segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Último Discurso Público de Jesus antes da Crucifixão


Na esplanada dos gentios, na escadaria que rodeava o Santuário:

Durante todo esse tempo tenho estado convosco, indo e vindo por estas terras, proclamando o amor do Pai pelos filhos do homens. Muitos viram a Luz e, por meio da fé entraram no Reino do Céu. De acordo com este ensinamento e pregação, o Pai tem feito coisas maravilhosas, incluindo a ressurreição dos mortos. Muitos enfermos e aflitos têm sido curados porque acreditaram. Mas toda essa proclamação da verdade e essa cura de enfermidades não têm bastado para abrir os olhos dos que se recusam ver a luz e dos que estão decididos a repelir o Evangelho do Reino.

Eu e todos os meus discípulos temos feito o possível para viver em paz com nossos irmãos, para cumprir os mandamentos razoáveis das leis de Moisés e as tradições de Israel. Temos buscado persistentemente a paz, mas os dirigentes desta nação não a terão. Repelindo a Verdade de Deus e a Luz do céu, eles se colocam do lado do erro e da escuridão. Não pode haver paz entre a luz e as trevas, entre ávida e a morte, entre a verdade e o erro. Muitos de vós decidiram crer em meus ensinamentos e já encontraram a liberdade de consciência e a alegria de ser filhos de Deus. Sereis minhas testemunhas de que ofereci a mesma filiação com Deus a toda Israel. Até a esses mesmos homens que hoje buscam minha destruição. Mas eu vos digo mais: até mesmo agora meu Pai receberia esses mestres cegos, esses dirigentes hipócritas, se eles olhassem para Ele e aceitassem sua misericórdia...

Mesmo agora não é tarde demais para que essa gente receba a palavra do céu e dê seu “bem vindo” ao Filho do Homem. Meu Pai tem tratado com clemência essas pessoas.

Geração após geração, temos enviado nossos profetas para que as ensinassem e advertissem. E, geração após geração, elas têm matado nossos enviados. Agora, vossos altos e voluntariosos sacerdotes e obstinados dirigentes continuam fazendo o mesmo.

Assim como Herodes assassinou João, vós vos preparais para destruir o Filho do Homem.
Enquanto houver uma possibilidade de que os judeus olhem para meu Pai e busquem a salvação, o Deus de Abrahão, Isaac e Jacó manterá suas mãos estendidas para vós. Mas, quando houverdes feito transbordar a taça da vossa impertinência, esta nação ficará abandonada a seu próprio arbítrio e caminhará rapidamente para um fim pouco glorioso...

Este povo foi chamado para ser a luz do mundo e para mostrar a glória espiritual de uma raça conhecedora de Deus...Mas até agora vós vos afastartes do cumprimento de vossos privilégios divinos e vossos líderes estão a ponto de cometer a maior loucura de todos os tempos...

E vos digo que estais a ponto de recusar a grande dádiva de Deus a todos os homens e a todas as épocas: a revelação do seu amor.

Em verdade, em verdade vos digo que, uma vez que houverdes repelido esta revelação, o Reino do céu será entregue a outras pessoas. Em nome do pai que me enviou, eu vos aviso: estais a um passo de perder vosso posto no mundo como sustentáculos da Verdade eterna e como mantenedores da lei divina. Justamente agora estou vos oferecendo vossa última oportunidade para que entreis, como as crianças, pela fé sincera, na segurança da salvação do Reino celeste.

