quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A limitação dos nossos sentidos


Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.

Não só a beleza da máscara fisionômica. mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos.

Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.

Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável.

Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.

Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.

Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.

Não apenas flores, mas também frutos.

Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.

Não só teoria excelente, mas também prática santificante.

Não apenas nós, mas igualmente os outros. Disse Mestre: - "Nem só de pão vive o homem."

Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo.

A visão das grandes coisas de Deus escapa a quem olha de perto as coisas humanas.

Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.

A natureza apresenta um belíssimo cenário e está continuamente a nos transmitir mensagens, e o homem continua a teimar em não as ouvir.

Os nossos sentidos, janelas do espírito, limitam extremamente a capacidade de o homem ver e sentir em plenitude. O sentido da visão, por exemplo, somente é capaz de ver as sete faixas vibratórias das cores do arco-íris – do vermelho ao violeta. Abaixo e acima dessa faixa nada vemos. O sentido da audição restringe-se às sete notas da escala musical. Nada ouvimos além disso.

O nosso espírito, portanto, no nível evolutivo em que nos encontramos, continua escravo dos sentidos. Vê o mundo, em todos os seus fenômenos, de forma ilusória, diferente de sua realidade.

No campo das cores, somos ainda felizes por já termos saído da faixa exclusiva do preto e branco. Com a evolução, livre das limitações dos sentidos, adquiriremos a percepção plena do espírito. Imaginem o plano de vida em que teremos, não sete, mas quatorze faixas de percepção vibratória. Quanta beleza teriam a natureza e a música nesse plano!

J. Meirelles

Admiremos a diferença de beleza da natureza, vista a partir da faixa vibratória do preto e branco. E também a beleza da música, não obstante ser percebida com apenas sete notas. Meditemos sobre os textos.

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Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.