segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Pai-Nosso


Jesus compôs o Pai-Nosso aos 15 anos de idade. Escreveu-o sobre uma prancha
de cedro e, mais tarde, destruiu, junto com tudo que havia registrado, com suas
próprias mãos. Recitou-o pela primeira vez para a sua família.

“Pai nosso...”
Porque Ele nos criou, em verdade, como a onde que, sem desprender-se,
desprende-se do mar...

“Que estais no céu...”
No céu do coração.

“Santificado seja o teu nome...”
Santificado não só porque a lei ordena. Santificado porque nunca dorme.
Santificado porque agora, certamente, sorri ante os problemas de mamãe Maria
e deste pobre carpinteiro.

“Venha a nós o Teu reino...”
Tiago: Então Deus é rei?
O único, ouvi-me bem, capaz de criar o vermelho de uma rosa. Poderias tu,
Tiago, poderias tu, Miriam, ou tu, José, construir a geometria das estrelas?
Pois esse é o Reino do nosso Pai: o da beleza visível e invisível.
Simão: Beleza invisível.
Sim, pequeno: a que se adivinha debaixo da justiça; a que sustém um beijo de
amor; a dos homens que jamais reclamam; a que agracia o mundo com as suas
colheitas; a que concede antes que os lábios se abram para rogar. Esse é o nosso
reino...

“E faça-se a tua vontade na terra e no céu...”
Já sei que às vezes o Pai do céu que partiu em viagem...Não tenhais medo. Ele é
o único que não viaja...
Marta: Nunca? Isso não é verdade...E que me dizes de Moisés? Não viajou com
ele pelo deserto?
O que eu quero dizer, meninazinha curiosa, é que nossa vontade nem sempre
coincide com a sua. Mas, Ele, como mamãe Maria, sabe bem o que te convém.
Fazer a vontade do Pai – sempre, a cada instante, ainda que não a entendamos –
é o pequeno grande segredo para viver em paz.

“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje...”
Tiago: Mas quem nos dá o pão: mamãe Maria, tu ou Deus?
Mamãe Maria e eu, certamente...porque Ele nos deu primeiro.
O Pai é sábio. Conhece cada um dos seus filhos pelo nome. E dispõe de tudo o
necessário para que, em forma de trabalho, de sorte ou de casualidade, nenhuma
só de suas criaturas fique desamparada. A cobiça, a ambição e a usura, queridos,
não são apenas pecados contra os homens. São uma estupidez, muito própria
dos que esqueceram ou nunca souberam que têm um Pai...imensamente rico.

“E perdoa as nossas dívidas,”
Sobretudo aquelas que ninguém conhece.
Miriam: E tu, também tens dívidas com o Pai?
Tantas quantas são as aparas em minha oficina...
Mas ninguém acreditou, porque essas aparas eram produto do suor do seu rosto.
E é difícil achar maldade em alguém que tudo antepõe a seu interesse.

“E não nos deixe cair em tentação...”
Não na tentação de violar o sábado ou as quase sempre interesseiras leis dos
homens.

Melhor é dizer: “não nos deixes cair na tentação de esquecer-te, Pai do
céu”. Se o pior dos pecados é menosprezar ou ignorar os que nos deram a vida
terrena, que classe de afronta seria renunciar ao Pai dos pais?

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É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.