Meu Pai tem trabalhado há muito tempo por vossa salvação, e eu desci até vós para mostrar pessoalmente o caminho. Muitos dos judeus e samaritanos, e até dos gentios, passaram a crer no Evangelho do reino. E vós, que deveríeis ser os primeiros a aceitar a luz do céu, tendes recusado a revelação da Verdade de Deus revelado no homem e do homem elevado a Deus. Esta tarde, meus apóstolos estão diante de vós em silêncio. Mas logo escutareis sua voz esclamando pela salvação. Agora, eu vos peço que vós, discípulos meus e crentes no Evangelho do reino, sejais testemunhas de que, uma vez mais, ofereci a Israel e a seus dirigentes a liberdade e a salvação. Seja como for, eu vos advirto de que esses escribas e fariseus sentam-se ainda na cadeira de Moisés. Portanto, até que as potências maiores que dirigem os reinos dos homens não os desterrem e destruam, eu vos ordeno que coopereis com esses maiores de Israel. Não vos peço que nos unais a eles em seus planos para destruir o Filho do Homem, mas apenas aquilo que se relacione com a paz de Israel. Neste assunto, fazei o que vos ordenem e observai a essência das leis. Mas não tomeis como exemplo suas más ações. Recordai que este é o seu pecado: dizem o que é bom, mas não o praticam.

Vós sabeis bem que estes dirigentes vos fazem pesadas cargas sem levantar um dedo para vos ajudar. Eles vos têm oprimido com cerimônias e escravizado com as tradições.
E ainda vos direi mais: esses sacerdotes, concentrados em si mesmos, deleitam se fazendo boas obras, de forma que elas sejam vistas por todos os homens. Enchem-se de faixas e capricham nos bordados de suas vestes oficiais. Solicitam os principais lugares nos festins e os primeiros assentos nas sinagogas. Cobiçam os aplausos e os elogios nos mercados, e desejam ser chamados rabis por todos os homens. E, enquanto buscam todas essas honras, até mesmo tomam, secretamente, as posses das viúvas e se beneficiam dos serviços do Templo sagrado. Por ostentação, esses hipócritas fazem longas orações em público e dão esmola apenas para chamar a atenção dos seus semelhantes.

E assim como deveis honrar vossos chefes e reverenciar vossos mestres, não deveis chamar de “pai”, no sentido espiritual, a nenhum homem. Somente Deus é vosso Pai. Tampouco deveis buscar dominar vossos irmãos do reino. Recordai: eu vos tenho ensinado que aquele que for maior entre vós deve ser servidor de todos. Se pretenderdes exaltar a vós mesmos ante Deus, certamente sereis humilhados; mas aquele que se humilha sinceramente, com certeza será exaltado. Buscai em vossa vida diária não a própria glória, mas a de Deus. Subordinai inteligentemente vossa própria vontade à do Pai do céu. Não confundais minhas palavras. Não trato com maldade esses sacerdotes principais que querem minha destruição. Não tenho maus desejos contra esses escribas e fariseus que repudiam meus ensinamentos. Sei que muitos de vós credes, ainda que em segredo, e que, quando chegar a hora, ireis professar abertamente vossa lealdade ao reino. Mas, como se justificarão a si mesmos
vossos rabis se dizem falar com Deus e tencionam destruir o que vem ao mundo para revelar o Pai?

Ai de vós, escribas e fariseus! Hipócritas!... Vós fechais as portas do Reino do Céu aos homens sinceros, só porque são incultos. Recusais entrar no Reino e, ao mesmo tempo, fazeis tudoo que está a vosso alcance para evitar que os demais entrem. Permaneceis de costas para as portas da salvação e vos opondes a todos os que querem entrar.

Ai de vós, escribas e fariseus! Sois hipócritas! Abarcais o céu e a terra para fazer prosélitos e, quando conseguirdes, não vos contentais até torná-los duas vezes piores do que eram como filhos de pagãos.

Ai de vós, sacerdotes e chefes principais! Dominais a propriedade dos pobres e exigis pesados tributos aos que querem servir a Deus. Vós, que não tendes misericórdia, podeis esperá-la do mundo vindouro?

Ai de vós, falsos mestres! Guias cegos! Que se pode esperar de uma nação em que os cegos dirigem os cegos? Ambos cairão no abismo da destruição.

Ai de vós, que dissimulais quando prestais juramento! Sois fraudadores! Ensinais que um homem pode jurar diante do Templo e romper seu juramento, mas aquele que jura diante do ouro do Templo permanecerá ligado. Sois todos cegos e loucos!...

