segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

QUARTA E ÚLTIMA SEMANA NO HERMON


Escutai atentamente. Agora devo deixar-vos por alguns dias. É preciso continuar ocupando-me dos assuntos de meu Pai... Esperai tranqüilos. É a hora do rebelde e do príncipe deste mundo...

A Volta

Era um Jesus diferente. Radiante. A habitual e penetrante luz de seus olhos agora parecia multiplicada. Aquela figura nada tinha a ver com a do Galileu que nos deixara uma semana antes. Mais ainda, a luminosidade era infinitamente mais acurada que a irradiada durante toda a permanência no Hermon.

Fez-se a vontade de Ab-bã. Agora sou eu o Príncipe deste mundo. Vou lhes contar um conto...

Faz tempo, muito tempo, o grande Deus encomendou a um de seus Filhos a criação de um novo universo. E esse filho construiu um magnífico reino, repleto de estrelas e mundos. Era um Universo imenso. E aquele Filho governou com amor e sabedoria durante milhares e milhares de anos.

Mas aconteceu uma coisa...
Certo dia, numa região afastada, vários dos príncipes a seu serviço, chefes de outros tantos mundos, decidiram rebelar-se contra a autoridade do filho e soberano. Não acreditavam mais em sua forma de governo e incitaram outros príncipes próximos a se manifestarem contra o estabelecimento. E tentaram formar seu próprio reino, rejeitando o monarca e, de forma definitiva, o grande Deus.

O Filho, lançando mão do amor e da misericórdia, tentou restabelecer a ordem. Foi inútil. Os rebeldes, mergulhados no erro, desprezaram todas as tentativas de
reconciliação. Finalmente, esse Filho divino tomou uma decisão: viajaria incógnito até os longínquos mundos dos infratores, fazendo-se passar por um modesto carpinteiro. Escolheu um dos planetas e ali nasceu como um homem comum. E assim viveu, sujeito à carne, e ensinando a verdade aos povos. Mostrou-lhes quem era na verdade o grande Deus. Falou do esplêndido futuro que os aguardava e, acima de tudo, lembrou-lhes de que eram filhos desse maravilhoso Pai. Mas a fama daquele Homem-Deus acabou chegando aos ouvidos dos príncipes rebeldes. E aconteceu que, em certa ocasião, quando o carpinteiro rezava no alto de uma montanha nevada, dois dos traidores se apresentaram diante dele, fazendo todo tipo de perguntas.

“Quem és...? Como te atreves a falar desse Deus? Quem te enviou?”

Por último, convencidos de que estavam diante do Filho e soberano do universo, fizeram-lhe uma proposta: “Une-te a nós!”

E o Filho respondeu:
“Que seja feita a vontade do Pai”.

Os rebeldes, derrotados, foram embora. E todo o universo, sabendo daquela conversa, elogiou a misericórdia do Filho e soberano. Desde então, o Deus disfarçado de homem e carpinteiro ostentaria também o título de Príncipe da Terra.

A partir desse fato, os rebeldes ficaram “prontos para a sentença”. Ao rejeitar,
uma vez mais, a misericórdia, a sorte de todos eles depende agora de “outras
instâncias”. E continua assim.

Segundo o Mestre, devemos procurar uma das razões da violência e primitivismo da Terra justamente nas conseqüências dessa infeliz rebelião. Ao trair as leis divinas, nosso mundo, como o resto dos planetas que se insurgiu contra Ab-bã, ficou automaticamente incomunicável e afundado na escuridão e barbárie. E “tecnicamente”, continua assim. Só quando for levantada a “quarentena”, a humanidade – esta infeliz humanidade – recuperará a normalidade.

Quando chegará esse venturoso dia?
Quando os rebeldes forem julgados. Mas isso não está em minhas mãos. O que estava, sim, ao alcance do Filho do Homem era consolar e iluminar as criaturas que sofrem – e sofrerão – esse isolamento. E escolheu um desses mundos rebeldes, plantando a semente da esperança: Ab-bã existe. Ab-bã espera. Ab-bã vos ama...

Na véspera da segunda-feira, 17 de setembro, antes de descansarmos, Jesus de
Nazaré deu uma última ordem:

Preparai-vos. Amanhã partiremos. A hora do Filho do Homem está próxima...

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Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.