segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SEGUNDA SEMANA NO HERMON


Diálogo Entre Tiglat Pai, o Filho e Jesus

Meu filho disse que és um homem rico. Isso é verdade?
E para que precisa de riqueza aquele que possui a verdade?
A verdade? Tu conheces a verdade?
Meu pai diz que a verdade, se existe, está por chegar. E diz também que, quando chegar, me fará tremer de emoção, porque é uma coisa que toca diretamente o coração...
Teu pai é um homem sábio...
Vós não me conheceis. Estes, ao contrário, meus queridos gregos, sabem quem sou. Conhecem minha palavra e podem dar fé de que nunca minto.
Sim, meu amigo... Eu conheço a verdade. Teu filho está certo. A verdade existe, mas, no momento, não está ao alcance dos seres humanos.
Vós tendes uma idéia da realidade. Mas é um conceito limitado, próprio de uma mente finita que mal acaba de acordar. Pare estes dois, educados em outro lugar, a realidade do Universo é diferente da vossa...
Eles entendem a lua e as estrelas de uma maneira. Vós, de outra. Sem dúvida, tendes diferentes conceitos de uma mesma realidade. E eu vos digo: os quatro ainda sabeis pouco. A realidade total, final e completa, é muito mais que tudo isso.
Mais além do que vedes, existem outras realidades tão físicas e concretas, como
esta lua, que pertencem ao mundo do não-material. Esse mundo invisível e inconcebível para vós constitui, na verdade, a autêntica “realidade”. Mas, como eu dizia, para alcançar essa realidade última, a grande verdade, necessitais de tempo. Muito tempo. A verdade, portanto, existe, mas é totalmente impossível de ser abrangida pela mente e pela inteligência de uma criatura mortal.
O rapaz: Tu não falas como um judeu. Quem és realmente?
Eu, filho meu, vim tocar teu coração. Estou aqui para te fazer tremer de emoção. Para que questiones, para te ensinar um caminho que ninguém antes te mostrou.
Um caminho? Para onde?
Em direção a essa verdade da qual fala teu pai. Mas não te impacientes. Quando chegar minha hora voltarás a me ver e teus olhos se abrirão. Então te mostrarei
Ab-bã e compreenderás que a verdade da qual te falo é como um perfume. Simplesmente a identificarás por sua fragrância.
Ab-bã? Quem é esse, pai?
Para ti, um Deus novo. Para teu pai... um velho sonho.
E tu, como sabes disso? – interveio perplexo o pai do jovem. – Como sabes que duvido de todos os deuses, inclusive do teu?
Um Deus novo! – exclamou o jovenzinho, não menos espantado. – E tu és judeu? O que acontece com Yaveh?
Eu te disse: deixe que chegue minha hora... Então te falarei desse novo Pai.
Não! – gritou o impetuoso adolescente – Fala-me agora!
Está bem, meu querido e impulsivo amigo... Eu o farei porque é teu coração que reclama isso.

Yaveh está exatamente onde está. E ali ficará para aqueles que não compreenderem a nova revelação. Porque disto se trata: de dar ao homem um conceito mais exato de Deus... Sim, filho meu, um Deus novo e velho ao mesmo tempo. Um Deus Pai. Um Deus que não precisa de nome. Um Deus sem leis escritas. Um Deus que não castiga, que não controla tuas ações. Um Deus que não precisa perdoar... porque não há nada para perdoar. Um Deus a quem podes e deves de igual para igual. Um Deus que te criou imortal. Que te levará pela mão quando morreres. Que te convida a conhecê-lo, a possuí-lo e, sobretudo, a amá-lo. Um Deus, como tu fazes com o teu, em quem podes confiar. Um Deus que cuida de ti sem que tu saibas. Que te dá antes mesmo de abrires os lábios. Um Deus tão imenso que é capaz de se instalar no menor: tu!
Onde está esse Deus? Onde podemos encontrá-lo?
Eu te disse: aqui mesmo...dentro de ti.
Mas como é isso? Todos os deuses estão fora.
Exato menino. Só a verdade está dentro. Por isso, como diz teu pai, quando a encontrares, quando descobrires Ab-bã, isso te fará tremer de emoção.
... Esse Deus se esconde na experiência. E a experiência é pessoal. Cada um vive
Ab-bã à sua maneira. Não existem normas nem leis. Eu já vos disse isso. Esse Deus trabalha dentro e o faz na medida de cada inteligência e de cada vontade. Não percais tempo procurando no exterior. Não escuteis sequer os que dizem possuir a verdade. Eu vos digo que ninguém pode domesticá-la e fazê-la sua. A Verdade, a pequena parte que agora podeis distinguir, é livre, dinâmica e bela. Quando alguém aprende, quando alguém a comercializa, ela, a verdade, se
afasta.
Mas tu dizes conhecer a verdade. Tu também a estás vendendo e pregando...
Não chegou minha hora...

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Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.