Nem sequer sois conseqüentes em vossa desonestidade. Quem é o maior? O ouro ou o Templo?

Ensinais que jurar ante o altar não significa nada para um homem. Mas se alguém jura diante da oferenda que está na frente do altar, então permanece como devedor. Sois cegos à verdade? Que é maior? A oferenda ou o altar que santifica a oferenda? Como podeis justificar tanta hipocrisia e desonestidade?

Ai de vós, escribas e fariseus! Vós vos assegurais de que tragam dízimos, menta e cominho, mas, ao mesmo tempo, despreocupai-vos dos assuntos mais importantes da fé, misericórdia e justiça. Com razão deveis fazer uma coisa, mas sem esquecer a outra. Sois certamente mestres cegos e surdos! Espantais os mosquitos e engolis o camelo...

Ai de vós, escribas, fariseus e hipócritas! Sois escrupulosos ao limpar a parte exterior da taça e das fontes, mas no interior permanece a imundície da extorsão, dos excessos e da decepção. Sois espiritualmente cegos. Reconhecei comigo que seria melhor limpar primeiro o interior da taça. Então, o que desbordasse dela limparia o exterior. Malvados réprobos! Fazeis que os atos exteriores de vossa religião estejam conforme a letra, enquanto vossas almas estão empapadas de iniqüidades e assassinatos!

Ai de vós todos, que rechaçais a verdade e desdenhais a misericórdia! Muitos de vós sois como sepulturas caiadas. Por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos humanos e impurezas. Ainda assim, vós que repelis deliberadamente o conselho de Deus, apareceis diante dos homens como santos e retos, enquanto por dentro vossos corações estão inflamados pela hipocrisia.

Ai de vós, falsos guias da nação! Ao longo dos tempos construístes um monumento aos profetas martirizados pelos antigos e agora conspirais para destruir aquele de quem eles falaram. Adornais as tumbas dos justos e elogiais a vós mesmos, dizendo que se houvésseis vivido em tempos de vossos pais não teríeis matado os profetas. E com esse pensamento tão reto, vós vos preparais para assassinar aquele de quem falaram os profetas: o Filho do Homem. Adiante, pois, e enchei até a borda a taça de vossa condenação!

Ai de vós, filhos do pecado! João vos chamou de os rebentos das víboras. E eu me pergunto: como podeis escapar ao juízo que João pronunciou sobre vós? Mas eu vos ofereço, em nome de meu Pai, misericórdia e perdão. Até mesmo agora eu vos ofereço minha mão. Meu Pai vos enviou os profetas e os sábios. Os primeiros, vós os matastes; os segundos, vós os perseguis. Então apareceu João, proclamando a vinda do Filho do Homem, e vós o destruístes, ainda que muitos acreditassem em seus ensinamentos. Compreendeis que chegará um dia terrível, em que o Juiz de toda a terra vos pedirá para prestar contas pela forma com que tendes rechaçado, perseguido e destruído esses mensageiros do céu? Compreendeis que deveis prestar contas de todo este sangue honrado, desde o primeiro profeta, assassinado nos tempos de Zacarias, entre o Santuário e o altar? E vos digo mais: se prosseguirdes com essa conduta impiedosa, essa conta poderá ser exigida até mesmo desta geração que aqui está.

Ó Jerusalém e filhos de Abrahão! Vós apedrejastes os profetas e assassinastes os mestres, mas mesmo agora eu reuniria vossos filhos como a galinha reúne seus pintinhos sob as asas... Mas não quereis!...

Agora eu vos irei deixar. Ouvistes minha mensagem e tomastes vossa decisão. Aqueles de vós que acreditaram no meu Evangelho estarão salvos. Os que escolheram repudiar a oferenda de Deus, não me verão mais ensinar no Templo.

Meu trabalho está feito.
Tende cuidado agora! Eu parto com meus filhos e vossa casa ficará desolada...

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É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraimos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição. Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva... Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. Ditado pelo Espírito André Luiz. Araras, SP: IDE. 1978.