
O Mestre levantou o rosto em direção às estrelas e perguntou:
Estais vendo essa luz? Dizei-me, crês que é a única luz?
Assim parece, mas não é...Essa é a vossa realidade. O problema é: trata-se da
única realidade?
No Reino de Ab-bã existem três tipos de luz: a luz material, que estais vendo agora, a luz intelectual e a luz espiritual, a genuína. São luzes físicas. Muito mais que a das estrelas... Essas “outras realidades”, as luzes do intelecto e do espírito, não estão visíveis agora, enquanto permanecerdes nessa forma humana.
Será que não entendeis? Estais no princípio. Sois como um bebê. Nem sequer aprendestes a ficar em pé... Acabais de nascer para a vida e ignorais tudo sobre as realidades que o Pai sustenta. E direi mais: embora por razões diferentes às vossas, as criaturas espirituais também consideram a matéria como algo irreal.
Queridos anjos, conforme vos afastais dessa estrutura material, conforme ganhais em perfeição e luz espiritual, tanto mais difusa estará a lembrança dessa etapa. Na verdade, essas criaturas de luz atravessam a matéria física como se não existisse. A verdade final não está ao vosso alcance. Só por ora... Pouco a pouco, mais adiante, ireis captando e compreendendo. E sereis sábios. Mais que agora. Mas não te confundas. Nem sequer quando chegares à presença do Chefão, estarás de posse da verdade absoluta.
Aqueles que se consideram donos da verdade... a começar pela ciência, estão enganados. Ai daquele que tentarem monopolizar a verdade! Seu fanatismo os tornará cegos. Quanto à Ciência, não te desesperes. Algum dia descobrirás que é só uma valiosa companheira de viagem... Sobre a fé. A fé não é cega. São os homens que a tornam cega. A confiança no Pai, nessas outras realidades que vos aguardam, deve ser razoável e científica até onde for possível. A Ciência, pouco a pouco, controlará e compreenderá o Universo no qual agora vos moveis. E confirmará o tesouro de vossa experiência pessoal, adquirindo com vosso próprio esforço e de forma solitária. E chegará o dia em que a revelação, essa revelação, dará a mãos a ambas: a fé e à Ciência.
A fé e a revelação não são a mesma coisa. A fé... eu gosto mais da palavra
confiança... é um ato que depende da vontade. A revelação é um presente do Pai.
E chega sempre no momento oportuno.
A fé, o perdão, a confiança não são dons de Deus. No futuro, muitas das minhas
palavras e atos serão mal interpretados e, pior ainda, manipulados. Se a confiança em Ab-bã fosse o resultado de uma graça divina, alguma coisa falharia nos céus. Por que para uns sim, para outros não? Isso não é justo. Esse não é o estilo do “Barbudo”. Eu repito: descobrir o Pai, confiar n’Ele, colocar-se em suas mãos e aceitar sua vontade depende, unicamente, do homem. Mas antes é preciso perceber...
Por isso estou aqui. Tudo consiste em dizer: “sim, aceito”. Aí então, ao despertar para a nova, a verdadeira vida, essa confiança te fará razoável. Depois, após a morte, tua própria experiência te fará sábio. Por último, quando entrares em “outras realidades”, quando fores um “homem-luz”, quando te apresentares diante do teu querido “Barbudo”, então, querido amigo, sentirás como a verdade te roça e te beija... Sim, só então...
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