sexta-feira, 11 de junho de 2010

NASCIMENTO - 21 de agosto Ano 7 A.C. 11 horas, 43' e 9"

CRUCIFIXÃO - 7 de abril, Sexta-feira, Ano 30 D.C.

RESSURREIÇÃO - 9 de Abril, Domingo, Ano 30 D.C.

ASCENSÃO - 18 de Maio, Quinta-Feira, Ano 30 D.C., Pouco Depois Das 7 Horas

22 de Abril, Sábado
14a. – Hora “sexta” (meio-dia). Monte da Ordenação (hoje chamado das Bem-Aventuranças), ao norte do Kennereth (lago da Galiléia). Testemunhas: os onze discípulos. O Ressuscitado celebra a cerimônia da Ordenação dos onze.

Os onze se aproximam, ajoelham-se ao redor de Jesus. Então, erguendo a face para o céu, Jesus pronuncia as solenes palavras:

Meu Pai, trago-te de novo estes homens: meus mensageiros! Dentre os filhos da Terra escolhi estes para que me representem como eu mesmo vim representando-se. Ama-os e acompanha-os, como tu me amaste e acompanhaste! E agora, meu Pai, dá-lhes a sabedoria, já que ponho em suas mãos todos os assuntos do reino. Novamente, meu Pai, agradeço-te por estes homens e os deixo sob tua guarda...

29 de Abril, Sábado
15a. – Por volta da “nona” hora (15 horas). Praia de Saidan. Testemunhas: os onze discípulos, o jovem João Marcos, a Senhora, parte da família dos Zebedeu, cerca de quinhentos moradores das localidades próximas e aquele que escreve este diário. Depois do discurso de Pedro, surge na lancha atracada um “Homem”.

Durante alguns instantes, o Ressuscitado pára o olhar sobre a multidão e depois exclama:

Que a paz esteja convosco... Deixo-vos minha paz.

5 de Maio, Sexta-Feira
16a. – Primeira vigília da noite (cerca das 21 horas). Pátio a céu aberto, na casa de Nicodemus (Jerusalém). Testemunhas: o anfitrião, os onze discípulos e cerca de setenta seguidores do Mestre, entre os quais se encontram mulheres e gregos.

Jesus lhes diz:

A paz esteja convosco. Eis aqui o grupo mais representativo de fiéis embaixadores do reino, discípulos, homens e mulheres aos quais apareci desde que me libertei da carne. Eu vos lembro agora aquilo que vos anunciei tempos atrás: que minha estada entre vós terminaria. Disse-vos que tinha de voltar para junto do Pai. Também vos expus claramente que os sacerdotes principais e os líderes dos judeus me entregariam para ser condenado à morte.

Mas também vos disse que me levantaria do túmulo. Então, qual é a razão de vosso desconcerto?
Por que tanta surpresa quando, no terceiro dia, ressuscitei?

Não crestes em mim porque escutastes minhas palavras sem entendê-las. Agora, portanto, prestai atenção para não cair de novo no erro de me ouvir com a mente, ignorando-me com o coração.

Desde o primeiro momento de minha estada entre vós, ensinei-vos que meu único objetivo era revelar o meu Pai dos céus aos meus filhos na Terra. Vivi essa encarnação para que possais aceitar o conhecimento desse grande Deus. Eu vos revelei que Deus é vosso Pai e vós sois seus filhos...

Deus vos ama!...E é fato que sois seus filhos... Pela fé em minhas palavras, isso se torna uma verdade eternamente viva em vossos corações.

Quando, por essa fé viva, estiverdes conscientes desse Deus e daquilo que afirmo, então tereis nascido como filhos da Luz e da Vida. E eu vos prometo que continuareis ascendendo e que encontrareis o Pai no Paraíso... Eu vos exorto a que não vos esqueçais de que vossa missão consiste na proclamação do Evagelho do Reino.

Quer dizer, a realidade da paternidade de Deus e a irmandade entre os homens... Anunciai a boa-nova, em sua totalidade. Não deveis cair na tentação de revelar somente uma parte. Prestai atenção!

Minha ressurreição não deve mudar a grande mensagem, ou seja, que sois filhos de um Deus!

Permanecei, pois, fiéis ao Evangelho do Reino. Deveis andar pelo mundo, pregando o amor de Deus e o serviço aos homens. O que o mundo necessita é saber que todos são filhos do Pai e que, graças a essa fé, podem conhecer e experimentar essa nobre verdade. Minha encarnação deveria ajudar a compreender que os homens são filhos do céu, mas sei também que, sem fé, não é possível alcançar o autêntico sentido dessa revelação.

Agora, aqui estais compartilhando a realidade da minha ressurreição. Mas isso nada tem de estranho. Eu tenho o poder de sacrificar minha vida... e de recuperá-la. É o Pai quem me outorga esse poder. Mais do que por isso, vossos corações deveriam estremecer é pela realidade desses mortos de uma época que empreenderam a ascensão eterna pouco depois que abandonei o túmulo de José de Arimatéia...

