segunda-feira, 2 de agosto de 2010

21 de Abril, Sexta-Feira - 13a


13a. – Pouco depois do amanhecer (6 horas). Praia de Saidan, no lago Tiberíades. Testemunhas: dez dos apóstolos (faltou Simão, o Zelote), o adolescente João Marcos e este que aqui escreve.

Várias conversas com os discípulos, dois a dois.

Rapazes! Pescastes alguma coisa?

Lançai a rede à direita do barco... e encontrareis peixes!

Os discípulos saem dos barcos ao encontro de seu Mestre e João Marcos se adianta, lançando-se a seus pés: Meu Senhor e meu Mestre!

João, estou contente devoltar a ver-te na Galiléia, onde poderemos ter uma boa conversa. Fica conosco para o desjejum.

Dirigindo-se aos discípulos:

Trazei vossos peixes e preparai alguns para o nosso desjejum. Temos fogo e muito pão.

Caminhando ao lado de João:

João, tu me amas?

Sim, Mestre!...De todo coração!

Então, renuncia à tua intolerância e aprende a amar os homens como eu te tenho amado. Consagra tua vida a demonstrar que o amor é a maior coisa que há no mundo. É o amor de Deus que conduz os homens à salvação. O amor é a bondade espiritual e a essência da verdadeira beleza.

A Pedro:

Pedro, tu me amas?

Senhor, sabes que te amo com toda a minha alma!

Se me amas, apascenta minhas ovelhas. Não regateies teu ministério aos fracos, aos pobres e aos jovens. Prega o Evangelho sem temor nem preferências. Não esqueças que Deus não faz exceções.

Serve a teus contemporâneos como eu te servi. Perdoa os homens como eu te tenho perdoado. Deixa que a experiência te demonstre o valor da meditação e o poder da reflexão inteligente.

Pouco tempo depois:

Pedro, amas-me realmente?

Sim, Senhor, sabes que te amo.

Cuida bem de minhas ovelhas. Sê um bom pastor para o meu rebanho. Não traias a confiança que tenho em ti. Não te deixes surpreender pelo inimigo. Está sempre vigilante. Vigia e reza!

Pela terceira vez:

Pedro, amas-me verdadeiramente?

Conheces todas as minhas coisas, Senhor!... Portanto, sabes que em realidade te quero!

Apascenta minhas ovelhas!... Não abandones o rebanho! Serve de exemplo e inspiração a todos os teus companheiros pastores!... Ama o rebanho como eu fiz contigo! E segue-me!... Segue-me até o fim!

Se eu te seguir, este o que fará? (apontando para João).

Não te preocupes com o que façam seus irmãos. Se eu quiser que João permaneça aqui e que tu partas, até que eu volte, que te importa? Cuida apenas de seguir-me!

Com André e Tiago:

André, tens confiança em mim?

Sim, Mestre, tenho absoluta confiança em ti... e tu sabes.

André, se tens confiança em mim, tem mais confiança em teus irmãos e, sobretudo, em Pedro.

Antigamente, dei-te tua direção. Agora é preciso que lhes dês confiança, enquanto te deixo para ir ao Pai. Quando teus irmãos se dispersarem por causa das perseguições, sê um sábio e previdente conselheiro para Tiago, meu irmão de sangue, já que terá de suportar uma carga pesada
demais para sua experiência. Depois, continua tendo confiança.

Não te faltarei!

E por fim ele virá junto a mim.

A Tiago de Zebedeu:

Tens confiança em mim?

Sim, Mestre, de todo coração...

Tiago, se é certo que tens confiança em mim, deverias ser menos impaciente com teus irmãos. Se realmente desejas desfrutar de minha confiança, isso te ajudará a ser melhor para com a irmandade dos que crêem. Aprende a pensar nas conseqüências de tuas palavras e atos.

Recorda que a colheita é obra da semeadura. Reza pela tranqüilidade de espírito e cultiva a paciência. Com fé viva, essas graças te sustentarão quando chegar a hora de beberes o cálice do sacrifício. Não temas nunca. Quando tiveres terminado sua missão na Terra, virás morar junto de mim.

