segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sobre como Construir o Novo Reino


Tomé pergunta: Posto que vais voltar para terminar o trabalho do Reino, qual deve ser nossa atitude enquanto estiveres fora, nos assuntos do Pai?

Nem sequer tu, Tomé, consegues compreender o que venho dizendo. Não vos tenho ensinado que vossa relação com o Reino é espiritual e individual? Que mais devo dizer-vos? A queda das nações, a ruptura dos impérios, a destruição dos judeus descrentes, o fim de uma época, e mesmo o fim do mundo, que tem tudo isso a ver com alguém que crê neste Evangelho e que assegurou a proteção da sua vida na segurança do Reino eterno? Vós todos que conheceis Deus e acreditais no Evangelho já recebestes a segurança da vida eterna. Uma vez que vossas vidas estão em mãos do Pai, nada vos deve preocupar. Os cidadãos dos mundos celestiais, os construtores do reino, não devem se preocupar com os abalos temporais ou se perturbar com cataclismos terrestres. Que vos importa que as nações desapareçam, as épocas acabem ou todas as coisas visíveis caiam, se sabeis que vossa vida é um presente do Filho e está eternamente segura no Pai? Tendo vivido a vida temporal com fé e tendo entregue os frutos do espírito como prova de serviço por vossos semelhantes, podeis olhar adiante com confiança.

Cada geração de crentes deve levar adiante sua obra, com vistas ao possível retorno do Filho do Homem, exatamente como cada crente em particular leva adiante sua vida com vistas à inevitável e sempre iminente morte natural. Quando vos tiverdes estabelecido como filhos de Deus, nada mais vos deve preocupar. Mas não vos equivoqueis! Esta fé viva faz se manifestarem, cada vez mais, os frutos daquele divino espírito que foi iluminado pela primeira vez no coração humano.

O fato de haverdes aceitado ser filhos do Reino Celestial não vos poupará de conhecer o repúdio persistente dessas verdades que têm que ver com os frutos espirituais progressivos dos filhos encarnados de Deus. Vós, que haveis estado comigo nos assuntos do Pai na Terra, podeis até abandonar agora esse reino. Se virdes que não vos agrada a forma de serviço da humanidade ao Pai, como indivíduo e como crentes, ouvi enquanto vos conto uma parábola...

A Parábola dos Talentos

Houve certo homem que, antes de partir para uma longa viagem a outro país, chamou cada um dos seus servidores de confiança e a eles entregou todos os seus bens. A um, deu-lhe cinco talentos, a outro, dois, ao terceiro, um. Aos três confiou seus bens de acordo com suas diferentes habilidades. Quando o senhor partiu, seus servidores puseram-se a trabalhar para tirar benefícios da fortuna que lhes havia sido confiada. Imediatamente, o que recebera cinco talentos começou a comerciar com o capital e rapidamente auferiu um lucro de outros cinco talentos. De igual modo, o que havia recebido dois talentos ganhou logo outros dois. E assim fizeram os servidores, com exceção do terceiro. Este saiu, fez um buraco na terra e ali escondeu o talento. Mas o amo voltou inesperadamente e chamou seus servidores.

O que havia recebido cinco talentos adiantou-se até seu senhor e, entregando-lhe os dez talentos, disse-lhe: “Senhor, deste-me cinco talentos e apraz-me apresentar-te outros cinco”.

Disse-lhe então o senhor: “Bem trabalhado, fiel e bom servidor; eu te farei capataz de muitos”.

O que havia recebido dois talentos avançou e disse: “Senhor, entregaste em minhas mãos dois talentos. Vê, ganhei outros dois”. E disse-lhe o amo: “Bom trabalho, leal servidor. Tu também foste fiel, e agora te darei um posto acima dos outros”.

Por último, chegou ao encontro o que havia recebido um só talento.
“Senhor” – disse – “eu te conhecia e percebi que eras um homem astuto porque esperavas lucros quando tu, pessoalmente, não havias trabalhado. Por isso eu temia arriscar o que me havias confiado. Guardei teu dinheiro a salvo na terra e aqui está ele. Agora tens o que te pertence”. Mas seu senhor respondeu: “És um criado indolente e incapaz. Por tuas próprias palavras confessas que sabias que eu iria pedir prestação de contas de um lucro razoável, como teus companheiros fizeram.

Sabendo disso, deverias ao menos ter colocado meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, para que, na minha volta, eu pudesse recobrar meu dinheiro com algum rendimento”.

E então disse o senhor ao chefe dos criados: “Tira o talento deste servidor e o
entrega ao que tem dez”.

A todo aquele que tem, lhe será dado muito mais e ele terá abundância. Mas, ao que não tem, até o pouco que tenha lhe será tirado. Não vos podeis conservar omissos nos assuntos do Reino Eterno. Meu Pai exige que todos os seus filhos cresçam em graça e no conhecimento da verdade. Vós, que conheceis essas verdades, deveis incrementar os frutos do espírito e manifestar uma devoção crescente no generoso mister de servir a vossos companheiros. E recordai que o que me derdes ao mais humilde dos meus irmãos o tereis feito a meu serviço. E assim deveis fazer a obra do Pai, agora e mais adiante. Continuai até que eu venha. A verdade é a Vida. O espírito da verdade sempre dirige os Filhos da Luz para novos reinos de realidade espiritual e serviço divino. A verdade não vos é dada para que a cristalizeis em formas feitas, seguras e honráveis. Que pensarão as gerações futuras daqueles depositários da verdade se elas os ouvirem dizer:

“Aqui, Mestre, está a verdade que nos confiaste há centenas ou milhares de anos. Não perdemos nada dela. Preservamos fielmente tudo que nos deste. Não permitimos mudanças no que nos ensinaste. Aqui está a Verdade que nos deste”?

Livremente haveis recebido. Portanto, livremente deveis dar a verdade do céu.
Em verdade, em verdade vos digo que então essa verdade se multiplicará e irradiará nova luz. Até mesmo quando vós mesmos o administreis.

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O que é ser Voluntário!

Acordemos

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.