Vivi para vos mostrar como, com amor, podeis revelar Deus a vossos semelhantes. O fato de vos amar e de vos servir foi uma revelação de Deus. Se fiquei entre vós como o Filho do Homem foi para que chegásseis a conhecer esta grande verdade: sois filhos de um Deus!

Ide, pois, e proclamai este Evangelho. Amai como eu vos amei. Servi como eu vos servi.

Recebeste com generosidade... Sede, pois, generosos.

Ficai em Jerusalém até que eu vá ao Pai e vos envie o Espírito da Verdade. Depois, Ele vos conduzirá a uma verdade mais ampla e vos acompanhará por todo o mundo.

Estarei sempre convosco...

Deixo-vos minha paz.

13 de Maio – Sábado
17a. – Por volta da “décima” hora (16 horas). Perto do poço de Jacó (cidade de Sicar, em Samaria). Testemunhas: cerca de setenta e cinco samaritanos, fiéis seguidores do Mestre. Dizia assim:

A paz esteja convosco... Estais jubilantes por saber que sou a ressurreição e a vida. Mas nada disso servirá se antes não nascerdes do espírito e encontrardes Deus. Se chegardes a ser filhos do Pai pela fé, nunca morrereis.

O Evangelho do Reino ensina que todos os homens são filhos de Deus. Muito bem, é preciso que esta boa-nova seja espalhada por todo o mundo. Chegou a hora em que não devereis adorar no monte Gerizim nem em Jerusalém, mas ali onde vos encontrardes. Ali onde estiverdes... em espírito e verdade. É a vossa fé que salva a alma. A salvação é uma graça de Deus para todos aqueles que se consideraram seus filhos. Mas não vos equivoqueis. Ainda que a salvação seja um presente do Pai, oferecido a quantos o desejam pela fé, é mister render frutos espirituais na vida.

A aceitação da verdade sobre a paternidade de Deus significa que deveis tornar vossa a segunda grande revelação: todos os homens são irmãos... fisicamente!

Portanto, se o homem é vosso irmão, é muito mais que vosso próximo. E o Pai exige que o ameis como a vós mesmos. Se o homem pertence, pois, à vossa própria família, não só o amareis com o
amor fraterno, como também o servireis como serviríeis a vós mesmos. E assim o fareis, porque eu, primeiro, fiz convosco.

Ide, pois, pelo mundo, anunciando essa boa-nova a todas as criaturas de cada raça, tribo e nação.

Meu espírito vos precederá e estarei sempre convosco.

16 de Maio, Terça-Feira
18a. – Pouco antes das 21 horas. Cidade de Tiro (costa da Fenícia). Testemunhas: os emissários não conseguem chegar a um acordo. Alguns mencionam cinqüenta. Outros falam de uma centena de gentios, todos eles conhecedores dos ensinamentos de Jesus. Estas são as palavras do Ressuscitado:

A paz esteja convosco...

Regozijai-vos ao saber que o Filho do Homem ressuscitou dentre os mortos. Assim sabeis que vós, assim como vossos irmãos, também vencereis a morte. Mas para alcançar essa vida superior é preciso que, previamente, tenhais nascido do espírito que busca a verdade e tenhais descoberto o Pai. O pão e a água da vida se outorgam unicamente aos que têm fome da verdade e sede de
Deus.

Não vos confundais. Que os mortos ressuscitem não constitui o Evangelho do Reino. Essas coisas só são o resultado, uma conseqüência a mais, dá fé na boa nova. Fazem parte do Evangelho e da sublime experiência daqueles que, pela fé, se convertem em filhos de Deus... mas, lembrai, não é o Evangelho.

Meu Pai me enviou para difundir esta notícia: todos sois filhos desse Deus!

Assim pois, eu vos envio longe, para que pregueis essa salvação. A salvação é um dom de Deus, mas aqueles que nascem do espírito demonstram os frutos imediatamente, por meio do serviço aos seus semelhantes, fidelidade, equilíbrio, honradez, esperança permanente, confiança sem reservas, misericórdia, bondade, clemência piedosa e paz sem fim. Se os crentes não contribuem com esses frutos na sua vida diária... estão mortos! O Espírito da Verdade – não vos enganeis – não reside neles. São rebentos inúteis de uma videira viva e logo serão podados.

Meu Pai exige que todos os filhos da fé rendam um máximo de frutos. Se vós sois estéreis, Ele cavará ao redor das raízes e cortará os ramos inúteis. Esta é a grande verdade: conforme avançais no Reino dos Céus, esses frutos deverão ser mais numerosos. Podeis entrar no Reino como uma criança, mas vos asseguro que meu Pai solicitará que alcanceis, pela graça, a plenitude de um adulto.

Ficai tranqüilos... Quando sairdes a proclamar essa boa nova, eu vos precederei e meu Espírito habitará em vós.

Deixo-vos minha paz...

18 de maio, Quinta-Feira
19a. – 6h30. Aposento do andar superior da casa dos Marcos, na Cidade Santa. Testemunhas: todos os íntimos (onze), Maria Madalena, Rode, uma das servas e este que aqui escreve.

