segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

31 de Março – Ano 30


Primeiro Encontro de Jasão com Jesus

Aquele tinha de ser Jesus!

Sua extraordinária compleição – no primeiro momento calculei-lhe a altura em
um metro e oitenta centímetros – fazia-o, ao lado da quase totalidade dos
circunstantes, um gigante. Vestia um manto de cor bordô que lhe cingia o tórax
e cujas extremidades envolviam o pescoço e caíam sobre os ombros largos e
poderosos. Uma longa túnica branca, de amplas mangas, cobri-a quase até os
tornozelos. Não vi faixa ou cinto algum. Na fronte trazia enrolado um lenço
branco que lhe caía sobre o lado direito dos cabelos.

Era, sem dúvida, um homem branco, de rosto longo e estreito, próprio da raça
caucasiana. Os cabelos, lisos e de uma tonalidade ligeiramente acaramelada,
caíam-lhe sobre os ombros. Pouco depois, ao soltar a banda que trazia enrolada
na fronte e que era usada também por quase todos os homens do seu grupo, vi
que repartia os cabelos ao meio. Usava bigodes e uma fina barba, dividida em
duas, de uma cor de ouro velho, igual à dos cabelos. O bigode, ainda que
pronunciado, não chegava a ocultar seus lábios, relativamente finos. O nariz
desconcertou-me. Era comprido e ligeiramente proeminente.

Desde sua entrada na casa, Jesus não havia deixado de sorrir, mostrando dentes
brancos e impecáveis, ao contrário do que ocorria com a maioria dos hebreus.
Sua pele era curtida e bronzeada.

Jamais esquecerei aquele olhar. Os olhos do Galileu, ligeiramente rasgados e de
viva cor de mel, tinham uma singular virtude: pareciam concentrar toda a
energia do cosmo. Mais do que observar, trespassavam. Cílios longos e
espessos proporcionavam-lhe especial atrativo. A fronte, espaçosa, terminava
em sobrancelhas retas e bem separadas. Sua face, plácida e francamente
iluminada pelo sol, infundia um estranho respeito.

Como estava longe dessa imagem grave, atormentada e longínqua, que nos
transmitem tantos dos livros do século XX... Jesus de Nazaré era uma mescla de
menino e general; de ingênuo pastor e compenetrado analista; de homem que
vive plenamente cada dia e de prudente conselheiro. Mas, acima de tudo,
notava-se eu era feliz. Muito mais alegre e despreocupado do que seus próprioa
amigos e discípulos, visivelmente agitados pelas ameaças do sumo sacerdote.

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O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.