segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Outras Realidades


O Mestre levantou o rosto em direção às estrelas e perguntou:
Estais vendo essa luz? Dizei-me, crês que é a única luz?
Assim parece, mas não é...Essa é a vossa realidade. O problema é: trata-se da
única realidade?

No Reino de Ab-bã existem três tipos de luz: a luz material, que estais vendo agora, a luz intelectual e a luz espiritual, a genuína. São luzes físicas. Muito mais que a das estrelas... Essas “outras realidades”, as luzes do intelecto e do espírito, não estão visíveis agora, enquanto permanecerdes nessa forma humana.

Será que não entendeis? Estais no princípio. Sois como um bebê. Nem sequer aprendestes a ficar em pé... Acabais de nascer para a vida e ignorais tudo sobre as realidades que o Pai sustenta. E direi mais: embora por razões diferentes às vossas, as criaturas espirituais também consideram a matéria como algo irreal.

Queridos anjos, conforme vos afastais dessa estrutura material, conforme ganhais em perfeição e luz espiritual, tanto mais difusa estará a lembrança dessa etapa. Na verdade, essas criaturas de luz atravessam a matéria física como se não existisse. A verdade final não está ao vosso alcance. Só por ora... Pouco a pouco, mais adiante, ireis captando e compreendendo. E sereis sábios. Mais que agora. Mas não te confundas. Nem sequer quando chegares à presença do Chefão, estarás de posse da verdade absoluta.

Aqueles que se consideram donos da verdade... a começar pela ciência, estão enganados. Ai daquele que tentarem monopolizar a verdade! Seu fanatismo os tornará cegos. Quanto à Ciência, não te desesperes. Algum dia descobrirás que é só uma valiosa companheira de viagem... Sobre a fé. A fé não é cega. São os homens que a tornam cega. A confiança no Pai, nessas outras realidades que vos aguardam, deve ser razoável e científica até onde for possível. A Ciência, pouco a pouco, controlará e compreenderá o Universo no qual agora vos moveis. E confirmará o tesouro de vossa experiência pessoal, adquirindo com vosso próprio esforço e de forma solitária. E chegará o dia em que a revelação, essa revelação, dará a mãos a ambas: a fé e à Ciência.

A fé e a revelação não são a mesma coisa. A fé... eu gosto mais da palavra
confiança... é um ato que depende da vontade. A revelação é um presente do Pai.
E chega sempre no momento oportuno.
A fé, o perdão, a confiança não são dons de Deus. No futuro, muitas das minhas
palavras e atos serão mal interpretados e, pior ainda, manipulados. Se a confiança em Ab-bã fosse o resultado de uma graça divina, alguma coisa falharia nos céus. Por que para uns sim, para outros não? Isso não é justo. Esse não é o estilo do “Barbudo”. Eu repito: descobrir o Pai, confiar n’Ele, colocar-se em suas mãos e aceitar sua vontade depende, unicamente, do homem. Mas antes é preciso perceber...

Por isso estou aqui. Tudo consiste em dizer: “sim, aceito”. Aí então, ao despertar para a nova, a verdadeira vida, essa confiança te fará razoável. Depois, após a morte, tua própria experiência te fará sábio. Por último, quando entrares em “outras realidades”, quando fores um “homem-luz”, quando te apresentares diante do teu querido “Barbudo”, então, querido amigo, sentirás como a verdade te roça e te beija... Sim, só então...

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É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.