia de sua crucificação, e algumas mulheres nos assombraram declarando que haviam ido muito cedo até o sepulcro, encontrando a tumba vazia.

E essas mesmas mulheres repetem com insistência que conversaram com Jesus e sustentam que ele ressuscitou de entre os mortos. Quando o contaram aos homens, dois dos discípulos correram à tumba e confirmaram que ela estava vazia... Mas não viram Jesus.

Como sois lentos para compreender a verdade! Se dizeis que o motivo de vossa discussão eram os ensinamentos e as obras desse Homem, vou esclarecer-vos já que estou mais acostumado a esses ensinamentos. Não vos recordais do que sempre disse e pregou Jesus, que seu Reino não era desse mundo e que todos os homens são filhos de Deus?

Que devem encontrar a libertação e a liberdade na alegria espiritual da comunhão fraterna do serviço afetuoso neste novo Reino da Verdade, do Amor, do Pai celestial?

Não vos recordais como o Filho do Homem proclama a salvação de Deus para todos os homens, curando os enfermos e os aflitos e libertando aqueles que estavam unidos pelo medo e que eram escravos do mal?

Não sabeis que este Homem de Nazaré preveniu os seus discípulos de que haveria de ir a Jerusalém e de que o entregariam a seus inimigos, que o condenariam à morte, ressuscitando depois do terceiro dia?

Não lestes as passagens das Escrituras relativas a esse dia da salvação dos judeus e pagãos, nas quais se diz que nele todas as famílias da Terra serão, em verdade, benditas, que ouvirá o grito lastimoso dos necessitados e que salvará as almas dos pobres que buscam a sua ajuda e que todas as nações o qualificarão de bendito?

Não ouvistes que este Libertador aparecerá à sombra de uma grande rocha em um país desértico?

Que alimentará o rebanho como um verdadeiro pastor, acolhendo em seus braços os cordeiros e carregando-os docemente ao peito?

Que abrirá os olhos aos cegos espirituais e trará os presos do desespero à liberdade plena e à luz?...

Que todos os que moram nas trevas verão a grande Luz da Salvação Eterna?

Que curará os corações destroçados, proclamará a liberdade dos cativos do pecado e abrirá as portas do cárcere aos escravos do medo e do mal?

Que levará consolo aos aflitos e estenderá sobre eles a alegria da salvação, em lugar da dor
e da opressão?

Que será o desejo de todas as nações e a perpétua alegria dos que buscam a justiça?

Que este Filho da Verdade e da retidão levantar-se-á sobre o mundo com a Luz que cura e o poder da salvação?

Que perdoará os pecados aos seus fiéis?

Que buscará e salvará os extraviados?

Que destruirá os débeis, mas que levará a salvação a todos aqueles que têm fome e sede de justiça?

Não ouviste que os que crêem nele gozarão da vida eterna?

Que estenderá seu Espírito sobre toda a carne, e que em cada fiel esse Espírito da Verdade será um manancial de água viva na vida eterna?

Não compreendestes a grandeza do Evangelho do Reino que esse Homem vos deu?

Não vedes quão grande é a salvação de que vos beneficiais?

Depois, quando chegaram à aldeia e se sentara à mesa para comer, o Homem cortou o pão, o benzeu, dando um pedaço a cada um.

– É o Mestre!

8a. 20h30. Pátio a céu aberto no lar dos Marcos, em Jerusalém. Testemunha: Simão e Pedro.

Pedro, o inimigo quer possuir-te, mas eu não te abandonarei. Sabia que em teu coração não me havias renegado. Por isso perdoei-te antes que me pedisses. Agora é preciso que cada um deixe de pensar em si próprio e nas atuais dificuldades. Prepara-te para levar a boa-nova do Evangelho àqueles que se encontram nas trevas. Não te preocupes pelo que possas conseguir do Reino. Ou
melhor, vê o que tu podes dar aos que vivem na terrível miséria espiritual.

Apronta-te, Simão, para o combate de um novo dia, para a luta contra o obscurantismo espiritual e as nefastas dúvidas do pensamento natural dos homens.

Passeiam lembrando o passado e falando do presente e do futuro.

Adeus, Pedro, até que te veja em companhia de teus companheiros.

9a. 21h30. Andar superior da casa de Elias Marcos (Jerusalém). Testemunhas: o cabeça da família, José de Arimatéia, dez dos onze discípulos (faltava Tomé) e este que escreve este diário.

A paz seja convosco!

Por que estais tão assustados, como se se tratasse de um espírito?

Não vos disse que os principais sacerdotes e dirigentes me entregariam à morte, que um de vós me trairia e que eu ressuscitaria ao terceiro dia?

Então, por que tantas discussões e dúvidas sobre o que disseram as mulheres, Cleofás, Jacó e o próprio Pedro? E agora que me vedes, credes em mim?

Um de vós ainda está ausente. Quando vos reunirdes mais uma vez e souberdes com segurança que o Filho do Homem ressuscitou, ide para a Galiléia. Tende fé em Deus! Tende fé uns nos outros!

Assim entrareis no novo serviço do Reino dos Céus. Permanecerei em Jerusalém até que estejais em condições de partir para a Galiléia. Deixo-vos em paz.

JcShow

O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.