A Tomé e Bartolomeu:

Tomé, tu me serves?

Sim, Senhor... Sirvo-te agora e sempre.

Se queres servir-me, serve a teus irmãos mortais como eu te tenho servido. Não te canses de trabalhar nesse sentido e persevera, já que recebeste ordem de Deus para este serviço de amor. Ao terminar tua missão na Terra, servirás comigo na glória.

Tomé, tens de deixar de duvidar. Faz crescer tua fé e teu reconhecimento da Verdade! Se o desejares, crê em Deus como um menino, mas não ajas infantilmente.

Tem coragem! Sê forte na fé e no Reino de Deus!

A Bartolomeu:

Tu serves a mim?

Sim, Mestre, com total entrega.

Se me amas de todo coração, esforça-te por trabalhar pelo bem-estar de meus irmãos terrestres. Une a amizade a teus conselhos e junta o Amor à Filosofia.

Serve a teus contemporâneos como eu te servi. Sê fiel aos homens, do mesmo modo que velei por ti. Não sejas crítico e espera menos de alguns homens. Assim, tua decepção será menor. Ao cabo de teu trabalho na Terra servirás em cima, comigo.

A Felipe:

Felipe, obedeces-me?

Sim, Senhor, te obedecerei ainda que à custa de minha vida.

Se queres obedecer-me, vai ao país dos gentios e proclama o Evangelho. Os profetas disseram que mais vale obedecer do que se sacrificar. Pela fé, conhecendo Deus, és filho do Reino. Só há uma lei a observar: difundir o Evangelho. Deixa de temer os homens! Não te causes receio pregar a boa-nova da vida eterna a teus semelhantes que se debilitam nas trevas e que têm sede de
luz e de verdade! Não te ocupes mais do dinheiro, nem das provisões. De agora em diante, do mesmo modo que teus irmãos, estás livre para anunciar a boa nova, serviço em que te precederei e acompanharei até o final.

A Mateus Levi:

Teu coração, Mateus, está disposto a me obedecer?

Sim, Senhor, sou inteiramente devotado à tua vontade.

Então, se queres me obedecer, vai ensinar a todos os povos o Evangelho do Reino.

Não proporcionarás a teus irmãos as coisas materiais da vida. Em vez disso, proclamarás a boa-nova da saúde e da salvação espiritual. A partir de agora, não terás outro objetivo que o de executar o mandamento de pregar esse Evangelho do Pai. Como eu tenho seguido na Terra a vontade do Pai, tu cumprirás também tua missão divina. Lembra-te de que judeus e gentios são todos teus irmãos. Não tenhas temor de homem algum quando proclamares as verdades salvíficas do Evangelho do Reino dos Céus. Lá para onde eu vou, tu irás logo.

Aos gêmeos:

Tiago e Judas, credes em mim?

Sim, Mestre, cremos.

Muito breve vou deixar-vos. Já vistes que o fiz fisicamente. Estarei pouco tempo em minha forma atual, antes de ir ter com o Pai. Crede em mim. Sois meus discípulos e sempre o sereis.

Segui crendo quando eu tiver partido e recordai sempre vossa associação comigo. Até quando regressardes a vosso antigo trabalho. Não deixeis jamais que a mudança de atividade influa em vossa obediência. Tende fé em Deus até o fim dos vossos dias terrestres. Não esqueçais que sois filhos de Deus pela fé e que todo trabalho honrado é sagrado para o Reino. Nada de quanto faça um filho de Deus pode ser desprezível.

Portanto, fazei agora vosso trabalho como se fosse para Deus. Quando houverdes terminado a tarefa neste mundo, tenho outros melhores, onde trabalhareis também para mim. Nesta obra, neste e em outros mundos, trabalharei convosco e meu Espírito viverá em vós.

... Logo depois... O Mestre despediu-se com as seguintes palavras:

Adeus! Até que eu volte amanhã para todos, à hora sexta, na montanha da vossa ordenação.

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Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.