segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

5 DE ABRIL, QUARTA-FEIRA


Ida de Jesus às Colinas para Orar

Davi Zebedeu oferece três serviçais para proteger Jesus. Tens razão, Davi. Mas te equivocas também em algo: o Filho do Homem não precisa que ninguém o defenda. Nenhum homem porá as mãos em cima de mim até a hora em que eu deva dar minha vida, tal como o deseja meu Pai. Esses homens não vão me acompanhar. Quero ir e estar só, para que possa comunicar-me com meu Pai.

O menino João Marcos se oferece para levar a cesta de mantimentos: Mas, Senhor, e se esqueceres a cesta quando fores rezar? Eu irei contigo e carregarei a comida. Assim estarás mais livre para tua devoção. Estarei calado... Não farei perguntas... Ficarei sentado junto à cesta quando te afastares para orar...

Já que anseia de todo o teu coração, não te será negado. Caminharemos juntos e faremos uma boa viagem. Podes perguntar-me tudo o que saia de tua alma. Juntos nos confortaremos e consolaremos. Podes levar o cesto. Quando te sentires cansado, eu te ajudarei. Segue-me...

Conversa de Jesus com João Marcos, na Ida às Colinas

João Marcos relata: Passeamos sem rumo e eu aproveitei a ocasião para confessar minha tristeza e desilusão por não haver podido segui-lo naqueles anos de pregação.

O Mestre, entusiasmado com as lembranças, recomendou-me que não me entristecesse, pelos acontecimentos que estavam a ponto de ocorrer. E profetizou-me algo, que eu chegaria a viver o suficiente para ser um “poderoso mensageiro do reino”.

Falou principalmente da sua infância em Nazaré. Seus pais eram mais pobres do que os meus. Quando lhe perguntei como chegar a ser um “poderoso mensageiro do reino”, o Rabi assim me falou:
Sei que serás fiel ao Evangelho do reino porque conheço tua fé e amor, enraizados em ti graças a teus pais. És o fruto de um lar em que o amor está presente, ainda que, para tua sorte, teus progenitores não exaltaram em excesso sua própria importância. Seu amor não distorceu teu coração. Desfrutas o amor paterno, que assegura uma louvável autoconfiança, estimulando os sentimentos normais de segurança. Também foste afortunado porque, além do afeto que se professam mutuamente, teus pais souberam agir com inteligência e sabedoria. Essa sabedoria foi o que os levou a ser inflexíveis com teus caprichos e fraquezas, respeitando ao mesmo tempo tua personalidade e tuas próprias experiências. Tu, com teu amigo Amos, me buscaste no Jordão. Ambos desejáveis vir comigo. Ao regressardes a Jerusalém, teus pais consentiram. Os de Amos negaram. Amam tanto seu filho que lhe negaram a bendita experiência que tu estás vivendo. Fugindo de casa, Amos teria ferido o amor e sacrificado a lealdade. Os pais sábios, como os teus, procuram fazer com que seus filhos não se vejam forçados a ferir esse amor ou quebrar a lealdade, permitindo-lhes, quando eles chegam à tua idade, que desenvolvam sua independência e que gradualmente vão saboreando sua liberdade. Não existe nada mais desprendido e justo do que o verdadeiro amor. O Amor, João Marcos, é a suprema realidade, quando é outorgado com sabedoria. Mas os pais mortais, lamentavelmente, o convertem em algo perigoso e egoísta. Quando te casares e tiveres teus próprios filhos, cuida que teu amor esteja sempre aconselhado pela sabedoria e guiado pela inteligência. Teu jovem amigo Amos crê neste Evangelho tanto quanto tu, mas não posso confiar plenamente nele. Não estou certo de que o fará ainda nos anos vindouros. Sua infância não tem sido a adequada. Ele é igual a um de meus discípulos, que também não teve uma educação baseada no amor e na sabedoria. Tu, ao contrário, serás um homem digno de confiança, porque teus primeiros oito anos transcorreram em um lar normal e equilibrado. Possuis um forte e bom caráter porque cresceste em uma casa na qual prevalece o amor e reina a sensatez. Tal educação conduz a um tipo de lealdade que me inclina a crer que terminarás o que começaste.

A vida futura de uma criança será feliz ou infeliz, fácil ou difícil, conforme o
que lhe haja permitido viver em seu lar ao longo desses cruciais primeiros anos de sua existência. Enquanto os pais continuarem ensinando a rezar o Pai-Nosso, sobre eles recairá a tremenda responsabilidade de ordenar seus lares de forma que essa palavra (Pai) encerre e signifique um autêntico valor na mente e no coração de seus
filhos.

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O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.