sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Transfiguração no Horto – 7 de Abril, Sexta-Feira


Abbá!... Abbá!... Abbá!...

Vim a esse mundo para cumprir tua vontade e assim tenho feito... Sei que é chegada a hora de sacrificar minha vida carnal... Não o recuso, mas desejaria saber se é tua vontade que eu beba deste cálice...

...Dá-me a segurança de que eu, com minha morte, te satisfaça como o fiz em vida.

Abbá!... Abbá!...

Jesus sua sangue.

Pai...sei muito bem que é possível evitar este cálice. Tudo é possível para ti. Mas eu vim para cumprir tua vontade e, não obstante tão amargo, eu o beberei, se este for o teu desejo...

E o anjo o reconfortou.

Que se Faça a Tua Vontade Pai, vês meus apóstolos dormindo... Estende sobre eles tua misericórdia. Na verdade, o Espírito está pronto, mas a carne é débil...

E agora, meu Pai, se este cálice não pode ser afastado... dele beberei. Que se faça a tua vontade e não a minha...

Prisão de Jesus

Com voz forte, perguntou a quem parecia ser o chefe da tropa:
Que buscas aqui?
Jesus de Nazaré.

O Mestre avançou então para o presumível centurião e, com grande solenidade, exclamou: Sou eu!...

Judas beija a fronte de Jesus: Saúde, Mestre e Guia!
Amigo!... Não basta fazer isso e ainda queres trair o Filho do Homem com um beijo?

Encarando o oficial romano e o resto da tropa: A quem procuram?
Jesus de Nazaré!

Já disse que sou eu... Portanto, se procuras por mim, deixa que os demais sigam cada um o seu caminho... Estou disposto a te acompanhar.

Quando Pedro ataca o guardião do Sinédrio que queria amarrar as mãos de Jesus:
Pedro, embainha tua espada!... Quem quer que desembainhe a espada morrerá pela espada.

(E dirigindo-se a todos) Não compreendeis que é vontade de meu Pai que eu beba deste cálice? Não sabeis que agora mesmo eu poderia mandar que dezenas de legiões de anjos me libertariam das mãos dos homens?

As mãos do Mestre são amarradas. Por que sacais espadas e bastões contra mim, como se eu fora um ladrão? Todos os dias tenho estado convosco no Templo, educando e ensinando o povo, sem que nada fizésseis para deter-me...

Diante de Anás, o Ex-Sumo Sacerdote

Na manhã de sexta-feira, dia 7 de abril.

Anás provoca a reação de Jesus, acusando-o de perturbar a paz, querendo os nomes dos discípulos, propondo poupar-lhe a vida contanto que saísse da Palestina, declarando que tem poder de determinar o resultado do julgamento de Jesus.

Jesus não se perturba.

Já sabes que jamais poderás ter poder sobre mim sem premissão de meu Pai. Alguns quereriam matar o Filho do Homem porque são ignorantes e não sabem fazer outra coisa. Mas tu, amigo, tens idéia do que fazes. Então, como podes refutar a luz de Deus?

Que tentas ensinar ao povo? Quem pretende ser?
Sabes muito bem que tenho falado claramente ao mundo. Tenho ensinado nas sinagogas muitas vezes, e também no Templo, onde judeus e gentios têm me escutado. Não tenho dito nada em segredo. Qual então a razão pela qual me interrogas sobre meus ensinamentos? Por que não convocas meus ouvintes e não te informas com eles? Jerusalém toda tem me ouvido. E tu também, embora
não tenhas entendido minha pregação.

Um dos servos da casa voltou-se para o Mestre e esbofeteou-o violentamente, dizendo-lhe: Como te atreves a contestar assim o sumo sacerdote?

Amigo meu, se falei mal, testemunha contra mim; mas, se é verdade, por que me maltratas?

Anás sai do aposento e regressa duas horas depois: Tu se consideras o Messias, salvador de Israel?

Anás, tu me conheces desde minha juventude e sabes que não pretendo ser nada mais nada menos do que o delegado de meu Pai... Fui enviado para todos os homens, gentios e judeus.

Tenho ouvido comentar que pretendes ser o Messias. É certo?
Tu o disseste!