Que a paz esteja convosco...

Pedi-vos que permanecêsseis aqui, em Jerusalém, até minha ascensão junto ao Pai...

Disse-vos que enviaria o Espírito da Verdade, que logo será derramado sobre toda a carne e que vos conferirá o poder do alto...

Simão, o Zelote pergunta: Então, Mestre, restabelecerás o reino? Veremos a glória de Deus se manifestar no mundo?

Simão, ainda te aferras às tuas velhas idéias sobre o Messias judeu e o Reino terreno. Não te preocupes... Receberás poder espiritual quando o Espírito tiver descido sobre ti... Depois vós andareis por todo o mundo pregando esta boa notícia do Reino. Assim como o Pai me enviou, eu agora vos envio...

(...) Judas não está mais convosco, porque seu amor esfriou e porque ele se negou a confiar em vós...

Não lestes nas Escrituras que “não é bom que o homem esteja só?” Nenhum homem vive para si mesmo. Todo aquele que quiser ter amigos deverá mostrar-se amistoso. Acaso não vos enviei a ensinar dois a dois, para que não vos sentísseis sós e não caísseis nos erros e sofrimentos provocados pela solidão?

Sabeis também que durante minha Encarnação não me permiti estar sozinho por muito tempo. Desde o princípio tive sempre ao meu lado dois ou três de vós... inclusive quando falava com o Pai...

Confiai, pois, uns nos outros! E isso hoje é muito necessário, porque ireis ficar sozinhos...

É chegada a hora...

Estou prestes a voltar ao Pai.

Em seguida dirige-se, com os onze, para o sopé ocidental do monte das Oliveiras. Pouco depois das 7 horas, o Ressuscitado e os íntimos param a meio caminho do cume.

Pedi-vos que permanecêsseis em Jerusalém até que recebêsseis o poder do alto. Estou prestes a despedir-me de vós e subir ao Pai. E logo, muito breve, enviarvos-ei o Espírito da Verdade a este mundo onde vivi...

E quando Ele chegar, espalhareis o Evangelho do Reino. Primeiro em Jerusalém. Depois... Depois... pelo mundo todo!

Pedro se ajoelha diante do Mestre. Todos o imitam. São as últimas palavras do Filho do Homem na Terra:

... Amai os homens como o mesmo amor com que eu vos amei... E servi vossos semelhantes como eu vos servi. Servi-os com o exemplo... E ensinai com os frutos espirituais de vossa vida. Ensinai a grande verdade... Incitai-os a acreditar que o homem é um filho de Deus... Um filho de Deus! O homem é um filho de Deus e todos, portanto, sois irmãos... Lembrai-vos de tudo que eu vos ensinei e da vida que vivi entre vós... Meu amor vos envolverá...

Até muito breve!

Meu espírito e minha paz reinarão entre vós...Adeus!

E de súbito desapareceu, no mais completo silêncio. Como uma lágrima imolada ao sol.

ORAÇÃO DE MARIA, EM VIAGEM COM OS DISCÍPULOS

25 de Abril, Terça-Feira, Ano 30 D.C.

Pai nosso, que nos hás criado, arrancando-nos como uma centelha eterna do teu coração de ouro... Que estás nos céus...
Que estás no céus limitados de cada dor e de cada enfermidade...
Que estás no sangue que se derrama...
Que estás no céu sem distância do amor. Santificado seja o teu nome...
Santificado e repetido com orgulho, com a satisfação do Filho do poderoso...
Venha a nós o teu reino...
Chegue aos homens a sombra da tua sabedoria...
Venha a nós a brisa que impele a vela...
Venha logo o sinal de teu Filho, meu adorado Filho, venham a nós as verdades do teu reino...
Faça-se a tua vontade na Terra e nos céus...
E que o homem saiba compreender...
Que os espíritos conheçam que nada morre ou muda sem o teu conhecimento...
Que não percamos o sentido da tua última palavra: “Amai-vos...”.
Faça-se a tua vontade, ainda que não a entendemos...
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje...
Dá-nos o pão da alegria dos pequenos momentos...
Dá-nos o pão das promessas...
Dá-nos o pão da paciência e do repouso...
Dá-nos o pão da coragem e da justiça...
E o fogo e o sal da companhia...
E também o pranto que limpa...
Dá-nos, Pai, o rosto sem rosto da tua imagem...
E perdoa nossas dívidas...
Desculpa nossos erros como o pai esquece as faltas do filho...
Perdoa as trevas do nosso egoísmo...
Perdoa as feridas abertas...
Perdoa os silêncios e o troar das calúnias...
Perdoa nossa pesada carga de desconfiança...
Perdoa este mundo que, à força de solidão, está ficando só...
Perdoa nosso passado e nosso futuro...
E não nos deixes cair na tentação da riqueza, nem na miséria e na estreiteza de espírito...
Livra-nos, Pai, de toda certeza e segurança materiais...
Livra-nos.

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É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.