Diante de Caifás, no Sinédrio Jesus guarda total silêncio, imperturbável diante de inúmeras acusações de falsas testemunhas. Em um acesso de ira, Caifás saltou do seu assento, pôs-se diante de jesus e, ameaçando-o com um dedo, gritou-lhe: Em nome de Deus vivo – bendito seja! –
ordeno-te que me digas se és o Libertador, o Filho de Deus... bendito seja o seu nome!

Desta vez Jesus, baixando seus olhos para o pequeno e colérico sumo sacerdote, deixou ouvir sua potente voz:

Sou... E irei para junto do Pai. Em breve, o Filho do Homem será revestido de poder e reinará de novo sobre os exércitos celestes.

Diante de Pilatos

Pilatos interroga Jesus, na presença de João, visto os sacerdotes lhe levarem um rolo com as três acusações:
1. Por perverter nosso povo e incitá-lo à rebelião;
2. Por impedir o pagamento do tributo a César;
3. Por considerar-se a si mesmo rei dos judeus e propagar a criação de um novo reino.

Sei de teus passos – disse-lhe, com ar conciliatório – e custa-me muito esforço acreditar que sejas um agitador político.

Jesus observou-o com ar cansado.
Quanto à segunda acusação, manifestaste alguma vez que não se deve pagar o tributo à César?

Pergunta a este (João) ou a qualquer outro que me tenha ouvido. No que se refere à terceira acusação, diz-me: tu és o rei dos judeus?

Pilatos, fazes essa pergunta por ti ou a recolheste dos acusadores? Não vês que meu reino não está nesse mundo? Se assim o fosse, meus discípulos teriam lutado para que não me entregassem aos judeus. Minha presença aqui, diante de ti e amarrado, demonstra a todos os homens que, por amor e fé, passaram a ser filhos de Deus. Esse oferecimento é igual para gentios e para judeus.

Então, tu és rei!
Sim, sou um rei desse tipo, e meu Reino é a família dos que crêem em meu Pai, que está no céu. Nasci para revelar meu Pai a todos os homens e testemunhar a verdade de Deus. E agora mesmo declaro que o amante da verdade me ouve.

Novamente diante de Pilatos

Depois de açoitado, Jesus é interrogado novamente por Pilatos: De onde vens? Quem és na realidade?... Por que dizes que és filho de Deus? Negas-te a responder? Não compreendes que ainda tenho poder suficiente para libertar-te ou crucificar-te?

Não terias poder sobre mim sem a permissão de cima... Não podes exercer nenhuma autoridade sobre o Filho do Homem, a menos que o Pai Celestial o permita... Mas tu não és totalmente culpado, já que ignoras o Evangelho. Aquele que me traiu e me entregou a ti cometeu o maior dos pecados.

O Nazareno, dirigindo-se a João, colocou a mão sobre a cabeça do discípulo, fazendo-lhe um último rogo:

João, nada podes fazer por mim... Vai e traz aqui minha mãe para que me veja antes de eu morrer.

A Caminho do Calvário
Encontro com um grupo de mulheres judias:

Filhas de Jerusalém!... Não choreis por mim. Chorai mais por vós mesmas e pelos vossos... Minha missão está quase cumprida. Logo irei para meu Pai...mas a época de terríveis males para Jerusalém está apenas começando... Vereis chegar o dia em que direis: “Benditas as estéreis e aquelas cujos seios não amamentaram seus bebês...” Nesse dia pedireis às rochas que caiam sobre
vós, para livrar-vos do terror de vossas atribulações...

Jesus na Cruz

Pai!... Perdoai-os!...Eles não sabem o que fazem!

Senhor! – disse o zelote com voz suplicante. – Lembra-te de mim quando entrares no teu reino!

Em verdade... hoje te digo... que algum dia estarás junto a mim... no Paraíso...

Maria ao Pé da Cruz

Mulher!... Mulher, eis aqui teu filho!

Voltando o rosto para o apóstolo João, Jesus exclamou:

Filho meu...eis aqui tua mãe!
Desejo... que abandoneis este lugar.

Entrega o Espírito – 14h55
Terminei! Pai, ponho em tuas mãos meu espírito!

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O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.